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A Pesquisa em Anticorpos Monoclonais no Brasil: O que Está Direcionando a Produção de Conhecimento?

por Sandra Sedini - publicado 24/08/2017 16:55 - última modificação 21/09/2017 11:50

Detalhes do evento

Quando

de 27/09/2017 - 09:00
a 27/09/2017 - 12:00

Onde

Sala de Eventos do IEA, Rua da Praça do Relógio, 109, Bloco K, 5° andar, Butantã, São Paulo

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Telefone do Contato

11 3091-1678

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Ao longo dos últimos trinta anos, diversos países implantaram políticas públicas e outros mecanismos de coordenação institucional em pesquisa em Saúde para fazer avançar a produção científica, o desenvolvimento tecnológico e a atividade de inovação para os chamados Anticorpos Monoclonais (mAbs). Esse tipo de medicamento imunobiológico, sintetizado a partir de organismos vivos e mesmo células humanas, é visto como a grande promessa da biomedicina contemporânea, sobretudo por sua utilidade em terapias contra vários tipos de cânceres, artrite reumatoide e doenças neuro-degenerativas.

Para ter uma dimensão da relevância desses produtos na política nacional de saúde brasileira, cerca de 60% dos recursos destinados à aquisição de medicamentos essenciais do Sistema Único de Saúde (SUS) é comprometida com a compra desse tipo biofármaco, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Além disso, o Brasil é hoje o terceiro maior mercado desse medicamento no mundo, atrás apenas dos EUA e da China.

Sem dúvida, esses fatores são grandes motivadores para a produção industrial e para o desenvolvimento tecnológico desses novos medicamentos, que são alvo de políticas públicas de ciência, tecnologia e inovação robustas em países. Atualmente, existem cerca de 50 mAbs aprovados para a comercialização na Europa e nos EUA, com a expectativa de movimentarem uma economia de cerca de US$ 138 bi em 2020 (Ecker et al, 2016).

O objetivo dessa apresentação é verificar as características da produção de conhecimento em mAbs no Brasil. Com isso, a exposição das informações visa traçar um panorama da relação existente entre a produção de conhecimento e o arcabouço de político-institucional que sustenta a agenda de pesquisa sobre mAbs. A análise está ancorada no levantamento de uma base de dados quantitativa sobre as publicações científicas, patentes e Clinical Trials, complementadas pela aplicação de 27 entrevistas com atores selecionados dos distintos grupos envolvidos com o tema no Brasil.

Os resultados parciais da pesquisa em andamento mostram que a área cresceu no Brasil a despeito da ausência de políticas públicas dirigidas para o tema, e que, segundo os atores entrevistados, é um desafio inserir os sistemas nacionais de C&T nessa área. Isso se deve ao fato de tratar-se de uma área que envolve investimentos públicos e privados de altíssimo custo; com atividade de P&D pautada pela incerteza e de longo prazo (12 a 14 anos, em média) e cuja produção de conhecimento é controlada por um pequeno grupo de institutos de pesquisa estrangeiros, com projetos em “pipeline” financiados via National Institutes of Health dos EUA e por grandes players da indústria farmacêutica multinacional. Portanto, há que se refletir sobre o caráter transnacional e transversal das políticas de C&T e de inovação em saúde contemporâneas.

Expositor

Renan Leonel (FM USP)

Coordenador

Mario Sergio Salerno

Inscrições

Evento público e gratuito | Com inscrição prévia

Capacidade da sala: 55 lugares

Onde estamos

Evento com transmissão em: http://www.iea.usp.br/aovivo