Bioeconomia na Amazônia: Abordagens Conceituais e Políticas Públicas de IC&T em Construção

As diversas conceituações e implementações produtos e serviços vinculados à bioeconomia, no caso da Amazônia, precisam ser contrapostas à situação-limite em que se encontra a região. O ponto de não retorno não se refere isoladamente ao bioma amazônico, mas ao conjunto da sociodiversidade emanada pelos povos da floresta que está sob forte ataque dos setores especializados em exportação de commodities em larga escala. Por isso não pode haver bioeconomia sem defesa e proteção dos territórios indígenas, quilombolas e ribeirinhos. Uma socio-etno-bioeconomia deve antes de tudo fortalecer as dinâmicas econômicas, sociais e culturais baseadas no conhecimento da natureza e do reconhecimento dos povos entrelaçados nessa mesma natureza.  Por isso, a integração e a densificação desses circuitos de sociodiversidade amazônica, deveriam ser objeto prioritário de políticas públicas interescalares e inter-federativas, tanto nos territórios como nas redes urbanas amazônicas.

Em simultâneo, se faz necessário prever marcos de convergência de atividades econômicas que procuram otimizar a produção, comercialização e distribuição dos chamados ativos ambientais, que poderia ser classificada como uma bioeconomia de commodities, para que não mais se expandam, reproduzindo lógicas homogeneizadoras e simplificadoras do bioma e das culturas nele envolvidas.

Além disso, é preciso prever como enquadrar e reverter processos expansivos da agropecuária e da mineração de larga escala, incluindo as infraestruturas especializadas no escoamento dessas matérias-primas, por meio de delimitações, moratórias, perímetros máximos, condicionantes socioambientais adicionais, fundos de reconversão tecno-produtiva e o fomento de capacidades governativas e sociais.

Para ampliar e desdobrar essa discussão, o USP CG-IEA, convidou Tatiana Schor, uma das mais destacadas pesquisadoras das redes urbanas amazônicas e ao mesmo tempo gestora pública na área de Inovação, Ciência e Tecnologia, desenvolvendo, a partir dessa dupla condição, ricas interfaces que se desdobram em redes de pesquisa multidisciplinares, iniciativas de cooperação inter-federativa e espaços de incidência junto a fóruns e organismos multilaterais. Desta forma, este Simpósio pretende subsidiar o debate sobre os rumos possíveis da bioeconomia na Amazônia.

Organização:

Luis Fernando Novoa Garzon (USP CG-IEA e UNIR-Universidade Federal de Rondônia) e Maria da Penha Vasconcellos (Faculdade de Saúde Pública, FSP-USP e USP CG-IEA).

Abertura:

Maria da Penha Vasconcellos (FSP-USP e USP CG-IEA), Neiva Araújo (UNIR- Universidade Federal de Rondônia), Arlindo Philippi Jr. (FSP e USP CG-IEA) e Guilherme Ary Plonski (IEA e EP/USP)

Exposição:

Tatiana Schor (Universidade Federal do Amazonas-UFAM e Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas-SEDECTI)

Coordenação:

Luis Fernando Novoa Garzon (USP CG-IEA e UNIR-Universidade Federal de Rondônia)

Transmissão

Acompanhe a transmissão do evento em www.iea.usp.br/aovivo

Inscrições

Organização