Você está aqui: Página Inicial / EVENTOS / Cidades Brasileiras e Mudanças Climáticas: As Relações entre Ciência e Política

Cidades Brasileiras e Mudanças Climáticas: As Relações entre Ciência e Política

por Fernanda Rezende - publicado 10/11/2017 12:05 - última modificação 03/08/2018 17:55

Detalhes do evento

Quando

de 16/11/2017 - 14:30
a 16/11/2017 - 17:30

Onde

Sala de Eventos do IEA, Rua da Praça do Relógio, 109, Bloco K, 5° andar, Butantã, São Paulo

Nome do Contato

Telefone do Contato

(11) 3091-1693

Adicionar evento ao calendário

As cidades brasileiras e notadamente as grandes metrópoles configuram uma realidade na qual os riscos contemporâneos explicitam os limites e as consequências das práticas sociais, no contexto da incerteza. Atualmente além dos aspectos associados com os avanços da ciência e tecnologia que criam, surgem novas situações de risco diferentes das existentes, muitos dos quais imensuráveis. Entretanto os riscos socioambientais urbanos configuram a produção de riscos que estão associados à pobreza, às desigualdades e à lógica de desenvolvimento urbano que ainda prevalece.

A população residente em assentamentos humanos precários está exposta a riscos socioambientais (inundações e deslizamentos), e que em virtude situações climáticas severas, se confrontam com a necessidade de suportar os impactos do perigo. Em situações como inundações, os desastres mais comuns e devastadores, os problemas gerados após um evento expõem a falta de planejamento de uso e ocupação do solo, o despreparo das autoridades e a falta de um ethos de prevenção na sociedade. Além disso, não se podem desconsiderar os agravantes associados com as desigualdades sociais e a precariedade da estrutura urbana que se tornam vetores da multiplicação de tragédias urbanas recorrentes, causadas pelo descontrole histórico de ocupação urbana como aspecto de uma realidade socioambiental caracterizada pela fragilidade na capacidade de respostas das sociedades com menos recursos, assim como da falta de ações intersetoriais.

Este texto enfatiza a importância de fortalecer os diálogos interdisciplinares e intersetoriais que demandam novas formas de abordagem na relação com os atores sociais envolvidos, que se evidenciam que fenômenos emergentes num cenário de complexos sistemas sócio técnicos. O grande desafio está na necessidade de dar transparência ao conteúdo em atividades que com foco nas questões colocadas pela sociedade de risco reforçam a necessidade de colocar em debate temas que têm, nos diferentes tipos de incerteza, a necessidade de multiplicar conhecimentos e diálogos.

A partir das necessidades que o reconhecimento da incerteza, da complexidade e da necessidade de compartilhar o conhecimento, existe o desafio de ampliar as  "comunidades ampliadas de pares", atores estratégicos para estimular e legitimar o diálogo e respeito entre diferentes campos do saber e ampliar o acesso ao saber científico.

Para tanto, é necessário reconhecer a complexidade e a muticausalidade dos problemas socioambientais contemporâneos, o que demanda identificar a conexão e a interdependência entre fatores (natural, social, econômico, político, territorial, cultural), possibilitar uma abordagem interdisciplinar, interinstitucional, intersetorial e participativa, valorizar o diálogo e a troca entre diferentes áreas de conhecimento e diferentes formas de produção de conhecimento .

A administração dos riscos socioambientais coloca cada vez mais a necessidade de ampliar o envolvimento público por meio de iniciativas que possibilitem um aumento do nível de consciência ambiental. Isto configura um processo intelectual, enquanto aprendizado social baseado no diálogo e interação em constante processo de recriação e reinterpretação de informações, conceitos e significados, originados do aprendizado, para aprimorar práticas da sociedade civil e do poder público numa perspectiva de cooperação entre os atores envolvidos.

Inscrições

Evento público e gratuito | Sem inscrição prévia

Evento com transmissão em: http://www.iea.usp.br/aovivo

Programação

Exposição

Pedro Jacobi (FE, IEA e IEE - USP)

Coordenação

Marcos Buckeridge (IB e IEA - USP)