Você está aqui: Página Inicial / EVENTOS / Ácidos Graxos Essenciais e Encefalização no Leste Africano

Ácidos Graxos Essenciais e Encefalização no Leste Africano

por Cláudia Regina - publicado 03/07/2024 11:15 - última modificação 19/09/2024 09:53

Detalhes do evento

Quando

de 24/09/2024 - 10:00
a 24/09/2024 - 11:00

Onde

ONLINE

Nome do Contato

Telefone do Contato

11 3091-1686

Adicionar evento ao calendário

4ª palestra do ciclo Mudanças na Paleoatmosfera e o Impacto sobre a Evolução Humana no Fim Plioceno

O processo de encefalização em hominínios separa a linhagem homo dos australopitecos e monos africanos em termos de volume cerebral, porém, os benefícios do grande cérebro humano são contrabalançados por custos energéticos significativos: o cérebro é altamente termorregulado; é vulnerável à escassez de energia e requer 20-25% da taxa metabólica basal para funcionar.

O cérebro é composto principalmente por gorduras e, em particular, dois ácidos graxos poli-insaturados: ácido araquidônico (ARA) e ácido docosahexaenóico (DHA). Esses são derivados da dieta, e lagos e rios são fontes ricas de gastrópodes ricos em ácidos graxos. Uma redução drástica no tamanho dos lagos (ou sua extinção) eliminaria esta fonte, forçando uma mudança na dieta para carnes e miolos de mamíferos, levando a um comportamento mais predatório com cognição complexa de topografia e de localização e comportamento de presas e outros predadores.

A paleoantropologia tende a concentrar-se nas atividades diurnas e prestar menos atenção ao período noturno. Humanos dormem menos do que todos os outros monos e primatas, permanecendo alertas durante os períodos de maior predação: ao anoitecer e ao amanhecer. Grandes predadores africanos caçam mais na lua nova, quando a vantagem da sua melhor visão noturna sobre os bovídeos é otimizada. Na lua cheia as presas bovídeas são mais difíceis de surpreender, e humanos se tornam uma opção. À medida que as áreas arborizadas se tornaram menos predominantes, abrigos noturnos em ravinas ou desfiladeiros se tornariam uma opção.

Todos os monos têm ciclos menstruais que variam de cerca de 29 dias (orangotangos); 30 dias (gorilas); ~ 37 dias (chimpanzés) e 45 dias (bonobos). O ciclo humano de cerca de 29 dias tem a duração do mês lunar - como também é o caso dos orangotangos - possivelmente para minimizar risco de predação.

A tendência antropocêntrica é de imaginar que o luar tem uma influência direta  no comportamento (e biologia) humano. A hipótese é que o luar afeta a predação, e que a nossa biologia se adaptou ao comportamento dos bichos.

Inscrições

Evento público e gratuito | sem inscrição prévia

Não haverá certificação

Transmissão ao vivo em www.iea.usp.br/aovivo

Programação

Palestrante: Alan Cannell (IEA/USP)

Mediador: Walter Neves (IEA/USP)

Evento com transmissão em: http://www.iea.usp.br/aovivo