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Amazônia: a Antiga e Atual Fronteira Hidrelétrica do Brasil

por Sandra Sedini - publicado 28/04/2014 11:55 - última modificação 03/08/2018 16:53

Detalhes do evento

Quando

de 14/05/2014 - 14:00
a 14/05/2014 - 17:00

Onde

Sala de Eventos do IEA, Rua da Praça do Relógio, 109, Bloco K, 5o andar, Cidade Universitária, São Paulo

Nome do Contato

Telefone do Contato

11 3091-1678

Participantes

Evandro Mateus Moretto
Célio Bermann
Gustavo Tosello Pinheiro
João Andrade
Pedro Bara Neto

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A Amazônia brasileira conta com 51% de todo o potencial hidrelétrico brasileiro, considerando o conjunto das regiões hidrográficas do Amazonas e do Tocantins. Apenas uma pequena parte deste potencial já está aproveitado para a geração de hidroeletricidade, sobretudo quando da implantação de grandes usinas hidrelétricas nas décadas de 1960 e 1970. Durante os anos de 1980 e 1990, a implantação de aproveitamentos hidrelétricos na Amazônia foi relativamente mais tênue.

A partir da década de 2000, o Governo Federal retoma o planejamento de aproveitamentos hidrelétricos na Amazônia, estando atualmente previstas mais de 150 hidrelétricas de diversas dimensões para a região. Os principais destaques são as usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio no rio Madeira, a retomada do aproveitamento hidrelétrico do rio Xingú pela usina de Belo Monte e o plano de aproveitamentos hidrelétricos para as bacias dos rios Tapajós e Negro.

Dentre as diversas complexidades existentes, é fundamental atenção aos eventos climáticos extremos que desabasteceram, em plena época histórica de chuvas, os grandes reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste do país, enquanto as comportas das usinas do Rio Madeira eram abertas para deixar passar a maior vazão da história do rio, no rastro de milhares de desabrigados à montante e à jusante dos barramentos.

Na porção leste da Amazônia, o excesso de condicionantes ambientais estabelecidas para a usina hidrelétrica de Belo Monte, as quais tratam da dimensão de desenvolvimento sustentável da sua área de influência, demonstra que a Avaliação de Impacto Ambiental e o Licenciamento Ambiental estão recebendo demandas que muitas vezes são alheias ao escopo destes instrumentos e que deveriam ser observadas por outras escalas de planejamento.

Já na região da bacia do rio Tapajós, a implantação de diversos programas de gestão de florestas, a exploração mineral descontrolada e a pavimentação da rodovia BR-163 demandam um plano de conservação socioambiental que parece estar em rota de colisão com o plano de implantação de aproveitamentos hidrelétricos estabelecido pelo Governo Federal, tornando-o, pela sua múltipla escala, potencial e cumulativamente muito mais complexo que o caso da própria usina de Belo Monte.

Todos estes casos guardam complexidades econômicas, sociais e ambientais que extrapolam as capacidades dos próprios instrumentos de planejamento, como é o caso da Avaliação Ambiental Integrada, da Avaliação de Impacto Ambiental de projetos e do Licenciamento Ambiental.

Assim, se por um lado a Amazônia é alvo secular de grandes projetos de infra-estrutura e de seus impactos socioambientais, por outro lado, não se pode negligenciar o fato de que a região também tem sido escolhida como prioritária para o estabelecimento de diversas ações de proteção ambiental e de desenvolvimento local que não devem ser negligenciadas no momento de planejamento de novos aproveitamentos hidrelétricos, sob pena das novas hidrelétricas serem muito mais impactantes e conflituosas do que já é Belo Monte.

Estes e outros temas alimentarão os debates entre o público (docentes, alunos de pós-graduação, alunos de graduação e profissionais) e os conferencistas convidados para o evento, os quais têm-se debruçado, ao longo do tempo, sobre as diversas faces do trinômio Amazônia, Clima e Hidrelétricas, trazendo elementos para a melhor reflexão sobre duas questões principais:

- Qual o cenário de conflitos e desafios socioambientais que se avizinha com a intensificação do planejamento de aproveitamentos hidrelétricos na Amazônia?

- Quais as experiências existentes em desenvolvimento local, na proteção ambiental e nas análises de eventos climáticos extremos que representem oportunidades para a inserção destas dimensões nas diversas escalas do planejamento hidrelétrico da Amazônia?

Moderador

Evandro Mateus Moretto

Debatedores

Célio Bermann (via skype)

Gustavo Tosello Pinheiro

João Andrade

Pedro Bara Neto

Inscrições

INSCRIÇÕES ENCERRADAS

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