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Educação e Sustentabilidade

por Sandra Sedini - publicado 28/06/2019 11:20 - última modificação 17/12/2019 14:49

Detalhes do evento

Quando

de 17/09/2019 - 09:30
a 17/09/2019 - 16:00

Onde

Sala Alfredo Bosi, Rua da Praça do Relógio, 109, térreo, Cidade Universitária, São Paulo

Nome do Contato

Telefone do Contato

11 3091-1678

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1o seminário do ciclo "As Várias Faces do Risco e os Desafios da Educação na Sociedade contemporânea"

Desde a publicação da obra "Sociedade de Risco: Rumo a uma Outra Modernidade” (1986), de Ulrich Beck, uma grande quantidade de trabalhos tem retomado as discussões e análises sobre como os conhecimentos científicos e tecnológicos determinaram a vida em sociedade e modificam as noções de segurança, confiança, perigo e risco.

As recentes evidências sobre as mudanças climáticas deram um contorno especial a este debate recolocando a questão do risco civilizatório na agenda atual, na qual o progresso da sociedade industrial e a sustentabilidade parecem se negar mutuamente. Dentro deste cenário de conflitos, pelo menos uma esperança parece emergir: a educação poderá desempenhar papel fundamental na superação dos impasses entre melhoria da qualidade de vida e preservação do meio ambiente.

O ciclo de seminários terá com meta fornecer subsídios para esses debates e avançar na compreensão e superação de alguns desafios da educação científica na contemporaneidade.

Coordenação

Mauricio Pietrocola (FE e IEA - USP)

Público-alvo

Aberto a todo o público acadêmico interessado no assunto, em particular, alunos de graduação, e pós-graduação, pesquisadores e profissionais de todas as áreas de conhecimento.

Inscrições

Evento público e gratuito | Com inscrição

Não há necessidade de inscrição para assistir à transmissão on-line.

Capacidade do auditório: 43 lugares

Onde estamos

Programação

9h30

Recepção e Abertura

10h

Educação Diante dos Complexos Desafios da Modernidade

Expositor:

Marcel Bursztyn (Centro de Desenvolvimento Sustentável – UnB)

Resumo: Vivemos numa era de acelerado ritmo de transformações. Se outrora a educação evoluía ao sabor de um lento processo de mudanças societais e ambientais, agora é necessário uma constante atualização. Isso torna a tarefa de educar ainda mais  desafiadora.  Na esfera da educação superior e da pesquisa há claramente uma crise, que é o reflexo do descompasso entre uma Universidade relutante em promover mudanças estruturais, e uma realidade que demanda conhecimentos, técnicas e profissionais capazes de lidar com os novos desafios. Uma boa parte dos grandes desafios da atualidade não se resolve no âmbito de uma única disciplina. No entanto, nossas base institucional e cultura científica, necessárias ao enfrentamento de tais questões, são marcadamente fragmentadas e circunscritas a ambientes disciplinares. Problemas complexos podem despertar interesse em áreas de conhecimento diversas, mas a interação entre pesquisadores de áreas diferentes é rara. A manifestação de grandes e complexos problemas lança o desafio de um reordenamento da Academia, no sentido de abrir espaços à interação e, principalmente, à integração. Afinal, questões como as doenças sexualmente transmissíveis, as mudanças climáticas, o envelhecimento da população, a segurança alimentar ou o desenvolvimento sustentável, não se resolvem dentro do espectro de uma só disciplina.

12h

Intervalo

14h

Sociedade de Risco e Mudança Climática – Desafios e Inovação Sociocultural

Expositor:

Pedro Roberto Jacobi (IEE e IEA USP)

A teoria da sociedade do risco de Ulrich Beck (1944-2015) é das teorias sociológicas do século XX com mais impacto tanto nos campos das ciências sociais e de outras áreas de conhecimento. O risco para Beck, representa um estágio intermédio entre a segurança e a destruição, e sua percepção determina o pensamento e a ação, tanto local e global, assumindo uma dimensão transescalar. Beck, em seus últimos escritos, nos alerta que vivemos em um mundo que não está apenas mudando, mas está se metamorfoseando, o que implica numa transformação muito mais radical, na medida em que as velhas certezas da sociedade moderna estão desaparecendo e o novo emerge. No contexto das metamorfoses das quais Beck nos fala, se configuram efeitos colaterais que convergem para mudanças nas lógicas que começam a alterar de forma constante e crescente a ordem da sociedade. A ampliação de riscos globais associados com a mudança climática altera a sociedade definindo novas formas de poder, desigualdade e insegurança bem como novas formas de cooperação, certezas e solidariedade através das fronteiras. A transformação cultural, necessária para quebrar o hiato existente entre o reconhecimento da crise social e ambiental e a construção real de práticas capazes de estruturar as bases de uma sociedade sustentável, alerta para a importância do fortalecimento de comunidades de prática e da aprendizagem social como processos e espaços/tempos que permitam: 1) a ampliação do número de pessoas no exercício desse conhecimento; 2) a comunicação entre essas pessoas, de modo a potencializar interações que tragam avanços substanciais na produção de novos repertórios e práticas de mobilização social para a sustentabilidade.
Isso reforça a dimensão da participação, compartilhamento e corresponsabilização para decidir quais são os cenários de sustentabilidade desejados. Nesse sentido, possibilitar processos participativos e de coprodução de conhecimento implica promover mais colaboração e desenvolver práticas comunicativas que estimulem um engajamento cooperativo e não diretivo dos diversos atores envolvidos.

Evento com transmissão em: http://www.iea.usp.br/aovivo