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Risco e Inovação Tecnológica

por Sandra Sedini - publicado 28/06/2019 11:20 - última modificação 30/10/2019 16:14

Detalhes do evento

Quando

de 22/10/2019 - 09:30
a 22/10/2019 - 16:30

Onde

Sala Alfredo Bosi, Rua da Praça do Relógio, 109, térreo, Cidade Universitária, São Paulo

Nome do Contato

Telefone do Contato

11 3091-1678

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3o seminário do ciclo "As Várias Faces do Risco e os Desafios da Educação na Sociedade contemporânea"

Neste encontro, o filósofo Hugh Lacey e a socióloga Julia Guivant colocam os produtos e processos da tecnociência no foco dos perigos e riscos que assombram a sociedade atual.

Lacey abordará a multiplicidade de um objeto tecnocientífico. Tal objeto não é apenas um objeto físico/químico/biológico, em que a existência é o resultado de intervenções técnicas/experimentais/instrumentais feitas no curso da pesquisa científica e cujos usos podem ser controlados efetivamente para produzir efeitos específicos. Quando incorporado em práticas sociais, ocasiona diferentes tipos de riscos, associados aos muitos tipos de objeto que ele é. Para fazer juízos credíveis acerca do valor e legitimidade dos usos de um objeto tecnocientífico é necessário investigar e avaliar os riscos de todos esses tipos.

Já Guivant, ao tratar do legado da obra “Sociedade de Risco”, de Ulrich Beck, mostra como o autor vira pelo avesso as interpretações de que a mudança climática é uma catástrofe apocalíptica, captando um processo de catástrofe emancipatória. Ele defende que, entre os bens, haveria uma transformação nas condições e na compreensão da transformação, a qual denomina metamorfoses ou mudança epocal. Esta não seria meramente uma mudança social, nem evolução, nem reforma ou revolução. Trata-se, sim, de um modo de mudar a forma da mudança.

Sobre o ciclo

Desde a publicação da obra "Sociedade de Risco: Rumo a uma Outra Modernidade” (1986), de Ulrich Beck, uma grande quantidade de trabalhos tem retomado as discussões e análises sobre como os conhecimentos científicos e tecnológicos determinaram a vida em sociedade e modificam as noções de segurança, confiança, perigo e risco.

As recentes evidências sobre as mudanças climáticas deram um contorno especial a este debate recolocando a questão do risco civilizatório na agenda atual, na qual o progresso da sociedade industrial e a sustentabilidade parecem se negar mutuamente. Dentro deste cenário de conflitos, pelo menos uma esperança parece emergir: a educação poderá desempenhar papel fundamental na superação dos impasses entre melhoria da qualidade de vida e preservação do meio ambiente.

O ciclo de seminários terá com meta fornecer subsídios para esses debates e avançar na compreensão e superação de alguns desafios da educação científica na contemporaneidade.

Coordenação

Mauricio Pietrocola (FE e IEA - USP)

Público-alvo

Aberto a todo o público acadêmico interessado no assunto, em particular, alunos de graduação, e pós-graduação, pesquisadores e profissionais de todas as áreas de conhecimento.

Inscrições

Evento público e gratuito | Com inscrição

Não há necessidade de inscrição para assistir à transmissão on-line.

Capacidade do auditório: 43 lugares

Onde estamos

Programação

9h30

Recepção e Abertura

10h

Os vários tipos de riscos presentes em ocasiões de inovações científico-tecnológicas

Um objeto tecnocientífico é um objeto de muitos tipos. Não é só um objeto físico/químico/biológico cuja existência é o resultado de intervenções técnicas/experimentais/instrumentais feitas no curso da pesquisa científica, e cujos usos podem ser controlados efetivamente para produzir efeitos específicos. É também – p. ex., quando usados em práticas sociais – um objeto ecológico e socioeconômico. Usando um objeto tecnocientífico em práticas sociais ocasiona muitos tipos diferentes de riscos, associados aos muitos tipos de objeto que ele é – como mostrarei em detalhe no caso dos objetos tecnocientíficos exemplares, organismos geneticamente modificados (transgênicos) usados na agricultura. Para fazer juízos credíveis acerca do valor e legitimidade dos usos de um objeto tecnocientífico (de que maneiras e sob quais condições?) é necessário investigar e avaliar os riscos de todos desses tipos. Discutirei o alcance das estratégias metodológicas que precisam ser adotadas para que a pesquisa fique capaz de tratar com todos dos riscos relevantes; argumentarei que a introdução das inovações tecnocientíficas nas práticas sociais deve ser acompanhada pela tomada de medidas precaucionais; e tirarei algumas implicações para a construção dos currículos para os programas da educação científica.

Expositor:

Hugh Lacey (IEA USP e Swarthmore College)

12h

Intervalo

14h

O legado de Ulrich Beck

Enquanto no livro A Sociedade de Risco Beck falava dos efeitos negativos (bads) e dos bens (goods) produzidos pela sociedade altamente industrializada, nas suas últimas obras Beck passa a considerar que, frente à mudança climática, há a possibilidade de que os bads produzam common goods. E sobre esta transformação ficarei minha apresentação. Beck vira pelo avesso as interpretações de que a mudança climática é uma catástrofe apocalíptica, captando um processo de catástrofe emancipatória. Isto se deve fundamentalmente a que entre os goods haveria uma transformação nas condições e na compreensão da transformação, que ele denomina metamorfoses ou mudança epocal. Esta não seria meramente uma mudança social, nem evolução, nem reforma ou revolução. Trata-se de um modo de mudar a forma da mudança.

Expositor:

Julia Guivant (Inst. Pesquisa em Risco e Sustentabilidade - UFSC)

Evento com transmissão em: http://www.iea.usp.br/aovivo