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Paisagens: Casa, Caminho, Água

por Sandra Sedini - publicado 07/10/2015 14:35 - última modificação 17/10/2018 14:49

Detalhes do evento

Quando

de 22/10/2015 - 09:30
a 29/10/2015 - 18:00

Onde

Veja na programação do evento

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11 3091-1678

Participantes

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O Grupo de Estudos em Política Ambiental promoverá, de 22 a 29 de outubro, um ciclo de atividades voltadas à reflexão sobre as condições fundamentais para relações equilibradas entre o Homem e seu ambiente.

Mas, como alerta Omar Ardans [1], este equilíbrio “não existe em (ou para) um indivíduo isolado, no vazio; pelo contrário, os âmbitos de convivência desse indivíduo, de participação em contextos comunitários e societários, definirão, junto com o meio físico e de objetos construídos pelos seres humanos, a particular forma de equilíbrio conquistado (ou, no pior dos casos, almejado)”. Assim, a primeira palavra-guia para a reflexão proposta deverá ser a Cidade, forma privilegiada de organização do Homem nas terras que habita (hoje, na Terra!). Não será sem razão que Lewis Mumford abriu sua alentada obra A Cultura das Cidades pela afirmação de que a cidade “é o ponto de máxima concentração do vigor e da cultura de uma comunidade”.

Por outro lado, Rosário Assunto [2] nos ensina que “o ambiente concreto, o ambiente que vivemos e do qual vivemos vivendo nele, é sempre o ambiente como forma de um território: paisagem.” – daí que a paisagem seja a nossa segunda palavra-guia, entendida aqui como a forma que a natureza e o homem deram ao território à medida que o organizaram em função da vida.

Vistas a partir destas perspectivas, paisagem e cidade podem ser compreendidas como “mais-que-espaços” inextricavelmente ligados, cujo equilíbrio tem importância crucial para a vida humana (mas não apenas) – deste equilíbrio depende tanto nossa existência orgânica quanto a persistência do modo de vida próprio de nossa comunidade/sociedade. O reconhecimento disto mobiliza nossa reflexão sobre os aspectos essenciais da relação Homem-Meio que se expressam nas paisagens e nas cidades.

Nossa epígrafe faz ressoar uma inspiradora afirmação de Jean Brunhes, que data dos primórdios do século XX:  existem três coisas essenciais para se iniciar uma comunidade humana: a casa, o caminho e a água [3]. Comentando esta afirmação, já centenária, Omar Ardans considera que seu conteúdo “em nada é contradito pelo estado atual da vida no planeta; pelo contrário, é mais atual ainda que na época de sua escrita” – e, de fato, parece mesmo ser assim.

Casa, Caminho e Água são, portanto, as coisas cuja presença e representação na Paisagem e na Cidade enfocaremos em nossas discussões. Como horizonte, a esperança de contribuir para a construção intencional, poética e compartilhada de um socioambiente mais equilibrado no futuro do que se encontra no presente...


 



[1] ARDANS, O. Comunidade, enraizamento e socioambiente. In: TASSARA, E. e RIBEIRO, S.M.P.. Política Ambiental: Contribuições interdisciplinares para um projeto de futuro. São Paulo: Educ. No prelo.

[2] Rosario Assunto, Paisagem, Ambiente, Território. Uma tentativa de clarificação conceptual. In: SERRÃO, Adriana Veríssimo (coord.), Filosofia da paisagem. Uma antologia. Lisboa, Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2011, pp. 126-129.

[3]McKenzie, R.. A comunidade humana abordada ecologicamente. In: D. Pearson, Estudos de ecologia humana. São Paulo: Ed. Martins, 2ª ed., 1970, p. 95-111. O trecho citado encontra-se na pág. 97 e faz referência à obra de Jean Brunhes, Geografia Humana, publicada originalmente em 1910 (uma tradução de Ruth Magnanini foi publicada em: Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1962).

Programação

Na abertura de cada dia haverá a apresentação do ensaio fotográfico de Maureen Bisilliat "Luz e Sombras", com textos de Euclildes da Cunha


Dia 22


Dia 26


Dia 27


Dia 28 (Não haverá transmissão)


Dia 29

Evento com transmissão em: http://www.iea.usp.br/aovivo