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Racismo e Eugenia: um Debate Médico Paulista nos Anos de 1930-1940

por Cláudia Regina - publicado 19/10/2018 15:30 - última modificação 23/09/2019 08:42

Detalhes do evento

Quando

de 04/12/2018 - 10:30
a 04/12/2018 - 12:00

Onde

Sala Alfredo Bosi, Rua Praça do Relógio, 109, Cidade Universitária, São Paulo

Nome do Contato

Telefone do Contato

11 3091-1686

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Durante os anos de 1920-1930, a medicina liberal do tipo artesanal, correspondente ao modelo tecnológico do pequeno produtor de consultório particular, era substituída por um modelo de medicina tecnológica, em arranjos de base progressivamente tecnicistas, com o paulatino empresariamento da assistência médica. A medicina pensada até então como uma prática exercida de “indivíduo para indivíduo” começa a entrar em contradição dentro do contexto de transição, ou seja, da configuração de novas articulações entre o Estado, o sistema político e a sociedade civil.

Esse novo contexto explicitava as mudanças de um profissional de conhecimento integral ao novo profissional, mais técnico e específico, apto às demandas tecno-assistenciais de acesso à assistência médica nos centros urbanos e rurais e com novas formas de produção social de serviços. Exigia-se a “especialidade” como deflagradora de políticas nos campos da pesquisa, da clínica e das organizações de caráter profilático. Entendendo o médico como um intelectual orgânico, capaz de interagir em dois níveis da estrutura social - como intelectual de uma ciência específica e como produtor de símbolos em torno de sua profissão e de sua ação política -, é preciso circunscrevê-lo num espaço de rupturas, reorganizações corporativas, dissensões políticas e simbólicas.

Ao se tratar da eugenia num contexto paulista de mudanças corporativas como as vividas na década de 1930, ela será recebida como um termo médico e por esse lugar foi incorporada às diversas especialidades. Demarcavam-se estratégias na busca de um homem ideal, reconhecido em sua individualidade para ser modificado, pois dizia-se que nem todos tinham as mesmas chances de ascender de seu estado considerado mórbido e degenerado. Entre os responsáveis por essa “missão”, a corporação médica teve papel decisivo para discutir como a eugenia podia ser ou não praticada. No caso paulista, a maioria das especialidades médicas trazia em seus estudos dimensões eugênicas, entendidas como “tecnologia científica” a ser implementada. Das ações eugenistas ambientais às medidas que visariam a restrição e até a supressão de indivíduos foi tema de longos debates, tendo na corporação sub-divisões importantes para tais embates.

Palestrante:

André Mota (Museu Histórico-FM/USP)

Moderador:

Gildo Magalhães dos Santos Filho (FFLCH e IEA/USP)

Inscrições

Evento público, gratuito e com inscrição prévia.

Público online não há necessidade de se inscrever.

Evento com transmissão em: http://www.iea.usp.br/aovivo