O que é?
Por que Sala Verde?
Sala Verde é uma metáfora baseada em dois modelos de discussão conceitual e pública: a "Caixa Verde" do artista Marcel Duchamp (1882-1968) e os chamados livros verdes (green papers) elaborados e divulgados por organismos governamentais de vários países.
Em 1934, Duchamp produziu uma edição limitada da "Caixa Verde", um conjunto de notas em papéis esparsos que detalham a produção de sua obra-prima: "O Grande Vidro" ou "A noiva despida por seus celibatários, mesmo" (1915-1923). As notas constituem uma compilação do processo de pensamento criativo do artista durante a concepção (em Paris e Nova York) e execução (em Nova York) da obra: um complemento essencial que revela importantes detalhes do processo criativo e da execução da obra. Para Duchamp, portanto, a Caixa Verde não era uma chave para desvendar os segredos da obra. Muito mais do que um simples guia para a sua compreensão, a Caixa Verde era uma espécie de complemento verbal/textual/gráfico da obra plástica (do objeto em si) que possibilitou a ampliação dos modos de representação de suas ideias.
O primeiro livro verde (green paper, termo cunhado pelos diários londrinos por causa da cor da capa desse tipo de documento) foi lançado pela Câmara dos Comuns do Reino Unido em 1967. Tratava-se de uma declaração governamental com propostas a serem discutidas por toda a nação. Esse documento serviu de exemplo para o uso regular pelos governos de vários países de documentos para discussão ou consulta pública (no Brasil, um dos exemplos é o Livro Verde da Ciência, Tecnologia e Inovação, lançado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação em 2001).
Para ter uma ideia de como a Sala Verde foi constituída como uma plataforma de registro e memória institucional, consulte as notícias e os eventos relacionados.
Há também três publicações desenvolvidas durante a gestão que correspondem diretamente a esse conceito, denominadas OGNIs: Objetos Gráficos Não-Identificados. A primeira traz uma síntese das atividades realizadas pelo IEA-USP no ano de 2013, quando o prédio ocupado pela reitoria da USP e outras unidades, inclusive o IEA, foi invadido e depredado. Os outros dois OGNIs foram produzidos ao término da gestão, sendo um dedicado à Academia Intercontinental, projeto transdisciplinar do Ubias (University Based Institutes for Advanced Studies), e o outro como relatório final da gestão.