Você está aqui: Página Inicial / MIDIATECA / Vídeos / Vídeos 2024 / A Noite no Plioceno e a Pedra como Míssil

A Noite no Plioceno e a Pedra como Míssil

por Jorge Paulo Soares - publicado 19/11/2024 10:00 - última modificação 21/11/2024 12:12

Num ambiente florestal as rochas superficiais são menos visíveis e menos acessíveis. Em desfiladeiros ou nas savanas, rochas de todos os tamanhos são mais abundantes, e caminhar ou correr exige uma observação constante e cuidadosa desses obstáculos. É possível que as mudanças climáticas aumentaram a disponibilidade de rochas, fornecendo matéria prima ideal para serem arremessadas pelas espécies de hominínios, ou para serem usadas como martelo e bigorna na extração de nozes, crustáceos e medula óssea. Ou seja, a abundância quase permanente de uma seleção de pedras soltas pode ter provocado maior aptidão do seu uso. O ato de arremessar é universal e homens tendem a selecionar uma massa “ideal” em termos de energia de impacto de ~480 g: uma constante por mais de 2 milhões de anos. Para obter o máximo impacto, um arremesso requer o uso de um braço preferido, levando o gênero homo a ser, majoritariamente, destro. Os artefatos olduvaienses sugerem que o comportamento de selecionar material para arremessar antecedeu o lascamento da pedra por um período suficiente para o desenvolvimento de um nível instintivo onde a força é aplicada com a mão direita. Os esferóides de Ain Hanech (~2 Ma) demonstram a habilidade de moldar pedras para um desejado formato e tamanho, levando à ferramenta onipresente: o biface (‘handaxe’).


Participantes:

Walter Neves

Alan Cannell



19/11/24 10:00

Duração:

1 hora e 16 minutos.


 

Local:
Sala Alfredo Bosi
Rua Praça do Relógio, 109  -  Cidade Universitária / São Paulo