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2ª Intercontinental Academia inicia em agosto trabalhos da fase Bielefeld

por Sylvia Miguel - publicado 07/07/2016 16:35 - última modificação 25/07/2016 16:12

Israel e Alemanha prosseguem parceria iniciada em Jerusalém. Programação com debates e pesquisas sobre direitos humanos vai de 1 a 12 de agosto.
Universidade de Bielefeld

Campus da Universidade de Bielefeld, Alemanha, sediará a 2ª Intercontinental Academia

Numa iniciativa inédita, Israel e Alemanha juntaram suas sensibilidades únicas para o tema da dignidade humana e organizaram a 2ª Intercontinental Academia (ICA). Em sua segunda fase, o projeto será sediado pelo  Centro para Pesquisas Interdisciplinares (Zentrum für interdisziplinäre Forschung - ZiF) da Universidade de Bielefeld, Alemanha, de 1 a 12 de agosto.

A primeira etapa das discussões, realizada no Instituto Israel para Estudos Avançados da Universidade Hebraica de Jerusalém, entre 6 e 20 de março de 2016, seguiu o mesmo formato de aulas magnas e colaborações científicas e culturais entre gerações de cientistas que será adotado em Bielefeld.

A ICA é uma iniciativa da rede Ubias, associação internacional que congrega 34 institutos de estudos avançados baseados em universidades de 19 países, que visa a fomentar a pesquisa em rede e a formação de novas lideranças. A primeira edição investigou o tema ‘tempo’ e teve a organização do IEA-USP e do Institute for Advanced Research da Universidade de Nagoya, Japão. A primeira etapa aconteceu em São Paulo de 17 a 29 de abril e a segunda, em Nagoya, de 6 a 18 de março.

Participantes II Edição ICA - Jerusalém

Participantes da ICA em Jerusalém, no encontro que iniciou trabalhos sobre direitos humanos

 

Israel e Alemanha têm se esforçado para definir suas agendas e parâmetros para a dignidade humana, desde os aspectos puramente teóricos até a realidade prática de uma área que não pode ser ignorada. Os organizadores lembram que a dignidade humana está relacionada a debates éticos e práticos em inúmeras disciplinas, sendo referida em pesquisas sobre terrorismo, tortura, guerra, proteção de dados, redução da pobreza, minorias, seguridade social, escravidão, questão dos refugiados, genética, para citar alguns campos.

Nesta fase da academia, cada sessão de imersão contará com três ou quatro aulas magnas proferidas por eminentes intelectuais. Os temas incluem direito constitucional à dignidade humana; dignidade como núcleo dos direitos humanos; o reconhecimento da dignidade humana depois de sua negação; a dignidade humana na religião, entre outros.

“O equilíbrio de poder entre as autoridades jurídicas, políticas e governamentais e os indivíduos que vivem sob essas autoridades sempre foi um tema delicado, vulnerável a abusos. É um equilíbrio que deve ser continuamente redefinido”, segundo os organizadores.

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Mais informações:
http://intercontinental-academia.ubias.net/

Com a abertura conduzida por Martin Egelhaaf, vice-presidente da Universidade de Bielefeld, Marc Schalenberg (ZiF) e Michal Linial (IIAS), a aula magna inaugural da segunda fase da 2ª ICA terá como tema “The constitutional clause on respecting human dignity (article 1 of german Constitution)”. A programação completa pode ser conferida aqui.

Ainda na sessão de abertura, a questão da dignidade humana na Constituição federal alemã passa a ser apresentada por Gertrude Lübbe-Wolf, que apresenta uma revisão sobre o significado da cláusula I e da cláusula II sobre a dignidade na Constituição alemã.

Akemi Kamimura

Akemi Kamimura fala sobre direitos humanos em prisões brasileiras no primeiro dia da programação

Entre as exposições do primeiro dia, a pesquisadora brasileira Akemi Kamimura dará a visão do Brasil a respeito da dignidade humana em prisões. Advogada e militante dos direitos humanos, Akemi está entre os 21 jovens pesquisadores selecionados para esta ICA. Ela foi um dos três brasileiros indicados pelo IEA para participar da segunda edição, que tem 17 mulheres entre os jovens pesquisadores participantes.

Akemi é mestre em direitos humanos pela Faculdade de Direito (FD) da USP. Em 2014, foi bolsista no Instituto Max Planck de Direito Público Comparativo, em Heidelberg, Alemanha. Em 2010, foi aluna do curso Direitos Humanos e Mulheres: Teoria e Prática do Centro de Derechos Humanos da Facultad de Derecho da Universidad de Chile, em Santiago.

Tem atuado profissionalmente em projetos e instituições ligados aos direitos humanos desde 2000. Em 2013 e 2014, foi consultora da Unesco para a coordenação de uma projeto de sistematização de recomendações sobre direitos humanos feitas por organismos da ONU e da Organização dos Estados Americanos (OEA).