A modelagem computacional no estudo da distribuição geográfica de espécies
O biólogo Andrew Townsend Peterson, do Centro de Pesquisa em Biodiversidade e Museu de História Natural da Universidade do Kansas, EUA, será o expositor do encontro "Modelagem da Geografia da Biodiversidade", que acontece no IEA no dia 23 de outubro, das 9h30 às 12h30.
Peterson é um dos expoentes mundiais em modelagem computacional de biodiversidade e fará duas exposições no encontro, que terá também uma apresentação sobre "Modelagem de Nicho Ecológico" com a equipe do projeto temático Fapesp openModeller, que reúne especialistas do Centro de Referência em Informação Ambiental (Cria), Escola Politécnica (EP) da USP e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O é uma ferramenta de modelagem que será usada em projeto sobre polinizadores apoiado pelo CNPq. Esse projeto conta com a participação do Grupo de Estudos de Serviços de Ecossistemas, criado recentemente no IEA e coordenado por Vera Lúcia Imperatriz Fonseca, do Instituto de Biociências (IB) da USP.
O evento terá coordenação de Vera Lúcia. Será em inglês e com a seguinte programação:
9h30-9h45 | Abertura Vera Lúcia Imperatriz Fonseca (IEA e IB-USP), Antonio Mauro Saraiva (EP-USP) e Vanderlei Perez Canhos (Cria) |
9h45-10h30 | Modeling the Geography of Biodiversity: Concept and Data Requirements Andrew Townsend Peterson (Universidade do Kansas, EUA) |
10h30-10h45 | Intervalo |
10h45-11h15 | openModeller New Computational Tools for Ecological Niche Modeling Equipe do openModeller |
11h15-11h45 | Modeling the Geography of Biodiversity: Case Studies and Applications Andrew Townsend Peterson (Universidade do Kansas, EUA) |
11h45-12h15 | Debate Andrew Townsend Peterson (Universidade do Kansas, EUA), Gilberto Camara (Inpe), Antonio Mauro Saraiva (EP-USP), Vanderlei Perez Canhos (Cria) e equipe openModeller |
12h15-12h30 | Perguntas do público |
CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS
Os dados primários de amostras biológicas presentes em coleções científicas e as informações taxonômicas (relativas à classificação dos espécimes) associadas a essas amostras são fundamentais para a construção de cenários do impacto da perda da biodiversidade decorrente da degradação ambiental e mudanças climáticas, segundo os integrantes do projeto openModeller e do grupo do IEA.
Os pesquisadores explicam que a definição de políticas e estratégias para a conservação e uso sustentável da biodiversidade depende da consolidação de uma infra-estrutura compartilhada de dados biológicos e do desenvolvimento de novas ferramentas computacionais para a integração, análise, síntese e visualização dinâmica dos dados.
Desenvolvimentos recentes associados à adoção de padrões e protocolos e a crescente integração entre sistemas de informação estão promovendo avanços na área de informática para biodiversidade: "Esses avanços estão abrindo novas perspectivas para a avaliação do impacto da perda de biodiversidade e a conseqüente adoção de medidas de adaptação e definição de políticas e estratégias nas áreas de saúde, agricultura e meio ambiente".
No Brasil, a rede é um sistema de informação que permite a integração dinâmica de dados primários de espécimes armazenados em coleções biológicas distribuídas. Adota padrões e protocolos internacionalmente aceitos e técnicas de espelhamento de dados em nós regionais conectados pela internet. Disponibiliza ferramentas para a correção e visualização de dados e indicadores da evolução da rede.
Inicialmente implantada com o projeto do Biota/Fapesp, Instituto Virtual da Biodiversidade, a rede speciesLink vem sendo ampliada com o aporte de recursos de outras fontes de financiamento. No momento contém cerca de 2,8 milhões de registros de mais de 150 de coleções e subcoleções associadas à rede.
A análise de dados biológicos e ambientais, associada a cenários climáticos futuros, permite a modelagem de distribuição geográfica potencial de espécies. Estas análises requerem dados ambientais em escalas adequadas (mapas climáticos atuais e futuros), dados bióticos (registros de ocorrência e distribuição das espécies) e algoritmos para a modelagem da distribuição geográfica potencial atual e futura das espécies. "Muitos desses problemas estão sendo resolvidos com o desenvolvimento do ambiente computacional de modelagem openModeller".
Assista ao Vídeo do Evento:
Modeling the Geography of Biodiversity