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A perda de sentido nas relações entre o ser humano e a natureza

por Mauro Bellesa - publicado 29/09/2014 14:25 - última modificação 26/10/2015 08:54

Terceiro encontro do ciclo "Em Busca do Sentido Perdido" teve conferência de Ricardo Abramovay sobre as separações entre sociedade e natureza e economia e ética na contemporaneidade.
Seminário O Ser Humano e a Natureza
John Wilkinson, Ricardo Abramovay, Dalia Maimon e Bernardo Sorj durante o seminário "O Ser Humano e a Natureza"

“O mundo contemporâneo se apoia numa dupla e ilusória separação entre sociedade e natureza e entre economia e ética”. Ricardo Abramovay, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) e do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da USP, partiu dessa proposição para tratar da perda de sentido nas relações entre o ser humano e a natureza na conferência que fez no terceiro encontro do ciclo “Em Busca do Sentido Perdido”, no dia 3 de setembro.

Os comentaristas da exposição de Abramovay foram o sociólogo John Wilkinson, da Universidade Rural do Rio de Janeiro, e a economista Dalia Maimon, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O moderador foi o cientista político Bernardo Sorj, professor visitante do IEA e coordenador do ciclo.

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SOCIEDADE X NATUREZA

Para Abramovay, pode-se falar do afastamento entre sociedade e natureza em três aspectos. O primeiro deles é que a humanidade continua a atuar como se os limites naturais não existissem. “Já ultrapassamos limites ecossistêmicos em três dimensões cruciais da vida social (mudanças climáticas, erosão da biodiversidade e ciclo do nitrogênio) e estamos em risco de fazê-lo em seis outras. As decisões sociais sobre o uso de recursos não levam em conta que a economia é parte da sociedade e que a sociedade só existe em função do conjunto de condições naturais que a civilização contemporânea está destruindo.”

O segundo aspecto é filosófico e “não menos importante”. Desde a revolução copernicana, a natureza foi vista na filosofia ocidental como pura passividade, com a atividade sendo uma prerrogativa dos indivíduos, “algo totalmente diferente, por exemplo, da cosmologia ameríndia, onde a natureza é permanentemente animada e a sociedade, de certa forma, naturalizada, com o sentido totalmente presente”.

O terceiro aspecto mencionado por Abramovay é o fato de a separação entre sociedade e natureza se exprimir de maneira particularmente nítida nas ciências sociais, que “só se formaram à medida que se emanciparam da natureza”: “Em Émile Durkheim, o social explica o social, não existe mundo natural; em Max Weber, há uma forte preocupação em distinguir explicação psicológica de explicação sociológica e ele nem sequer fala da natureza humana”.

O conferencista explicou que os fisiocratas viam algo físico no valor, que deixou de apresentar essa característica em Adam Smith, mas ainda manteve relação com algo energético, o trabalho humano. “Na revolução marginalista [segunda metade do século 19], nada físico, energético pertence à noção de valor, que se torna estritamente subjetivo. Entre os pensadores clássicos, talvez Marx seja o que tenha na base de seu sistema de pensamento a relação entre sociedade e natureza.”

ECONOMIA X ÉTICA

Em relação à separação entre economia e ética, Abramovay comentou que isso ocorreu no século 19: “A revolução neoclássica, com a transição para a economia pura, é a expressão mais clara desta separação. Quem mostra isso de forma muito interessante é Amartya Sem no livro “Ética e Economia”.

Para Abramovay, essa separação significa que as atividades econômicas não se regem mais pelas preocupações com o bem-estar dos outros, tornam-se um sistema automático, no qual cada um se ocupa de seus próprios objetivos e o resultado é o aumento geral da riqueza.

Levando em consideração a definição aristotélica da ética como a ciência das finalidades, Abramovay considera que a economia moderna se constituiu à medida que o tema da finalidade deixou de ser um tema da disciplina, com a  produção de riqueza tornando-se independente de qualquer objetivo que não seja a própria produção de riqueza.

CORRENTES DE PENSAMENTO

Na última parte de sua exposição, Abramovay identificou três correntes de pensamento relevantes para a reflexão sobre a relação entre a sociedade e a natureza e entre a economia e a ética.

A primeira delas é a sociologia ou antropologia da ciência e da tecnologia. “Essa corrente tem como expoentes mais conhecidos Bruno Latour e Michel Callon e preconiza que se coloque a ciência no âmbito da democracia, ou seja, que a ciência deixe a torre de marfim em que o ethos científico a colocou e assuma que está totalmente mergulhada na vida social.”

Para Abramovay, talvez a contribuição mais importante dessa corrente seja a ideia de que não somos o único sujeito da história: “Os objetos, a própria terra falam, estão falando cada vez mais alto e a imagem de uma natureza inerte, passiva, pronta para receber nosso engenho, provou-se completamente equivocada e catastrófica. Cultivar essa imagem é sinal de arrogância e, no entanto, é o que faz boa parte da geoengenharia, como mostra Clyde Haminton no livro ‘Earthmasters – Playing God with the Climate’.”

A segunda corrente de pensamento é a da economia ecológica, que tem como ponto de partida “contestar a noção de economia como um sistema de fluxos entre a renda das famílias e as empresas e vice-versa, um sistema fechado, onde há a participação dos governos e outros componentes, mas onde não são considerados, o sol, a poluição e outros aspectos ambientais, com tudo aquilo que não faz parte da renda sendo tratado como externalidade, que só entra no sistema se puder ser incorporado, ainda que artificialmente, ao sistema de preços”.

A grande contribuição da economia ecológica, segundo o conferencista, é repensar a relação entre sociedade e natureza e, portanto, repensar o próprio sentido do crescimento econômico, o qual, por depender de recursos finitos, não pode ser considerado infinito.

A terceira corrente de pensamento fundamental é o pensamento de Amartya Sem, de acordo com Abramovay, cuja definição para desenvolvimento como “um processo de expansão permanente das liberdades substantivas dos seres humanos explicita que o desenvolvimento não são coisas, mas o que as pessoas fazem com as coisas. Isso é uma contribuição fundamental que nos permite pensar a reinserção da ética no interior da economia”.

SUJEIÇÃO À CIÊNCIA

O primeiro comentarista, John Wilkinson, disse que a questão da separação da economia e da ciência da sociedade na concepção das ciências sociais é apenas aparente, pois “a economia e a ciência não simplesmente descrevem a economia e a natureza, mas definem normativamente como a natureza deve ser encarada”.

A consolidação da economia inglesa e sua globalização eram explicitamente vistas como a aplicação da teoria de vantagens comparativas e sua transformação em políticas, de acordo com o comentarista. Então, não é simplesmente uma questão de automização ou objetividade, mas “a sujeição da economia e da sociedade à uma concepção da ciência”.

Segundo Wilkinson, a partir dos anos 70, surgiram, tanto na Europa continental quanto no mundo anglo-saxônico, maneiras alternativas de ver esse processo de reflexão sobre a economia e a natureza. “A teoria das convenções introduziu a noção de valores e explicitou-os como intrínsecos à atividade econômica.”

Ele acrescentou que, além dos valores éticos, há também os valores estéticos cívicos. Os estéticos não são uma trivialidade, um luxo, mas “uma maneira de se relacionar com a natureza, de valorizar os componentes da natureza, a madeira e demais matérias-primas, o senso de craft em relação à produção”. Isso, na sua opinião, abre uma visão de que na vida econômica não é apenas o produto final que importa, mas também o processo produtivo e os recursos que são utilizados na atividade. Os valores cívicos “não são só o direito de propriedade, mas um conjunto de direitos, tanto de identidade quanto distributivos”.

Outra ideia fundamental para Wilkinson é a concepção do economista Karl Polanyi de que a vida econômica tem sua lógica própria, sua autonomia, mas é enraizada na vida social e na natureza. “Ele captou essa ideia na noção de que o grande perigo é tratar como mercadorias os elementos essenciais da vida humana e da natureza, como a terra, o trabalho e o dinheiro como intermediação das transações econômicas.”

OTIMISMO

Para ele, Abramovay poderia ter apresentado uma visão mais otimista em relação ao leque de opões, na qual os commons (bens comuns) estão sendo ampliados, onde se expande uma economia de sharing (compartilhamento) em vez de uma economia de simples troca e onde são importantes a reciclagem, o reuso e a energia descentralizada.

Wilkinson considera que não é o caso nem de pessimismo absoluto nem de otimismo absoluto, mas de reconhecer que o embate entre essas visões alternativas vai continuar assegurando que nenhum extremismo se imponha e que haverá uma mistura de visões de como lidar com as questões da natureza e da vida coletiva.

Em relação aos comentários feitos por Wilkinson, Abramovay disse que ao enfatizar a separação entre economia e ética se apoia fundamentalmente em três autores: Polanye, André Gorz e Lois Dumont. No entanto, destacou que quando Gorz fala em busca de sentido (a expressão aparece como complemento do título do livro de Gorz “A Metamorfose do Trabalho, Uma Crítica à Razão Econômica”), isso significa impedir que as atividades mercantis colonizem o conjunto da vida, que o mercado tome conta das vidas das pessoas.

Na opinião de Abramovay, é preciso entender “as condições sociais de desenvolvimento do mercado e não, como faz Polanye, dizer que a economia está inserida na sociedade até o capitalismo, mas quando chega nele ela se autonomiza da sociedade”.

ECONOMIA E SOCIEDADE

O conferencista acrescentou que a nova sociologia econômica contesta essa concepção e defende que também no capitalismo a economia está inserida na sociedade, o que leva ao desafio: “Não basta dizer que os grandes ideais emancipatórios de natureza socioambiental têm que se incorporar aos indivíduos, se incorporar aos governos. O grande desafio é que vivemos numa economia de agentes privados que controlam a grande maioria dos recursos e ninguém sabe como se faz esse processo de incorporação numa economia descentralizada”.

Dalia Maimon, a segunda comentarista, disse que quando começou a pesquisar as contribuições dos economistas à temática ambiental se confrontou com a partição entre ciências naturais e ciências sociais. Para ela, a questão ambiental contribuiu também para o novo paradigma de conhecimento da interrelação entre as duas áreas científicas.

A dupla origem das questões ambientais nas ciências da natureza e ciências sociais acarretou uma dificuldade de definição do meio ambiente como objeto, segundo ela. Essa dificuldade deve-se à complexidade do meio ambiente como sistema: “Foi preciso desenvolver a aplicação de parte da teoria do caos para a obtenção de modelos que respondessem às interações das atividades econômicas com as variantes ambientais. Outra dificuldade metodológica foi a questão da multidisciplinaridade”.

De acordo com Dalia, a complexidade do objeto e, por conseguinte, a dificuldade para o estabelecimento de causas e efeitos fizeram com que a deterioração ambiental e o esgotamento de recursos naturais se tornassem campos privilegiados de atuação de várias ideologias.

Muitas vezes os problemas ambientais foram apresentados como consequência do impacto da explosão demográfica sobre os recursos limitados do planeta: “Esse foi o enfoque do Clube de Roma e também da conferência sobre população realizada no Cairo, que previa até o controle de natalidade”.

Segundo a comentarista, outra visão considerou a acumulação de capital e a maximização de lucro, com a introdução de novos padrões tecnológicos de uso e ritmos de exploração da natureza e de estilo de consumo, como causas do esgotamento dos recursos não renováveis. “Esse segunda posição, no entanto, não deu conta de explicar, por exemplo, por que nos países socialistas da Europa do Leste a deterioração ambiental foi ainda mais intensa do que nos países capitalistas vizinhos.”

Sobre a evolução do pensamento ambientalista desde os anos 90, Dalia disse que na Rio 92 o debate era sobre as convenções das florestas, mudanças climáticas, oceanos, ou seja, muito mais voltado às questões sobre biomas a serem preservados do que à uma visão do homem como habitante do planeta. “Na Rio+20, por sua vez, com a constatação de que mais 80% da população do planeta está nas cidades, as velhas estratégias de economia verde tornam-se estratégias associadas à atividade do homem, e agora discutisse estratégias dos negócios, da construção civil, para o lixo, para a água potável etc.” Com isso, o próprio objeto incorporou cada vez mais o impacto das atividades socioeconômicas sobre o meio ambiente e esse tem sido o foco desde então.

Para ela, embora a Rio+20 tenha sido considerada um fracasso, a grande contribuição foi estabelecer um sistema que pudesse mensurar o crescimento econômico com os aspectos ambientais: “Os próprios objetivos do milênio a serem cumpridos até 2015 já incorporaram de forma bem mais consolidada os objetivos ambientais; e o grupo de trabalho que está estudando a colocação das questões ambientais no PIB já está bastante desenvolvido”.

EDUCAÇÃO

A segunda parte do evento foi dedicada a um debate entre os integrantes da mesa e o público. Pedro Paulo, economista presente na plateia, perguntou como é possível inserir o aspecto da educação no debate sobre as relações entre o ser humano e a natureza.

Em resposta, Wilkinson disse que à educação é uma questão de prática, sobre como os indivíduos se comportam: “Nas creches no Brasil e em outros países, vemos que a orientação é extremamente prática em termos ecológicos e as crianças levam isso para casa e começam a questionar os pais.”

Dalia comentou que não acha que passa apenas pela educação o caminho da conciliação do conflito entre a melhoria do bem-estar e a harmonia ambiental, pois na verdade o conflito é um problema “intrínseco à própria sociedade de consumo”.

Para ela, o fato de as conferências sobre mudanças climáticas darem ênfase às inovações tecnológicas redutoras de intensidade energética e não tratarem do consumo, de sua estrutura e de como deveria ser mais responsável demonstra que “existe uma tendência de manutenção de certo tipo de acumulação de capital, de certo tipo de formação de lucro”.

DESIGUALDADE

Bernardo Sorj, coordenador do evento e do ciclo, indagou sobre a opinião de alguns autores, que às vezes consideram a temática ambiental uma vaidade de pessoas ricas. Também quis saber dos expositores o quanto a temática ambiental poderia ser aproveitada para uma agenda de luta por maior igualdade social, "uma vez  que o mundo está num período da história em que a desigualdade social aumentou enormemente e coloca vários problemas, inclusive para a própria democracia".

Abramovay respondeu que é uma questão central situar as desigualdades globais a partir da disparidade no consumo de energia e de materiais: “A humanidade consome em média 10 toneladas per capita por ano de biomassa, combustíveis fósseis, material de construção e minérios. Mas um americano consome 25 toneladas e um indiano consome 2 toneladas. E as proporções são similares para emissões de carbono, consumo de energia e consumo de água. O vínculo entre a questão ambiental e a desigualdade é que, no nível de disparidade que temos hoje, será impossível persistir no processo de ascensão social que marca o mundo contemporâneo, com a incorporação de 70 a 80 milhões de pessoas anualmente numa espécie de nova classe média".

ABUNDÂNCIA

O conferencista mencionou que, por outro lado, há uma vertente de especialistas que considera que o mundo está entrando numa economia de abundância, não de escassez, e que produzir bens e prestar serviços vai ser cada vez mais barato, levando à superação das discussões sobre limites. Essa é a posição de William McDonough e Michael Braungart no livro que escreveram com Bill Clinton chamado  “Upcicle: Beyond Sustainability – Designing for Abudance”, em 2013. “A grande maioria dos adeptos da economia ecológica, porém, insiste no tema dos limites. Eu tendo a ter mais simpatia por esta vertente, mas acho que a questão da economia da abundância é muito importante.”

Também respondendo a Sorj, Wilkinson disse que a preocupação ambiental foi um tipo de desdobramento do movimento hippie associado a um certo luxo de afluência, mas “hoje as coisas estão ligadas a questões da vida coletiva básica, como o transporte, a vida em cidades etc”.

Quanto à desigualdade, Wilkinson disse que há certa redistribuição agregada entre os países do Norte e do Sul, mas dentro dos países tanto do Norte quanto do Sul a desigualdade de renda tem aumentado consideravelmente. “Isso não está ligado especificamente ao meio ambiente, mas mostra que os valores ambientais não são os que norteiam a dinâmica econômica.”

CRESCIMENTO ECONÔMICO

Sonia Maria Barros de Oliveira, professora do Instituto de Geociências da USP, quis saber dos integrantes da mesa como se deve tratar da questão do crescimento econômico, levando-se em conta os limites naturais numa sociedade muito desigual.

Abramovay respondeu a partir do caso brasileiro. Disse ser óbvio que o pais precisa crescer, “e aí a questão do sentido é absolutamente crucial para resolver esse aspecto empírico, material: crescer fazendo o quê, oferecendo o quê para a sociedade? É impressionante como nossos governantes insistem que a oferta de automóveis e a exploração de petróleo são dois eixos absolutamente estratégicos para a sociedade crescer”.

Na opinião dele, “uma coisa é dizer que a sociedade precisa gerar emprego e renda e para isso devem ser feitos investimentos nos segmentos que vão oferecer bens e serviços úteis para a vida social e não naqueles que são predatórios, como é o caso dessa generalização de petróleo e automóveis”. Abramovay considera que o conhecimento disponível permite que o país faça essa distinção e que isso se traduza em planejamento do governo e das próprias empresas.

REPRIMARIZAÇÃO

Um dos grandes problemas para o Brasil e para a América Latina em geral, de acordo com ele, é o fato de a região estar passando por um processo de reprimarização tão estimulante do ponto de vista empresarial – “e a China é um vetor fundamental desse processo” – que isso acaba ocupando uma parte importante das oportunidades que as próprias empresas possuem para se afirmarem economicamente.

Dalia comentou que não há mais desacoplamento entre social e ambiental, embora nem sempre as questões sociais sejam ambientais e vice-versa: “Quando se resolve, por meio da mecanização, o problema de emissão de partículas por causa de queimada da cana-de-açúcar na região de Ribeirão Preto, há a expulsão do sistema de um grande contingente de mão de obra e cria-se uma questão social. Quando melhoram os rendimentos das classes C nesse mundo emergente que envolve quase um bilhão de pessoas, que impacto isso terá sobre os recursos naturais? É possível, do ponto de vista ético, dizer para essas pessoas que elas chegaram na sociedade de consumo mas não podem consumir porque as reservas são esgotáveis?”.

POPULAÇÕES TRADICIONAIS

A última questão apresentada foi enviada por Ana Tereza Reis, da Universidade de Brasília, que assistia ao evento via internet. Nela, comentou que a defesa da natureza, contraditoriamente, tende a tomar as populações tradicionais, indígenas e não indígenas, como entraves à conservação da biodiversidade, apesar das evidências de que a biodiversidade da Amazônia se deve em boa medida à presença histórica dessas populações e de seus modos de vida.

Abramovay disse concordar plenamente com ela: “Não é possível separar a defesa da natureza do fortalecimento da vida comunitária de sociedades tradicionais. Essa ideia de que essas comunidades sejam obstáculos à manutenção da biodiversidade deve ser combatida”.

Foto: Sandra Codo/IEA