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Estudo examina a arqueologia como paradigma de interdisciplinaridade

por Mauro Bellesa - publicado 10/03/2017 12:50 - última modificação 14/03/2017 10:30

Astolfo Gomes de Mello Araujo, do MAE-USP, foi um dos participantes da primeira edição do Programa Ano Sabático no IEA.
Astolfo Gomes de Mello Araújo
Astolfo Gomes de Mello Araujo

O arqueólogo Astolfo Gomes de Mello Araujo, professor do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP, desenvolveu parte da pesquisa para sua futura tese de livre docência durante o período em que participou do Programa Ano Sabático no IEA.

O tema do estudo é "Ontologia e Epistemologia de uma (Inter)Disciplina: A Arqueologia como Paradigma de Interdisciplinaridade e suas Implicações Teóricas e Práticas".

A experiência do ano sabático no IEA foi rica, segundo ele, por possibilitar a convivência com pesquisadores de áreas totalmente distintas da sua e, portanto, permitir que voltasse a ter contato com diferenças de enfoque, pensamento e objeto de estudo. "Esta possibilidade é cada vez mais reduzida na academia moderna, o que torna os pesquisadores cada vez menos permeáveis a conhecimentos e pontos de vista externos às suas áreas", disse o pesquisador.

Para Araujo, essa situação é bastante deletéria para o ensino de graduação, quando os alunos deveriam ser expostos a visões complementares e, às vezes, conflitantes dos diferentes ramos do conhecimento, e aprender a navegar em outras áreas. "O problema é que os professores não cultivam essa capacidade. Daí o papel fundamental do IEA na Universidade", comentou.

Ele utilizou o período sabático para realizar as leituras necessárias ao desenvolvimento da pesquisa e ao acompanhamento de conferências e seminários relacionados com interdisciplinaridade, tanto ao vivo quanto via vídeos presentes na Midiateca do Instituto. Resultados parciais da pesquisa serão publicados na forma de artigo e a pesquisa completa será sua tese de livre docência, que depois será editada como livro.

Parte da pesquisa foi apresentada por Araujo no 8º Congresso Mundial de Arqueologia, realizado de 28 de agosto a 2 de setembro em Kyoto, Japão. "Sem o auxílio do IEA essa participação não teria sido possível."

Foto: Leonor Calasans/IEA-USP