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Artigo revisita o modelo de dispersão do Homo sapiens pelo mundo

por Beatriz Herminio - publicado 27/05/2022 14:10 - última modificação 27/05/2022 14:11

Artigo "Uma outra jornada para o sapiens", publicado pela revista Scientific American Brasil, aborda a dispersão do Homo sapiens pelo mundo e sua saída do continente africano

Capa livro Scientific American
Capa da edição 230 da revista Scientific American Brasil
Os pesquisadores do IEA Walter Neves e Gabriel Rocha publicaram artigo que revisita o modelo de dispersão do Homo sapiens pelo mundo e sua saída do continente africano. Na edição 230 da Scientific American Brasil, o artigo "Uma outra jornada para o sapiens" explora a mudança de perspectiva que a paleoantropologia e a arqueologia atravessam. O texto pode ser acessado pelos assinantes da revista.


Segundo os autores, a ideia de uma única leva migratória que deixou o continente por volta de 50 mil anos atrás e colonizou todo o Velho Mundo, substituindo as espécies arcaicas encontradas pelo caminho, – conforme o "restrito modelo" Out of Africa – não se sustenta mais.

Essa ideia é reforçada por alguns fatores, como evidências de uma ocupação do continente asiático por humanos modernos mais antiga que 50 mil anos e a descoberta de um fragmento craniano potencialmente sapiens na Europa, que estaria entre os mais antigos humanos conhecidos. Os dados expostos no artigo mostram que as expansões mais antigas do sapiens contribuíram geneticamente para a formação de populações humanas atuais e até de outras espécies, como os neandertais.

Para os autores, é importante encarar nossa saída da África não como uma colonização rápida, mas como um cenário complexo envolvendo múltiplas ondas migratórias que carregaram consigo parte de suas culturas. Além disso, as evidências de dispersões antigas revelam que nossa espécie saiu da África antes do surgimento do Paleolítico Superior, o que desmonta a ideia de que sua invenção foi necessária para nossa expansão pelo mundo, afirmam.

A macroevolução humana e a ocupação inicial das Américas é tema de pesquisa de Walter Neves, professor sênior do IEA. Desde o início da carreira, ele se dedica à divulgação científica para o grande público. Já Gabriel Rocha vem trabalhando com morfologia craniana de hominínios plio-pleistocênicos e com o desenvolvimento evolutivo da linguagem humana enquanto estagiário do instituto e do Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos.