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Conferência relaciona o poder dos livros com o medo e as censuras através da história

por Vinícius Sayão - publicado 20/07/2017 15:40 - última modificação 08/08/2017 16:44

Jean-Yves Mollier, da Universidade de Versailles Saint-Quentin-en-Yvelines, França, refletirá sobre o papel e o lugar do impresso nas sociedades contemporâneas, a partir de uma perspectiva histórica

 Jean-Yves Michel Mollier
Jean-Yves Mollier refletirá sobre o papel e o lugar do impresso nas sociedades contemporâneas (Foto: acervo pessoal)

O poder dos livros e como eles foram combatidos e censurados através dos séculos será tema de encontro que acontece na Sala de Eventos do IEA, no dia 17 de agosto, às 10h30. Quem tem medo dos livros? terá conferência de Jean-Yves Mollier, professor emérito da Universidade de Versailles Saint-Quentin-en-Yvelines, França, sob a coordenação de Marisa Midori Deaecto, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e que integra o Programa Ano Sabático do IEA este ano. O evento tem o apoio do Consulado Geral da França em São Paulo e do Institut Français no Brasil. Mollier falará em francês, com tradução simultânea e transmissão ao vivo pela web. Para participação presencial, é necessário inscrição prévia.

Mollier dedicou sua carreira à história do livro, da edição e das práticas de leitura na França do século XIX ao século XXI. Dentre seus livros está O Dinheiro e as Letras (História do Capitalismo Editorial), publicado e traduzido em diversos países, inclusive no Brasil (Edusp, 2010), e que marcou toda uma geração de pesquisadores.

Durante a história, os livros geraram opiniões distintas quanto a sua importância. O escritor Marie-Joseph Chénie, imortal autor de Chant du départ, por exemplo, dizia que “é aos livros que devemos a Revolução”, citando a Revolução Francesa de 1789. Já o jesuíta suíço, Nicolas de Diesbach, disse em sua obra Le Chrétien catholique inviolablement attaché à sa religion (O cristão católico inviolavelmente atado à sua religião), de 1771, que o texto impresso era como uma arma terrível a serviço do demônio.

Librorum Prohibitorum
Index librorum prohibitorum foi uma forma de censura da Igreja Católica

Ainda neste aspecto, a Igreja Católica produziu, no século XVI, o Index librorum prohibitorum, uma lista de obras proibidas pela Igreja. As obras eram incluídas caso contivessem teorias que ela não apoiava. Criada em 1559, a lista passou por diversas atualizações e foi abolida apenas no século XX, em 1966, pelo Papa Paulo VI.

“Esses e outros exemplos nos conduz a inquirir sobre a relação entre o livro e o medo. A censura e o poder. Num só termo, a temática nos leva a refletir sobre o papel e o lugar do impresso nas sociedades contemporâneas, a partir de uma perspectiva histórica”, comenta Marisa.

A pergunta “quem tem medo dos livros?”, além de estimular algumas questões sobre o “medo”, propõe-se a colocar a mídia impressa – e, particularmente o livro – como um protagonista dessa história mais ampla de poder e censura.

O medo será o mote de diversos eventos feitos pelos institutos de estudos avançados integrantes da rede internacional Ubias (University-Based Institutes for Advanced Study), que o escolheu como tema do ano. A ideia é produzir discussão dos aspectos políticos, sociológicos, psicossociais, neurológicos, biológicos e culturais do medo.



Quem tem medo dos livros?
17 de agosto, às 10h30
Sala de Eventos do IEA - Rua da Praça do Relógio, 109, bloco K, 5º andar, Cidade Universitária, São Paulo
Evento gratuito, com transmissão ao vivo pela internet
Inscrições via formulário
Mais informações: Claudia Regina (clauregi@usp.br), telefone: (11) 3091-1686
Página do evento

 

 

 

 


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