Em seminário, pesquisadores analisam o papel do Congresso, dos deputados e dos partidos na democracia
Autores de livro sobre o tema abordarão o que vêem como déficits e distorções da democracia brasileira
Moisés é integrante do Grupo de Pesquisa Qualidade da Democracia, do IEA, e organiza um seminário com o mesmo nome de seu livro para discutir questões levantadas nele. Será no dia 4 de novembro, às 9h30, com encerramento previsto para 17h [veja a programação]. Para participar presencialmente, é preciso se inscrever. A transmissão ao vivo pela internet não requer inscrição. O lançamento oficial da obra acontece no dia 31 de outubro, às 18h, na livraria Martins Fontes, da Av. Paulista, em São Paulo.
Segundo Moisés, a crise do regime democrático brasileiro se caracteriza, entre outros aspectos, pelo eleitor se sentindo manipulado pela ação dos políticos e considerando que o regime não o representa nem entrega o que promete. “É como se a política tivesse perdido a capacidade de afetar a vida das pessoas comuns”, analisa.
Os autores dos artigos que compõem o livro analisam o que veem como déficits e distorções da democracia, a partir da avaliação do desempenho dos parlamentares brasileiros e dos principais partidos políticos no período entre 1995 e 2010. Aspectos do combate à corrupção e da governança da área da cultura também são abordados.
Cada um deles vai expor, no seminário, os temas que abordaram no livro. O primeiro painel, “O Desempenho e Papel dos Parlamentares”, será composto por Moisés e pelos pesquisadores Beatriz Rodrigues Sanchez, Lucas Malta Mingardi e Rafael Moreira Dardaque. Em seguida, “O Papel dos Partidos Políticos” terá Moisés, Gabriela de Oliveira e Eduardo Lazzari. Bruno Rico e José Veríssimo compõem o último painel, intitulado “Questões de Corrupção e Governança da Cultura”.
Claudio Couto, professor adjunto do Departamento de Gestão Pública da Fundação Getúlio Vargas, Marcelo Issa, mestre em ciências sociais pela PUC-SP, e João Gabriel de Lima, editor-executivo do jornal O Estado de S. Paulo e professor de jornalismo na FAAP, serão os comentaristas dos debates.
Mal-estar
“Muitos avanços econômicos e sociais foram realizados por governos democráticos entre meados dos anos 90 e a primeira década do século 21”, diz Moisés. Mas, depois, esse período virtuoso se esgotou, argumenta. “As políticas econômicas levaram à recessão e ao desemprego de milhões em anos recentes, e as revelações sobre o volume e a extensão da corrupção política, bem como o agravamento da segurança pública, levaram à indignação e ao descrédito de amplos segmentos da população”.
Ainda assim, os brasileiros continuam sendo chamados a votar e a autorizar políticos e partidos a governarem em seu nome. “Entre o mal-estar com o regime e as expectativas criadas pelas campanhas eleitorais, a avaliação da qualidade da democracia permanece em aberto”, diz Moisés, que considera que apesar de seus avanços, o regime democrático ainda não está plenamente consolidado no país.
Ainda assim, os brasileiros continuam sendo chamados a votar e a autorizar políticos e partidos a governarem em seu nome. “Entre o mal-estar com o regime e as expectativas criadas pelas campanhas eleitorais, a avaliação da qualidade da democracia permanece em aberto”, diz Moisés, que considera que apesar de seus avanços, o regime democrático ainda não está plenamente consolidado no país.
Crises da Democracia: O Papel do Congresso, dos Deputados e dos Partidos
4 de novembro, 9h30
Sala Alfredo Bosi, Rua Praça do Relógio, 109, Cidade Universitária, São Paulo
Evento gratuito e aberto ao público (com inscrição prévia online) - Para assistir à transmissão ao vivo pela internet não é preciso se inscrever.
Mais informações com Cláudia R. Pereira (clauregi@usp.br). Telefone: 11 3091-1686
Página do evento