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Seminário discute a utopia do 'direito à cidade' em Henri Lefebvre

por Mauro Bellesa - publicado 06/06/2018 15:05 - última modificação 08/06/2018 15:03

No dia 18 de junho, às 9h30, no Auditório IEA, realiza-se o seminário "Henri Levebvre e a Utopia do Direito à Cidade". Os expositores serão: César Simoni Santos (IEA e FFLCH-USP), Danilo Volochko (IEA e UFP) e Paolo Colosso (IEA e FFLCH-USP). A moderação é de Ana Fani Alessandri Carlos (IEA e FFLCH-USP).
Henri Lefebvre - 1971
O filósofo francês Henri Lefebvre em 1971

Associada geralmente ao filosofo francês Henri Lefebvre (1901-1991), a ideia do "direto à cidade" - que inclusive dá nome a seu famoso livro de 1968 - "tem sido banalizada e, numa leitura instrumentalizada, se tornou o seu outro", de acordo com a geógrafa Ana Fani, professora da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e coordenadora do Grupo de Estudos Teoria Urbana Crítica do IEA.

Para debater o real significado da ideia, o grupo de estudos realiza no dia 18 de junho, às 9h30, o seminário Henri Lefebvre e a Utopia do Direito à Cidade, com exposições de três de seus integrantes: César Simoni Santos (FFLCH-USP), Danilo Volochko (UFPr) e Paolo Colosso (FFLCH-USP). Ana Fani será a moderadora.

O evento é público e gratuito, mas exige inscrição prévia. Quem preferir assisti-lo ao vivo pela internet não precisará se inscrever.

Crítica radical

O desvirtuamento transformou o conceito em "sinônimo e critério de legitimação da política pública", em vez de utilizá-lo como "crítica radical às ações do Estado, que se constrói como avalista do processo de crescimento econômico integrado à urbanização neoliberal, portanto, da reposição daquilo que fundamenta a desigualdade no capitalismo", segundo a geógrafa.

Em contraste com esse processo de legitimação da política pública, "a crise urbana, lida através do aprofundamento das desigualdades sociais e da extensão da segregação espacial, tem trazido à tona as insurgências", afirma Ana. "Com parcela significativa da sociedade nas ruas questionando a ação da gestão pública, o debate sobre o direto à cidade emerge nos mais diferentes discursos sobre a condição urbana."

Ana explica que, em Lefebvre, o direto à cidade se localiza no debate sobre a utopia que faz parte do ato que compreende o mundo. Trata-se de "uma ação que visa o futuro da sociedade a partir da análise das contradições que geram a desigualdade presente e vivida no cotidiano".

"A crise urbana apela à urgência que com muita dificuldade se isola do pragmatismo, palco profícuo para a banalização do pensamento teórico como potência para analisar e transformar o mundo moderno."

O objetivo do seminário é "trazer um pouco da profundidade do pensamento de Lefebvre para refletir sobre o futuro através da compreensão do presente, contra o discurso que justifica, pela urgência em superar a crise, a ação do Estado reproduzindo a lógica do capital".

Na concepção de Lefebvre, o direito à cidade "é uma ideia-força para práticas que, ao negarem a segregação, ampliam o campo do possível e ensaiam uma reinvenção da vida social urbana", ressalta a geógrafa.


Henri Lefebvre e a Utopia do Direito à Cidade
18 de junho, 9h30
Auditório IEA, rua da Biblioteca, 128, térreo, Cidade Universitária, São Paulo
Evento gratuito e aberto a todos os interessados, mediante inscrição prévia
Para assistir ao vivo pela internet não é preciso se inscrever
Mais informações: com Cláudia Regina Pereira (clauregi@usp.br), telefone (11) 3091-1686
Página do evento

Foto: Arquivo Nacional da Holanda - Domínio público