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Eda Tassara trata da guerra híbrida, que utiliza a retórica para desestabilizar memórias

por Fernanda Rezende - publicado 22/08/2019 17:15 - última modificação 02/09/2019 10:31

O evento Guerras Híbridas: Uso Maligno do Conhecimento acontece nos dias 2 e 3 de setembro, às 14h, no IEA.

Brexit
Manifestação pró-Brexit, um dos efeitos da guerra híbrida que vem acontecendo no Reino Unido
Estratégias bélico-militares que utilizam como arma “a retórica desestabilizadora de memórias” estão no centro do que vem sendo chamado de guerra híbrida. O tema será discutido nos dias 3 e 4 de setembro, às 14h, no IEA, pela física Eda Tassara, coordenadora do Grupo de Pesquisa Política Ambiental. O evento Guerras Híbridas: Uso Maligno do Conhecimento terá transmissão ao vivo pelo site do IEA. Para participar presencialmente, é necessário realizar inscrição prévia.

 

Com a distribuição de fake news e graças ao uso da big data – que confere um efeito em massa –, a guerra híbrida tem tido efeito no mundo todo. O Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia), a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos e a de Jair Bolsonaro no Brasil, e a escalada da repulsa aos imigrantes na Europa são alguns dos resultados que essa guerra já produziu.

“É oposto do Iluminismo; o sequestro do conhecimento por um projeto político-econômico”, explica Tassara. Ela ressalta que esse projeto, no entanto, não se explicita como tal. "Sua novidade perversa", avalia Tassara, "consiste na aplicação de análises apoiadas no conhecimento gerado nas ditas ciências humanas ou do espírito para ações de intervenção política não esclarecidas, com resultados perturbadores no equilíbrio decisório mundial". Para ela, o mundo vive um momento de ruptura, mas ainda não é possível avaliar quais serão as consequências no longo prazo.

Segundo a física, a guerra híbrida opera “por relações lógicas paradoxais entre verdade e informação, oculta o domínio do conhecimento por uma instância inteligente visando o domínio do processo mundial de construção do futuro”.

Se a estratégia de militarização da ciência, levada a cabo nos Estados Unidos ao final da Segunda Guerra Mundial, permitiu a sinergia ciência, sistemas de informação, militarismo e grande indústria o que se materializou na instrumentalização da tecno-eletrônica sob domínio de um projeto político hoje globalizado , a guerra híbrida inaugura um novo momento desta escalada de uso político oculto do acervo total do conhecimento erudito.


Guerras Híbridas: Uso Maligno do Conhecimento
3 e 4 de setembro, às 14h
Sala Alfredo Bosi - Rua da Praça do Relógio, 109, térreo, Cidade Universitária, São Paulo
Gratuito, com inscrição prévia
Transmissão
ao vivo pelo site do IEA
Leia mais: http://www.iea.usp.br/eventos/guerras-hibridas