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Estado deveria se empenhar mais para recuperar PNI, dizem especialistas

por Thais Cardoso - publicado 16/05/2022 11:42 - última modificação 16/05/2022 11:42

Entrevistados do USP Analisa destacam que falta divulgação sobre importância das vacinas para evitar queda na cobertura vacinal

Conhecido como um dos maiores exemplos mundiais de sucesso em saúde pública, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) enfrenta hoje uma série de problemas internos e também a queda na cobertura vacinal de diversas doenças. No USP Analisa desta semana, os professores da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto Marta Rodrigues Maffeis e da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Benedito Lopes da Fonseca comentam a atual situação do PNI.

Segundo Benedito, a falta de coordenação do PNI pode ter impacto na queda da imunização. “Há alguns anos, a gente tinha os Dias Nacionais de Imunização. Tá certo que a pandemia atrapalhou tudo, mas a gente não tem tido isso. Você via o Zé Gotinha para tudo quanto é canto, hoje o Zé Gotinha praticamente não aparece. É uma situação em que realmente falta coordenação e falta a divulgação da importância da vacinação. Isso tudo faz com que a cobertura vacinal seja pior do que há alguns anos”, diz ele.

O professor destaca ainda o papel das redes sociais nessa queda. “Hoje nas redes sociais de repente todo mundo virou doutor em tudo. E aí tem gente que não tem formação alguma em saúde falando contra as vacinas. Isso tudo afeta. Eu acho que é multifatorial essa queda na cobertura vacinal que a gente tem em todas as vacinas”.

Marta destaca que o próprio poder público precisa se empenhar para recuperar o PNI. “É um programa apreciado mundialmente, que serve de modelo para muitos países. O Brasil tem realmente uma tradição nessa questão que é bem vista, tanto que o programa conta com apoio tanto financeiro como operacional da Unicef, com contribuição do Rotary Internacional, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Veja que nós não estamos tão sós. Existem aí entidades internacionais que apoiam o programa. Então realmente é preciso um comprometimento do Estado em não deixar esse programa se enfraquecer”.

O USP Analisa é quinzenal e leva ao ar nesta sexta, às 16h45, um pequeno trecho da entrevista, que pode ser acessada na íntegra nas plataformas de podcast Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts, Deezer e Amazon Music.

O programa é uma produção conjunta do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP e da Rádio USP Ribeirão Preto. Para saber mais novidades sobre o USP Analisa e outras atividades do IEA-RP, inscreva-se em nosso canal no Telegram.