Novo grupo discutirá como manter políticas públicas municipais em períodos de crise
André Carlos Busanelli de Aquino: "Interdisciplinaridade é fundamental para obter soluções" |
A partir dos estudos de dinâmica financeira e orçamentária de governos municipais e de trabalhos sobre resiliência organizacional, o Grupo de Pesquisa A Resiliência Financeira das Cidades Contemporâneas, aprovado pelo Conselho Deliberativo do IEA em 21 de junho, analisará como a administração pública assimila períodos de crise e como políticas públicas são impactadas. Serão estudados os casos de algumas capitais, como São Paulo, Manaus e Belém.
De acordo com o coordenador do grupo, André Carlos Busanelli de Aquino, especialista em contabilidade e controladoria aplicadas a organizações do setor público, “a crise financeira nas grandes cidades traz à tona a questão da real capacidade de governos lidarem com choques decorrentes de crises econômicas, políticas ou escândalos de corrupção, por exemplo”.
Professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEARP) da USP e professor visitante da Universidade de Birmingham, Reino Unido, Aquino destaca a importância da interdisciplinaridade para chegar a soluções nesse campo, pois, “em geral, as áreas de estudos sociais e urbanos, administração pública e políticas públicas não atuam de forma coordenada”.
O grupo pretende acrescentar a questão da dinâmica orçamentária às discussões sobre cidades empreendidas por outras iniciativas do IEA: o programa USP Cidades Globais e os Grupos de Estudo Teoria Crítica Urbana e Políticas Públicas para a Metrópole Contemporânea.
O novo grupo é integrado por pesquisadores da USP, Uerj, FGV-RJ, UFPA, Universidade Alpen-Adria de Klagenfurt (Áustria), Universidade Paris-Dauphine (França) e Universidade de Birmingham (Reino Unido). A iniciativa conta também com especialistas em governança do setor público do grupo Public Sector Accounting & Governance in Brazil, coordenado por Aquino.
Este semestre será dedicado ao debate interdisciplinar sobre os principais impactos da crise financeira observados nas cidades e ao trabalho de dois grupos focais: um estudará o caso de São Paulo e outro o de Belém. Os estudos de casos prosseguirão no primeiro semestre de 2019.
Durante 2019, serão realizados workshops para discussão de resultados intermediários e para refletir sobre interdisciplinaridade em finanças públicas. O workshop para apresentação dos resultados obtidos pelo grupo será no primeiro semestre de 2020.
Além de publicações em periódicos científicos, a divulgação acadêmica prevê a elaboração de guias ou manuais sobre a questão destinados à formação de líderes e orientação de gestores públicos. A discussão será levada de forma ampla ao público em geral por meio de documentário a ser lançado no primeiro semestre de 2020.
Foto: FEARP-USP