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As expectativas dos países de língua portuguesa com o futuro secretário-geral da ONU

por Mauro Bellesa - publicado 18/11/2016 13:20 - última modificação 21/11/2016 16:38

Álvaro Vasconcelos, diretor-geral do Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais de Lisboa (IEEI), faz a conferência "A Eleição de Guterres e os Países de Língua Portuguesa: Que Oportunidades num Mundo Pós-Ocidental?" no dia 24 de novembro, às 14h.
António Guterres - 2015
António Guterres, eleito secretário-geral
da ONU a partir de 1º de janeiro

O político português António Guterres, ex-primeiro ministro de Portugal e ex-presidente do Conselho Europeu, assume no dia 1º de janeiro o cargo de secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), para um mandato de cinco anos.

Segundo Álvaro Vasconcelos, diretor-geral do Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais de Lisboa (IEEI), pouco tem sido dito sobre o impacto que um secretário-geral de língua portuguesa poderá ter na promoção da agenda dos países lusófonos.

Vasconcelos discutirá esse impacto na conferência A Eleição de Guterres e os Países de Língua Portuguesa: Que Oportunidades num Mundo Pós-Ocidental?, no dia 24 de novembro, às 14h, na Sala de Eventos do IEA, atividade com apoio do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da USP.

Os debatedores serão: Renato Janine Ribeiro, ex-ministro da Educação, professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e integrante do IEA; e Pedro Dallari, diretor do IRI-USP e membro do Conselho Diretor do Centro de Estudos de Justiça das Américas (Ceja), órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Lusofonia

Uma das questões a serem debatidas na conferência, de acordo com Vasconcelos, é se agora haverá condições para o português se tornar uma das línguas oficiais das Nações Unidas, "como Guterres já declarou que gostaria que acontecesse". Outra dúvida é se o mandato do novo secretário-geral será uma oportunidade para a promoção da cultura de língua portuguesa.

A discussão deve analisar também como os países lusófonos, localizados em quatro continentes - "o que é de grande relevância num mundo policêntrico" - poderão apoiar a atuação do secretário-geral.

Para Vasconcelos, a eleição de Guterres é uma boa notícia para a comunidade internacional, "pela visão clara que ele possui da situação mundial e da evolução para um mundo policêntrico, pós-ocidental, no qual a resolução dos problemas internacionais não precisa só do empenho de europeus e norte-americanos, mas também do esforço de muitos outros atores globais e regionais".

As análises sobre a futura atuação de Guterres têm-se centrado, afirma Vasconcelos, em procurar compreender como ele poderá encontrar, nomeadamente no Conselho de Segurança da ONU, os apoios necessários para lidar com questões tão urgentes como a guerra na Síria e no Iraque e as suas trágicas consequências humanitárias.

Vasconcelos destaca que essa busca de consensos agora terá de acontecer no contexto pós-Obama - "um presidente multilateralista" - da presidência dos Estados Unidos por Donald Trump.


A Eleição de Guterres e os Países de Língua Portuguesa:
Que Oportunidades num Mundo Pós-Ocidental?

24 de novembro, 14h
Sala de Eventos do IEA, rua Praça do Relógio, 109, bloco K, 5º andar, Cidade Universitária, São Paulo
Evento gratuito, aberto ao público e sem necessidade de inscrição - Transmissão ao vivo pela internet 
Mais informações: com Sandra Sedini (sedini@usp.br), telefone: (11) 3091-1678

Foto: UNHCR/J-M. Ferré