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Participantes da Intercontinental Academia conhecem a multiplicidade científica e cultural de São Paulo

por Mauro Bellesa - publicado 20/04/2015 02:30 - última modificação 05/10/2015 14:26

Os participantes do primeiro encontro de imersão da Intercontinental Academia conheceram no dia 18 de abril alguns dos marcos significativos da arquitetura e da história da capital paulista.
ICA passeio
Os participantes do projeto no Parque da
Independência, em frente ao Museu Paulista da USP

A primeira atividade da Intercontinental Academia (ICA) propiciou a seus integrantes uma ampla visão da influência científica e cultural da USP na cidade de São Paulo.

Isso foi proporcionado por um roteiro de visitas de dez horas pelo centro e alguns bairros da cidade no dia 18, que incluiu a Faculdade de Medicina, o Museu de Arte Contemporânea (MAC) e outras instalações significativas do papel desempenhado pela Universidade no desenvolvimento de São Paulo.

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Em complemento a isso, os integrantes da ICA também tiveram a oportunidade de conhecer edifícios e monumentos representativos das influências arquitetônicas que marcaram a capital paulista e receber diversas informações sobre a história social, econômica e cultural de São Paulo.

A coordenação do roteiro e as explanações foram do diretor do IEA, Martin Grossmann, com participações do vice-diretor do Instituto, Paulo Saldiva, do diretor do MAC, Hugo Segawa, e dos professores do Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes (ECA) Eduardo Monteiro e Fernando Iazetta, ambos na companhia de integrantes de projetos por eles coordenados. A atividade teve como referência o Giro Cultural, projeto da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária (PRCEU) coordenado por Grossmann.

O itinerário incluiu: o Parque da Independência, no Ipiranga, com o Museu Paulista, o Monumento da Independência e o Museu de Zoologia; o Parque D. Pedro II, com o Palácio das Indústrias e o Mercado Municipal; o centro da cidade, com as avenidas São João e Ipiranga, a Praça de República, a antiga sede do Colégio Caetano de Campos, o Teatro Municipal, o Edifício Copan, o edifício da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo na rua Maranhão e o Centro Universitário Maria Antonia; o prédio da Faculdade de Medicina; a avenida Paulista; e a sede do MAC no Parque do Ibirapuera.

Grossmann explicou como a cidade foi influenciada até as primeiras décadas do século 20 pela arquitetura dos palácios europeus do século 19 (Museu Paulista e Teatro Municipal, por exemplo), passando depois a incorporar os valores modernistas, com os projetos de Oscar Niemeyer, Lina Bo Bardi, Paulo Mendes da Rocha e outros arquitetos. O histórico da fundação e da constituição dos acervos dos principais museus de São Paulo (Masp, MAM, MAC e Pinacoteca) foram objeto de explanações detalhadas de Grossmann, que discorreu também sobre a criação da Bienal de São Paulo em 1951.

Na visita ao Centro Universitário Maria Antoniaos pesquisadores foram informados sobre a importância do local como sede da antiga Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP e como um dos polos de resistência à ditadura militar. No local, tiveram a oportunidade de ouvir uma exposição de Eduardo Monteiro sobre a vida e a obra do compositor paulista do século 19 Alexandre Levy (1864-1892). Monteiro coordena o Laboratório de Piano do Departamento de Música da ECA, onde desenvolve projeto de gravação de toda a obra de Levy. A fala de Monteiro foi acompanhada da apresentação de quatro peças do compositor, executadas por estudantes de graduação e pós-graduação vinculados ao projeto.

Na Faculdade de Medicina, Paulo Saldiva explicou o papel desempenhado pela faculdade no desenvolvimento da pesquisa médica no Brasil e a importância do Hospital das Clínicas para o atendimento da população da cidade. Saldiva também relatou os riscos à saúde e à vida presentes no dia-a-dia de uma metrópole como São Paulo, desde os inúmeros acidentes de motociclistas até as carências ambientais, como a poluição atmosférica e problemas de saneamento básico.

No MAC, Hugo Segawa falou sobre as características e papel da instituição no contexto da USP e da cultura de São Paulo e sobre a instalação do museu há três anos em edifício projetado por Oscar Niemayer. No terraço no oitavo andar do museu, todos puderam ter uma vista panorâmica do Parque do Ibirapuera e de boa parte das regiões sul e oeste da cidade, com explicações de Segawa, que dedica parte de suas pesquisas na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) à história da paisagem, espaços públicos e jardins públicos urbanos.

Ainda no MAC, houve uma apresentação do grupo NuSomtambém do Departamento de Música da ECA e dedicado à pesquisa em sonologia. Foram apresentadas duas peças com interação audiovisual e recursos eletrônicos, além de uma apresentação sobre as características de integração de vários campos artísticos e tecnológicos do NuSom por seu coordenador, Fernando Iazetta.

O balanço geral da atividade foi extremamente positivo, uma vez que ela possibilitou o primeiro contato mais próximo entre os participantes da ICA. Durante o almoço, num restaurante de comida italiana (e a influência da imigração italiana na cidade fora explicada), já se podia observar a aproximação e a troca de informações, como no caso de um jovem biólogo que propunha a um jovem matemático, seu vizinho de mesa, uma discussão sobre ideia que tivera e que envolvia biomatemática.

Foto: Rafael Borsanelli/IEA-USP