Jovem precisa ter acesso à tecnologia digital na educação básica
Ter acesso às tecnologias digitais já na educação básica é um importante requisito para que o estudante compreenda não apenas o que acontece dentro do contexto em que ele vive, mas no mundo, de uma forma geral. O uso dessas tecnologias está inclusive previsto na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Para falar sobre esse tema, o USP Analisa recebe nesta semana o professor da Escola de Comunicações e Artes da USP e também integrante do Conselho Nacional de Educação, Ivan Siqueira.
Ele explica que as tecnologias digitais permeiam todas as relações sociais, incluindo os campos da educação e do trabalho. “Se o jovem não tem um olhar crítico para essas tecnologias, se não há uma possibilidade de reflexão, ele fica em defasagem tanto em relação a outros jovens do país, como de outros países. Evidentemente, isso vai ter consequência do ponto de vista da produtividade, porque a produtividade implica exatamente em saber quais são as ferramentas mais adequadas para fazer os diferentes tipos de trabalho”, diz o professor.
Ivan destaca que a educação não pode continuar como no século passado, apenas relacionada à leitura e à matemática. Embora esses aspectos continuem sendo importantes, os currículos precisam abranger também questões ligadas à tecnologia. Segundo ele, a própria BNCC prevê que as disciplinas e campos do conhecimento também contenham aspectos do pensamento computacional, do mundo digital e da cultura digital.
“Para o pensamento computacional, há diferentes possibilidades de entendimento, isso vai sendo inclusive alterado com o tempo, mas a gente poderia dizer que tem a ver com a cultura algorítmica e o que se relaciona a isso. O mundo digital está relacionado aos artefatos, aos equipamentos, aos devices e aos processos ligados a isso. E a cultura digital, de uma maneira mais ampla, estaria relacionada por exemplo ao uso das redes sociais, ao próprio conceito de democracia, que hoje se relaciona muito com as possibilidades de uso dessas mesmas tecnologias, de influência. A BNCC colocou esses três aspectos que permeiam a educação. Agora falta definir com mais precisão de onde e até onde isso vai ser abordado na educação infantil, no ensino fundamental e no ensino médio. Nós estamos exatamente discutindo e escrevendo uma proposta sobre isso no Conselho Nacional de Educação”, afirma ele.
Ivan foi um dos palestrantes no curso Políticas Públicas e a Qualidade da Educação, promovido pela Cátedra Sérgio Henrique Ferreira, do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto da USP. Para assistir ao vídeo da aula, que abordou tecnologias na educação e também inclusão, acesse o canal do IEA-RP no YouTube.
A entrevista vai ao ar nesta quarta (13), a partir das 18h05, com reapresentação no domingo (17), às 11h30. O programa também pode ser ouvido pelas plataformas de áudio iTunes e Spotify.
O USP Analisa é uma produção conjunta do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP e da Rádio USP Ribeirão Preto. Para saber mais novidades sobre o programa e outras atividades do IEA-RP, inscreva-se em nosso canal no Telegram.