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Lattes e Plataforma Carlos Chagas serão modernizados, diz presidente do CNPq

por Thais Cardoso - publicado 04/04/2023 16:05 - última modificação 04/04/2023 16:05

Em entrevista ao USP Analisa, o físico Ricardo Galvão explica que está buscando recursos para investir na infraestrutura do órgão e na atualização das plataformas

Após quatro anos de reduções no orçamento público e tentativas de desmonte em importantes órgãos, a ciência brasileira busca retomar seu desenvolvimento. Um dos atores à frente desse movimento é o físico Ricardo Galvão, que assumiu no início do ano a presidência do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o CNPq. Com ele, o USP Analisa conversa, nesta semana, sobre a situação do órgão e o recente reajuste nas bolsas de pesquisa, que mantinham os mesmos valores há dez anos.

Segundo ele, o desmonte no CNPq não foi tão grande quanto no restante do Ministério da Ciência e Tecnologia. “Quero aqui reconhecer a atuação do professor Evaldo [Ferreira Vilela], que foi presidente do CNPq e procurou manter a instituição funcionando da forma correta, atendendo à comunidade científica, apesar de todos os cortes, apesar da quebra no quadro de pessoal, e os próprios servidores do CNPq, que tiveram resiliência e souberam manter a instituição atendendo, dentro do possível, às demandas da comunidade científica brasileira”, diz ele.

Galvão explica que atualmente o órgão gasta 90% do orçamento em bolsas e apenas 10% no investimento em projetos de pesquisa e na própria estrutura do órgão. Embora as bolsas sejam importantes e não serão reduzidas, ele afirma que está trabalhando com a equipe para inserir no Plano Plurianual a previsão de mais recursos para investimento no próprio CNPq.

Uma das áreas que precisam de modernização, de acordo com o presidente, é a de plataformas, como o Currículo Lattes, que agrega dados de mais de sete milhões de profissionais e pesquisadores, e a Plataforma Carlos Chagas, que agrega informações sobre as bolsas de pesquisa.

“Essas plataformas precisam ser modernizadas, aprimoradas. Acho que elas foram desenvolvidas há cerca de 10 anos, inclusive a Lattes não tem todos os programas atuantes e a empresa já acabou. Então temos que investir recursos e o quadro de pessoal que existe é muito pouco. Inclusive, estamos estudando agora a possibilidade de fazer um processo de contratação temporário e civil, usando a possibilidade da nova lei trabalhista. Depois vamos propor no Plano Plurianual - isso ainda está sendo elaborado - que tenhamos dentro do orçamento da União um recurso destinado diretamente para as plataformas, que não saia só do CNPq, porque é essencial essa modernização. Por exemplo, na plataforma Lattes, nós temos da ordem de 7,5 milhões de usuários. Desses, só cerca de 1,4 milhão são da área científica. Então veja que a plataforma Lattes é essencial para o Brasil, é um dos retornos que o CNPq dá à sociedade brasileira”, diz Galvão.

O USP Analisa é quinzenal e leva ao ar pela Rádio USP nesta sexta, às 16h45, um pequeno trecho do podcast de mesmo nome, que pode ser acessado na íntegra nas plataformas de podcast Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts, Deezer e Amazon Music.

O programa é uma produção conjunta do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP e da Rádio USP Ribeirão Preto. Para saber mais novidades sobre o USP Analisa e outras atividades do IEA-RP, inscreva-se em nosso canal no Telegram.