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Novo grupo de pesquisa discute políticas públicas para saúde mental

por Mauro Bellesa - publicado 03/02/2022 12:22 - última modificação 03/02/2022 12:22

Implantação do Grupo de Pesquisa Interdisciplinar em Políticas Públicas de Saúde Mental (GPIPPSAM) foi aprovada pelo Conselho Deliberativo do IEA em dezembro de 2021. A coordenadora é Sônia Barros, titular aposentada da EE-USP e professora sênior do IEA.

Sônia Barros - EE-USP - 1

Professora sênior do IEA é a coordenadora do grupo

Além de coordenar o GPIPPSAM, a professora Sônia Barros, titular aposentada do Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Psiquiátrica da Escola de Enfermagem (EE) da USP, atuará como professora sênior no IEA, dando continuidade aos projetos de pesquisas em que está envolvida, redigindo artigos científicos e coordenando e desenvolvendo cursos de especialização e atualização.

Graduada em enfermagem de saúde pública pela Universidade Federal da Bahia, ela tornou-se mestre e doutora em enfermagem pela EE-USP.  Seus principais temas de pesquisa são: políticas de saúde mental, exclusão social de pessoas com doenças mentais, processo ensino-aprendizagem e enfermagem em saúde mental.

Barros coordena também o Grupo de Pesquisa Enfermagem e Políticas e Práticas de Saúde mental, cadastrado no CNPq, e o Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental da Associação Brasileira de Enfermagem. É conselheira fiscal da Associação Brasileira de Saúde Mental e integra a Diretoria do Capítulo Brasileiro da Associação Mundial para a Reabilitação Psicossocial.

Promover, sob a égide da cidadania e da participação social, a dignidade e os direitos humanos das pessoas com problemas de saúde mental ou usuárias de drogas, por meio da formulação de projetos com engajamento político e científico, é o objetivo central do Grupo de Pesquisa Interdisciplinar em Políticas Públicas de Saúde Mental (GPIPPSAM), cuja criação foi aprovada pelo Conselho Deliberativo do IEA em dezembro.

O GPIPPSAM conjuga as experiências de três grupos de pesquisa – cadastrados no CNPq - sobre políticas públicas em saúde mental no Brasil. “A criação e consolidação desses grupos se deram em um momento de transformação nos direcionamentos da política brasileira de saúde mental”, de acordo com a coordenação do GPIPPSAM.

As pesquisadoras que integram a coordenação ressaltam que as ações para atender às pessoas com problemas de saúde mental e usuárias de drogas nas dimensões sociais, de inclusão, reabilitação psicossocial, inserção comunitária e na produção social de vida “não são ações naturalmente prescritas nos compêndios e manuais de saúde mental e psiquiatria”.

“Um novo e complexo saber/fazer que superasse o modelo biomédico, medicalizante e hospitalocêntrico precisava ser construído”, daí a preocupação dos três grupos em desenvolver pesquisas e promover cursos para a construção e divulgação desse novo saber/fazer”, afirmam.

De acordo com as coordenadoras, a diretriz interdisciplinar e interprofissional do GPIPPSAM procura superar a dicotomia dos saberes especializados e considera a complexidade de saberes inerente ao desenvolvimento de políticas, entre os setores, grupos sociais, movimentos sociais, órgãos governamentais, dentre outros. “O pressuposto é a combinação dos conhecimentos especializados e o senso comum na possibilidade de materialização de novos conceitos, modelos assistenciais, metodologias e intervenções.”

A perspectiva é que a ênfase em interdisciplinaridade possibilite a revisão de conceitos, o estímulo ao pensamento crítico, a ampliação do leque de conhecimentos e seu aprofundamento, “tanto na formulação de pesquisas quanto na formação de pesquisadores”.

Os objetivos específicos do grupo são:

  • desenvolver a pesquisa e a produção de conhecimentos acadêmico nas diferentes áreas dos direitos humanos, economia solidária e políticas públicas de saúde e educação;
  • aprimorar a pesquisa coletiva, interdisciplinar, multiprofissional e de construção participativa nas áreas de atuação do grupo.
  • subsidiar os diversos setores, acadêmicos ou não, na construção de políticas públicas inclusivas na perspectiva dos direitos humanos, sobretudo no acesso à saúde mental e direito;
  • produzir pesquisas avaliadoras de políticas públicas e de práticas de ensino e de assistência em saúde mental de modo a criar instrumentos de avaliação e monitoramento que possam orientar a proposição de novas políticas públicas;
  • usar os indicadores raça/cor e gênero como categorias analíticas, variáveis e de recorte nos projetos propostos;
  • fomentar parcerias nacionais e internacionais.

A coordenadora do GPIPPSAM é a professora Sônia Barros, titular aposentada da Escola de Enfermagem (EE) da USP e professora sênior do IEA. A vice-coordenação está a cargo das professoras seniores da EE-USP Ana Luísa Aranha e Silva e Márcia Aparecida Ferreira de Oliveira.  O sociólogo Luís Eduardo Batista, pesquisador do Instituto Adolpho Lutz atualmente na Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, e as integrantes da coordenação constituem o grupo de membros permanentes do grupo, que conta com outros 55 pesquisadores.

As pesquisas centrais do grupo são:

  • Estudo do Perfil, da Constituição e da Forma de Organização do Trabalho e da Atividade Econômica nas Unidades e Núcleos Produtivos que Formam a Rede de Saúde Mental e Economia Solidária do Estado de São Paulo.
  • Avaliação e Promoção da Cultura de Direitos Humanos em Centros de Atenção Psicossocial: Potencialidades e Desafios do QualityRights;
  • Avaliação Global das Necessidades Individuais na Rede de Atenção Psicossocial.

Cada pesquisa será desenvolvida com cronograma específico e reuniões internas mensais. Além dessas atividades, o grupo realizará dois cursos de atualização em políticas públicas de saúde mental por ano e curso de especialização em gestão em saúde mental a cada dois anos.

Os trabalhos serão desenvolvidos em parceria com pesquisadores da Unicamp, Unesp, Unifesp, PUC-SP, Universidade Federal do Amapá, Universidades Federal da Bahia, Universidade Federal do Recôncavo Baiano, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Universidade Federal de Santa Maria, Universidade de Illinois, Universidade Nova de Lisboa, Universidade de Coimbra, Escola Superior de Enfermagem do Porto e Associação Vida em Ação.

Os recursos atuais para as pesquisas do grupo provêm de financiamento da Fapesp e bolsas do CNPq e da Capes (Pibic, mestrado, doutorado e pós-doutorado).

Foto: Escola de Enfermagem da USP