Marina Massimi e Mario de Vivo são os novos professores seniores
Dois docentes originários da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP atuarão como professores seniores no IEA por um período de dois anos. Especialista em história da psicologia, Marina Massimi dará continuidade em São Paulo às pesquisas que vem realizando nos últimos anos e organizará publicações e seminários. O biólogo Mario de Vivo escreverá o livro “Taxonomias da Mente: A Estrutura Biológica e Cultural de Quem Nós Somos”. Seu trabalho será realizado no Polo Ribeirão Preto do IEA.
A categoria de professor sênior do IEA enquadra-se em programa instituído pela USP em 2012 para docentes aposentados que desejem continuar a desenvolver atividades de pesquisa, ensino e extensão. Os outros dois integrantes da categoria no IEA atualmente são o astrofísico Mahir Saleh Hussein e o cientista político José Álvaro Moisés.
Marina Massimi |
Memória e história cultural
O ingresso de Marina como professora sênior foi aprovado em dezembro pelo Conselho Deliberativo (CD) do IEA. Ela realizará suas atividades de janeiro de 2018 a dezembro de 2019. Os temas de estudos por ela propostos são: memória e preservação do patrimônio cultural; processos de apropriação e transmissão dos saberes e práticas na perspectiva da história cultural (especialmente quanto à vertente da psicologia e das ciências humanas); pertencimento e a constituição do tecido social brasileiro
O plano de atividades da pesquisadora inclui a organização de seminários, publicações e outras iniciativas no âmbito de um grupo de pesquisa chamado Tempo, Memória e Pertencimento, que irá propor ao Instituto. Ela considera que um grupo centrado na interface da psicologia com a história e cultura brasileiras "possa contribuir com as finalidades do IEA".
Também dará continuidade ao projeto de pesquisa Saberes Psicológicos na História da Cultura Brasileira, que desenvolve desde fevereiro de 2015, com apoio do CNPp, e à orientação de projetos de iniciação científica e mestrado.
Intercâmbios com pesquisadores e instituições brasileiras e estrangeiras poderão contribuir significativamente para os trabalhos, segundo Marina. Uma das propostas é realizar atividades com a Academia Ambrosiana de Milão, Itália, da qual é membro desde 2013. Outra parceria poderá ser estabelecida com o especialista em estudos católicos Emanuele Colombo, da Universidade DePaul, EUA, para pesquisas sobre um tipo de correspondência epistolar produzida no âmbito da Companhia de Jesus.
Mario de Vivo |
Biologia e ciências sociais
Mario de Vivo atua como professor sênior lotado no Polo Ribeirão Preto do IEA desde setembro. Em sua carreira como docente da USP de 1982 a 2017, trabalhou essencialmente na área biológica, até 1998 no Departamento de Biologia da FFCLRP e o tempo restante no Museu de Zoologia.
Os interesses de Vivo sempre estiveram voltados ao estudo da evolução dos mamíferos, sua especiação e relações ecológico-evolutivas com os grandes biomas sul-americanos e terrestres em geral. “A biogeografia tem sido uma derivação natural de meus estudos, bem como de minha orientação”, explica o pesquisador.
Mais recentemente, Vivo tem se dedicado ao estudo de aspectos da filosofia da biologia, sobretudo no que se refere às questões da história evolutiva, interesse que o tem levado a pesquisar como as ciências naturais (no caso, as ciências biológicas) “podem se beneficiar das ciências humanas, particularmente da história e das ciências sociais”.
Essa foi a motivação para ele ingressar no IEA como professor sênior: "É exatamente a característica multidisciplinar do Instituto que acredito ser fundamental para que o projeto de estudo e a publicação tenham sucesso”.
Ele espera estar em contato com pesquisadores de áreas distintas do conhecimento, “o que permitiria estabelecer um diálogo certamente esclarecedor e aprofundador” de seus estudos. Ao mesmo tempo, acredita que sua formação biológica pode ser relevante para os demais pesquisadores do Instituto.
Além da redação do livro, Vivo pretende apresentar ao menos uma conferência por semestre e, ao final do primeiro ano de atividades, adiantar parte da argumentação final do estudo em artigo a ser submetido à revista “Estudos Avançados’.