Programa Nacional de Imunizações permitiu que vacinas chegassem à população brasileira
Criado na década de 1970, o Programa Nacional de Imunizações foi fundamental para criar toda uma logística que garantiu vacinas gratuitas para a população brasileira. O sucesso desse modelo brasileiro foi tamanho que ele tem sido inclusive copiado por outros países. O PNI e a logística da vacinação no País são temas do terceiro programa da série especial do USP Analisa.
O enfermeiro especialista em imunização Leandro Torres explica que existe uma rede de frio, ou seja, uma cadeia de distribuição que vai garantir as condições necessárias de temperatura, armazenamento e transporte para que as vacinas cheguem em perfeitas condições a cada cidadão. Nessa rede, cada ente da federação tem uma responsabilidade.
“O Ministério da Saúde é responsável pela compra, pelo fornecimento dessas vacinas aos Estados. Os Estados, por sua vez, são responsáveis pela distribuição aos municípios e pela oferta dos insumos, ou seja, agulhas, seringas, algodão, caixa de descarte de material perfurocortante. E o município tem a responsabilidade de armazenar essas vacinas na ponta e ofertar essa vacina ao público. Por conta do Brasil ser um país continental, nós temos situações que acabam divergindo em cada território. Há locais mais quentes, locais em que a acessibilidade não é feita através de estradas e sim de rios. Tudo isso envolve uma logística para essa vacina chegar até a população que demanda trabalho de muita gente”, conta ele.
A bióloga e doutoranda da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da USP Amanda Goulart alerta para dados da Fundação Oswaldo Cruz que mostram queda nos índices de vacinação. “Se a gente continuar nessa redução, quanto menos pessoas se vacinarem, mais a gente vai estar exposto a vários tipos de doenças diferentes”, diz ela.
Amanda lembra ainda que as vacinas não apenas trazem longevidade, mas, principalmente, qualidade de vida. “Algumas doenças podem não ser letais para a gente, mas podem causar várias sequelas, vários sintomas por muito tempo, às vezes até a vida inteira. Vacinando, a gente tem a certeza de que vai ficar protegido daquela doença, viver longos anos e mais saudáveis”.
A terceira parte da entrevista vai ao ar nesta quarta (3), a partir das 18h05, com reapresentação no domingo (7), às 11h30. O programa também pode ser ouvido pelas plataformas de áudio iTunes e Spotify.
O USP Analisa é uma produção conjunta do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP e da Rádio USP Ribeirão Preto. Para saber mais novidades sobre o programa e outras atividades do IEA-RP, inscreva-se em nosso canal no Telegram.