Você está aqui: Página Inicial / NOTÍCIAS / Impacto das novas morfologias do trabalho será pesquisado no IEA por René Mendes

Impacto das novas morfologias do trabalho será pesquisado no IEA por René Mendes

por Fernanda Rezende - publicado 05/09/2019 17:30 - última modificação 05/09/2019 17:45

Médico sanitarista pretende reunir o conhecimento produzido pelas universidades públicas, em especial a USP, sobre as velhas e novas morfologias do trabalho e seus impactos sobre a sociedade.

René Mendes
O médico sanitarista René Mendes
O médico sanitarista René Mendes é o novo pesquisador colaborador do IEA. Com o projeto “Impactos das Novas Morfologias do Trabalho Contemporâneo sobre o Viver, o Adoecer e o Morrer de Trabalhadores e Trabalhadoras” ele pretende reunir o conhecimento produzido pelas universidades públicas, em especial a USP, sobre as velhas e novas morfologias do trabalho e seus impactos sobre a sociedade. Ao agrupar os trabalhos na área, Mendes espera aumentar o poder de vigilância das universidades em relação ao que classifica como “ameaças” que rondam a classe trabalhadora no Brasil. O projeto tem a duração inicial de dois anos.


De acordo com um levantamento prévio apresentado no projeto entregue ao IEA, o pesquisador argumenta que na USP o tema é estudado em pelo menos 14 unidades e por cerca de 80 pesquisadores. No entanto, apesar da riqueza do conhecimento produzido e debatido, Mendes acredita que há uma dispersão e fragmentação que limitam seu poder. Ao otimizá-los, defende, há um aumento da potência dessa pesquisa, transformando-a em alavanca de mudanças sociais.

O médico espera que os estudos subsidiem os movimentos sociais de trabalhadores que são “contra a destruição de postos de trabalho e exclusão das pessoas; contra a precarização do trabalho, e contra os modelos de organização e gestão do trabalho que prejudicam o curso da vida; produzem sofrimento e doença, e provocam morte precoce e evitável”.

Ele também quer contribuir para a criação e adoção de morfologias de trabalho mais inclusivas e éticas, “que respeitem e valorizem as pessoas, como condição sine qua non para o desenvolvimento humano sustentável e socialmente justo”, de acordo com o projeto.

Perfil

Especialista em saúde pública e em medicina do trabalho, René Mendes acumula 47 anos de experiência profissional na área. Na área acadêmica, foi professor assistente-doutor na Unicamp, entre 1977 e 1991, professor titular na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), de 1991 a 1997; e professor visitante da Escola de Saúde Pública da Johns Hopkins University, nos EUA.

Ocupou cargos, dentre outros locais, nos ministérios da Saúde e do Trabalho; e postos de direção na Organização Internacional do Trabalho (OIT) e na Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS).

É organizador e autor principal do tratado “Patologia do Trabalho” (com dois volumes e prestes a ter sua 4ª edição publicada) e do "Dicionário de Saúde e Segurança do Trabalhador: Conceitos - Definições - História - Cultura", obra coletiva de 522 autores (2018).

Atualmente é diretor científico da Associação Brasileira de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (ABRASTT).