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6 pesquisadores do IEA são finalistas do Prêmio Jabuti Acadêmico 2024

por Mauro Bellesa - publicado 06/08/2024 09:00 - última modificação 06/08/2024 12:52

Por Lívia Uchoa*

A 66° edição do Prêmio Jabuti, promovido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), selecionou seis pesquisadores do IEA como finalistas do Jabuti Acadêmico. Criada este ano, a premiação busca valorizar produções acadêmicas que impactam no progresso cultural e científico do país.

Os indicados entre os cinco finalistas de quatro categorias são: Eugênio Bucci e Francisco Leite (Comunicação e Informação); Marina Massimi (Psicologia e Psicanálise); David Sperling (Arquitetura, Urbanismo, Design e Planejamento Urbano e Regional); e Ana Paula Fracalanza e Silvia Helena Zanirato (Ciências Agrárias e Ciências Ambientais). As quatro categorias pertencem ao Eixo Ciência e Cultura do prêmio.

Considerada a premiação mais tradicional do mercado editorial brasileiro, o Jabuti acontece anualmente para celebrar a produção literária nacional. Os vencedores da versões literária e acadêmica da edição de 2024 serão conhecidos nesta terça-feira, 6 de agosto, em cerimônia no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo.

Capa do livro "Incerteza, um Ensaio"Incertezas e o mundo digital

No livro “Incerteza, um Ensaio: Como Pensamos a Ideia que nos Desorienta (e Orienta o Mundo Digital)”, publicado pela Autêntica Editora, Eugênio Bucci reflete sobre o princípio da incerteza e a forma como os indivíduos convivem com ela. Ele analisa as dúvidas e questionamentos sobre o mundo digital, o impacto no cotidiano e as mudanças com o surgimento da inteligência artificial.

“No século 21, o negócio da incerteza orienta os destinos do mundo digital. As máquinas participam da gestão do dinheiro e das coisas públicas. Os algoritmos mapeiam intimidades e decifram o circuito secreto do desejo de cada indivíduo. O tempo e o espaço ficaram muito mais incertos para os seres humanos do que para as máquinas”, comenta a editora sobre a preocupações da obra.

Em entrevista à TV Cultura, Bucci explica que a ideia do livro surgiu após uma palestra, onde ele analisou o conceito de incerteza como uma “experiência existencial, como isso que aflige a gente”. A partir de outros estudos sobre o tema, o pesquisador relacionou essa incerteza com o atual cenário tecnológico. “Nós temos muitas incertezas, nós pessoas comuns, sobre como estão sendo tratados os dados da nossa vida por esses gigantes da tecnologia. E esses gigantes têm muitas poucas incertezas sobre como a gente se comporta”, acrescenta.

Bucci é professor titular da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e superintendente de Comunicação Social da Universidade. No IEA, atualmente é integrante do Grupo de Pesquisa Jornalismo, Direito e Liberdade. Foi conselheiro do Instituto, coordenador acadêmico da Cátedra Oscar Sala e membro do Grupo de Estudos de Políticas Públicas para a Metrópole Contemporânea. Ética e imprensa, comunicação pública, superindústria do imaginário, informação e cultura democrática são alguns dos temas de suas pesquisas.

Capa do livro "Afetividades LGBTQIA+ Anunciadas - Olhares de Famílias Brasileiras"Afetividades LGBTQIA+ na publicidade

“Afetividades LGBTQIA+ Anunciadas: Olhares de Famílias Brasileiras”, de Francisco Leite, aborda as perspectivas e práticas adotadas pelas famílias homoafetivas e heteroafetivas do país quando entram em contato com anúncios publicitários que retratam relações românticas e amorosas entre casais e famílias homoafetivas.

O livro é resultado de pesquisa de pós-doutorado conduzida por Leite na USP, com apoio da Fapesp. Segundo ele, “o livro articula-se a partir da compreensão que a publicidade, para além da sua essência mercadológica, ao implicar linguagem e percepções sociais, deve também ser compreendida como texto e narrativa cultural”.

Publicado pela editora Annablume, o livro apresenta um panorama interpretativo atual sobre essas publicidades e seus impactos nos lares brasileiros. “A obra estabelece um convite inadiável para alargarmos as nossas perspectivas e chaves explicativas de mundo. O reconhecimento do Prêmio Jabuti Acadêmico ao nosso trabalho valoriza e amplia o alcance desse convite que se entende a toda sociedade”, declara o autor.

Leite é pesquisador do Grupo de Pesquisa Inteligência Artificial Responsável da Cátedra Oscar Sala do IEA e do Grupo de Pesquisa Estudos Antirracistas em Comunicação e Consumos (ArC2), vinculado à ECA-USP e ao CNPq. Ele também leciona em dois cursos de pós-graduação da PUC Minas: comunicação, diversidade e inclusão nas organizações; e gestão de diversidade e inclusão nas organizações.

Capa do livro 'História dos Saberes Psicológicos na Cultura BrasileiraAnálise dos saberes psicológicos na cultura nacional

Publicado pela Edusp, o livro “História dos Saberes Psicológicos na Cultura Brasileira”, de Marina Massimi, analisa o processo da constituição de saberes psicológicos na cultura nacional a partir de diversas fontes de acervos nacionais e internacionais. De acordo com a editora, as fontes estudadas por Marina abrangem estudos da metade do século 16 até o final do século 18.

A obra inclui tratados filosóficos, correspondência epistolar, oratória sagrada, tratados sobre a arte de educar, novelas alegóricas, literatura de teor autobiográfico e moral e narrativas de festas religiosas e cívicas. “O livro lança luz sobre os conhecimentos e práticas inerentes à vida psíquica existentes antes do surgimento da psicologia científica no século 19 e quem eram seus autores”, afirmam os editores.

Com especialização em psicologia experimental, Marina é professora titular aposentada da  Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP é professora sênior do IEA, onde coordenadora o Grupo de Pesquisa Tempo, Memória e Pertencimento.

Capa do livro "Atlas do Chão"Cartografia e independência

Resultado de um estudo feito entre 2020 e 2022, “Atlas do Chão: Constelação Independente” tem David Sperling e Ana Luiza Nobre (PUC-RJ), como organizadores. Eles definem a obra como um experimento contracartográfico e historiográfico, criado como um conjunto de mapas. O livro problematiza o processo de independência e seus desdobramentos. Segundo a editora Rio Books, são discutidos “200 pontos fincados no mapa que configuram múltiplos nexos de sentido, não por alinhamentos cronológicos, mas por associações e montagens no tempo e no espaço; 200 pontos escavados na matéria das (im)permanências e (ind)dependências que as histórias escrevem e as geografias desenham”.

Sperling é professor do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) da USP em São Carlos. Nomeado vice-coordenador do Polo São Carlos do IEA em 2023, ele coordena o Grupo de Trabalho Arte, Ciência e Tecnologia do polo e participa do Grupo de Pesquisa Fórum Permanente: Sistema Cultural entre o Público e o Privado na sede do IEA, em São Paulo.

Capa do livro "Ciências Ambientais"Produção em ciência ambiental

“Ciências Ambientais: Interdisciplinaridade e Pluralidade Investigativa”, organizado por Silvia Helena Zanirato e Ana Paula Fracalanza, reúne os estudos elaborados no Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental (Procam) da USP no período de 2020 a 2022. Publicada pela editora Blucher Open Access, trata-se da 15° edição da coletânea.

De acordo com a editora, os setes capítulos do livro trazem “sínteses das dissertações e teses desenvolvidas no âmbito do Procam e expressam características de um programa interdisciplinar e qual métodos, técnicas e propostas de investigação seguem diferentes e diversas perspectivas teórico-metodológicas de, entre outras, ciências da vida, ciências da terra, ciências humanas e ciências exatas”.

Fracalanza e Zanirato integram o Grupo de Pesquisa Meio Ambiente e Sociedade do IEA. Ambas são professoras do Procam e da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (Each) da USP, ondem também lecionam no Programa de Pós-Graduação em Mudança Social e Participação Política.

* Estagiária