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Conferencista analisa a capacidade emancipatória do desenvolvimento da técnica

por Mauro Bellesa - publicado 07/06/2018 13:50 - última modificação 12/06/2018 09:11

Marildo Menegat (UFRJ) faz a conferência "As Ruínas do Esclarecimento: O Desenvolvimento da Técnica (ainda) É Emancipatório" no dia 21 de junho, às 14, na Sala Alfredo Bosi.
Colheitadeira
Agricultura intensiva: até que ponto o desenvolvimento tecnológico está a serviço da emancipação humana?

A confiança cega de que ciência e técnica são produções neutras do processo tecnológico da emancipação humana constitui um pressuposto "mítico" da modernidade, passível de crítica radical diante da degradação social e ecológica, segundo o professor de filosofia Marildo Menegat, do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos da UFRJ.

No dia 21 de junho, às 14h, ele discutirá essa questão na conferência As Ruínas do Esclarecimento: O Desenvolvimento da Técnica (ainda) É Emancipatório?, organizada pelo Grupo de Pesquisa Filosofia, História e Sociologia da Ciência e da Tecnologia. A coordenação do evento será de João Bourbakidoutorando em teoria do conhecimento e filosofia da ciência na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.

A participação no encontro é aberta a todos os interessados e gratuita, mas requer inscrição prévia. Quem for acompanhar a conferência pela internet não precisa se inscrever.

Em sinopse sobre a conferência, Menegat destaca que, já em 1947, no livro "Dialética do Esclarecimento", Theodor W. Adorno e Marx Horkheimer perguntavam "por que a humanidade, em vez de entrar em um estado verdadeiramente humano está se afundando em uma nova espécie de barbárie".

Menegat coloca em dúvida, no entanto, se ainda é possível falar que o problema técnica está apenas em seu uso, se ela seria um aparato neutro que pode ser usado de distintas formas, segundos as relações sociais de produção.

"O marxismo tradicional é, neste aspecto, um herdeiro do liberalismo clássico. Como este, tomou o desenvolvimento da técnica - entendida mais amplamente como forças produtivas - como uma cifra dos avanços civilizatórios da humanidade e pré-condição para se chegar ao socialismo."

É impossível dissociar a ciência moderna da técnica e esta das necessidades de "autorreprodução fetichista do capital", ressalva Menegat: "A crise atual do capitalismo, não por acaso, é também o limite do programa da ciência moderna enunciada por Descartes: 'Tornar-se senhor da natureza'."


As Ruínas do Esclarecimento: O Desenvolvimento da Técnica (ainda) É Emancipatório?
21 de junho, 14h
Sala Alfredo Bosi, rua da Biblioteca, 128, térreo, Cidade Universitária, São Paulo
Evento gratuito e aberto a todos os interessados, mediante inscrição prévia
Para assistir ao vivo pela internet não é preciso se inscrever
Mais informações: com Cláudia Regina Pereira (clauregi@usp.br), telefone (11) 3091-1686
Página do evento

Foto: Secom/MT