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Sociólogo e antropólogo analisam a tecnologia como novo totemismo

por Mauro Bellesa - publicado 10/10/2013 17:10 - última modificação 08/11/2019 16:42

Debate com Derrick de Kerckhove e Massimo Canevacci será no dia 17 de outubro, às 17 horas, no Auditório do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP.
Derrick de Kerckhove e Massimo Canevacci
Derrick de Kerckhove e Massimo Canevacci

Tecnologia: O Novo Totemismo é o tema do debate entre o sociólogo Derrick de Kerckhove, da University of Toronto, Canadá, e o antropólogo Massimo Canevacci, professor visitante do IEA, no dia 17 de outubro, às 17 horas, no Auditório do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP.

De acordo com Canevacci, o progresso científico e a descoberta do genoma inverteram simbolicamente o poder da natureza sobre a cultura: "O novo totemismo coloca a tecnologia como o caráter definidor da humanidade".

Para o antropólogo, todas as definições do que é ser humano exigem ajustes e atualização e apresentam limites e fronteiras em extinção ou em diluição. "Essa situação traz novas responsabilidades que não são totalmente expostas pelo trans-humanismo nem pelo pós-humanismo."

No caso das comunicações globais instantâneas, Canevacci considera que elas confundem as dimensões local e global, colocando pressão sobre situações locais: "A internet funciona como um sistema límbico social, auto-organizando-se para enfrentar e, ocasionalmente, resolver problemas emergentes e soluções. Onde a velha ordem não desaparece facilmente, há confrontos abrasivos de mentalidades".

Apesar de avaliar a transição atual como difícil, ele a considera menos traumática do que as do Renascimento e das Guerras Mundiais do século 20. No seu entender, movimentos como IndignadosAnonymous, Occupy Wall Street, bem como o ativismo global iniciado pelo Wikileaks e agora seguido por iniciativas como a do ex-analista de inteligência americano Edward Snowden, indicam possíveis direcionamentos geopolíticos.

DEBATEDORES

Derrick de Kerckhove é um dos mais importantes teóricos sobre a relação entre tecnologias digitais e a sociedade. Discípulo do famoso teórico canadense Marshal McLuhan (1911-1980), dirigiu por mais de 20 anos o Programa McLuhan em Cultura e Tecnologia da University of Toronto. É doutor em língua e literatura francesas pela mesma universidade e doutor em sociologia da arte pela Université de Tours, França. Leciona, principalmente, na University of Toronto e na Università Federico 2º, Itália. Também tem atuado como pesquisador convidado nos EUA, China, Brasil, Japão e Argentina.

Massimo Canevacci é professor de antropologia cultural e de arte e culturas digitais da Università degli Studi di Roma La Sapienza, Itália, e professor visitante do IEA desde outubro de 2012. Seus estudos concentram-se nas áreas da etnografia, comunicação visual, arte e cultura digital. Seus livros mais recentes são "Polyphonic Anthropology — Theoretical and Empirical Cross-Cultural Fieldword" (2012), "A Linha de Pó — A Cultura Bororo entre Tradição, Mutação e Autorrepresentação" (2012), "Fake in China. Viagem de Superfície no País que Está Mudando o Mundo" (2011) e "Comunicação Visual" (2009).

O Auditório do MAC fica na rua Praça do Relógio, 160, Cidade Universitária, São Paulo, SP. O debate será em inglês, com tradução simultânea. Haverá transmissão via web em www.iea.usp.br/aovivo. O evento é aberto ao público e não requer inscrição. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail sedini@usp.br.

 

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Fotos: Joi Ito; Mauro Bellesa/IEA-USP

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