Especialistas em educação discutem qualidade do ensino básico no Brasil
A qualidade e os principais desafios da educação básica pública serão debatidos no IEA no próximo dia 9 de outubro, das 9h às 17h. Organizado pelo Grupo de Estudos Educação Básica Pública Brasileira: Dificuldades Aparentes, Desafios Reais, o evento será dividido em duas mesas-redondas, uma na parte da manhã e outra à tarde, e acontecerá na Antiga Sala do Conselho Universitário da USP, com transmissão ao vivo pela internet. Para participar presencialmente, faça sua inscrição aqui.
A primeira mesa-redonda será composta por Guiomar de Mello, ex-secretária da Educação da cidade de São Paulo, e Luís Carlos Menezes, membro do Conselho Estadual de Educação em São Paulo e consultor da Unesco para propostas curriculares. No período da tarde, a mesa terá José Renato Nalini, secretário de Educação do Estado de São Paulo e ex-membro do Conselho do IEA, e Nilson Machado, coordenador do Grupo de Estudos.
Para Nilson Machado, há um consenso em afirmar que a educação básica pública brasileira é de má qualidade: “Diversos indicadores quantitativos parecem explicitar tal fato”. Um desses indicadores é o do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês). Divulgado em dezembro de 2016, o último resultado do ranking mostrou que o Brasil ficou na 63ª posição em ciências, na 59ª em leitura e na 66ª colocação em matemática, entre 70 países avaliados nessas três áreas. A amostra brasileira contou com 23.141 estudantes de 841 escolas, que representam uma cobertura de 73% dos estudantes de 15 anos de idade.
A prova, coordenada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), foi realizada em 2015 e acontece a cada três anos, oferecendo um perfil básico de conhecimentos e habilidades dos estudantes. No Brasil, ela é aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
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“Existem ‘macro questões’ que não estão sendo devidamente contempladas. Um exemplo é a insuficiente articulação entre os diversos níveis de ensino, que começa com a fratura exposta entre os níveis fundamental 1 e 2, e amplifica-se com a falha na caracterização do ensino médio, que precisa ser considerado a etapa final da educação básica, e não uma suposta ponte que conduz ao ensino superior”, afirma Machado, que completa: “Uma educação básica de qualidade é a condição de vigência de uma democracia; este é o mote que deveria orientar a busca pela melhoria da qualidade”.
Este será o segundo encontro de uma série de cinco, prevista para acontecer até o final deste ano sobre problemas da educação básica brasileira – que compreende educação infantil, ensino fundamental, ensino médio geral, ensino médio técnico e a Educação para Jovens e Adultos (EJA). O primeiro aconteceu em setembro e abordou a qualificação dos professores do ensino básico público e a infraestrutura de que dispõem para sua atuação. Os próximos seminários serão sobre os temas: experiências inovadoras, tecnologias na educação, documentos reguladores (planos, currículos, base nacional comum).
Programação
9h |
Abertura |
9h45 |
Mesa-Redonda Debatedor: Luís Carlos de Menezes |
12h |
Intervalo |
14h |
Mesa-Redonda José Renato Nalini (Secretário Estadual de Educação) Debatedor: Nilson Machado |
15h30 - 16h |
Coffee Break |
16h |
Debates |
Qualidade da Educação Básica: O que Realmente Significa Isso?
9 de outubro, às 9h
Antiga Sala do Conselho Universitário, Rua da Praça do Relógio, 109, térreo, Butantã, São Paulo
Evento gratuito, com transmissão ao vivo pela internet
Inscrições via formulário
Mais informações: Claudia Regina (clauregi@usp.br), telefone: (11) 3091-1686
Página do evento
Foto: Jaime Souzza / Instituto Ayrton Senna