Ítalo Zappa
Diplomata brasileiro nascido na pequena cidade italiana de Paola e criado em Barra do Piraí, interior do Estado do Rio de Janeiro, um dos principais artífices da política externa terceiro-mundista do governo de Ernesto Geisel (1974-1979). Foi, ao longo de sua carreira, embaixador em países decisivos para a construção das relações terceiro-mundista. Já entrou no Itamarati (1950), dizendo que lá era "o Ministério das Não Relações Exteriores”, pois o país não tinha relações com a União Soviética, com a Ásia e com a África. Adversário da política de alinhamento com os Estados Unidos nos anos 60, é considerado o principal responsável pelo processo de reconhecimento pelo Brasil da independência dos países africanos de língua portuguesa. Foi também ministro-conselheiro do Brasil na Organização dos Estados Americanos (OEA). Aposentado (1991), voltou à ativa para reabrir a Embaixada Brasileira no Vietnã (1994), cuja retomada de relações havia sido trabalho seu. Conhecido como embaixador vermelho pelo êxito de seu trabalho na implantação de relações diplomáticas do Brasil com países como China, Vietnã, Cuba, Moçambique e Angola, ele dizia que não era contra nem a favor aos Estados Unidos. “Sou a favor do Brasil. Os americanos cuidam dos seus interesses; nós é que não cuidamos dos nossos." Em plena ditadura militar, era um dos raros embaixadores que mantinham um relacionamento respeitoso e cordial com os exilados políticos brasileiros. Quando se encontrava no Vietnã, infelizmente detectou um câncer que o fez voltar ao Brasil e que o mataria poucos anos depois, aos 71 anos, no Rio de Janeiro (RJ), após dedicar mais de 40 anos à diplomacia |
Evento:
- Reflexões de Paulo Nogueira-Batista: uma homenagem - 17 de novembro de 1994.