Vera Lucia Imperatriz-Fonseca

Bacharel e Licenciada em Ciências Biológicas pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (1968), com Mestrado (1970) e Doutorado (1975) na área Zoologia do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP), sob orientação do Prof. Paulo Nogueira Neto. Iniciou sua carreira como Docente no Depto. de Zoologia do IB-USP em 1972. Participou da criação do Depto. de Ecologia do mesmo Instituto em 1977. Consolidou a carreira universitária, orienta mestrados, doutorados e pós-doutorados em Programas de Pós-Graduação em Zoologia, Ecologia e Entomologia, tornando-a referência na pesquisas com abelhas nativas. A conquista do título de Professora Titular em Ecologia ocorreu em 1992. Foi Chefe do Depto. de Ecologia por duas gestões e a seguir Vice-Diretora do IB-USP. Foi a primeira coordenadora científica da Estação Ecológica de Jureia, que mais tarde tornou-se Parque Estadual. Participou de Conselhos na USP como representante acadêmica e em outros Conselhos e Comissões oficiais fora da Instituição, representando a Universidade ou a SBPC (Conselho Estadual do Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Consema), Câmaras técnicas no Ministério do Meio Ambiente, Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), Comissão de Políticas Públicas e Desenvolvimento Sustentável (CPDS)). Foi membro do Comitê de Zoologia do CNPq e do Conselho Gestor da WWF Brasil e Vice-Presidente da Associação de Defesa do Meio Ambiente (ADEMASP). Coordenou projetos integrados e temáticos de pesquisa financiados por agências de fomento (CNPq, CAPES, FAPESP), sempre na temática ambiental. Como resultado de levantamentos faunísticos realizados nas pesquisas, teses e dissertações orientadas foi consolidada a Coleção Entomológica Paulo Nogueira Neto, fiel depositária, no Depto. de Ecologia, atualmente digitalizada e com acervo disponibilizado. Professora Sênior do IB-USP, foi Visitante Sênior da CAPES na UFERSA, em Mossoró/RN, onde consolidou um grupo importante de pesquisas com abelhas sem ferrão do semiárido. Desde 1998, atua no Programa de Polinizadores do Brasil, inicialmente ao ser co-autora da Declaração de São Paulo para os Polinizadores, que originou a Iniciativa Internacional de Uso Sustentável e Conservação dos Polinizadores, ligada ao Programa de Biodiversidade Agrícola da Convenção da Diversidade Biológica (CDB). Em 2014, foi convidada para ser a Co-Chair da Avaliação Polinizadores, Polinização e Produção de Alimentos, da Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), que corresponde para a Biodiversidade ao papel que o IPCC tem para o clima. Este foi um trabalho intensivo realizado por 77 pesquisadores das 5 regiões das Nações Unidas, e os resultados foram aprovados pela CDB na COP 13 em Cancún 2016. A Avaliação recebeu o apoio dos países da CDB, incentivou a formação da Coalização de Polinizadores e submete a nova agenda para Polinizadores 2018-2030 para a COP14. A formação de pessoal permitiu a consolidação de grupos de pesquisa correlatos em várias áreas do Brasil. Desenvolve atividades e participação em conselhos científicos que implementam o diálogo intersetorial, inclusive na agricultura. Suas publicações incluem estudos das abelhas nas suas várias abordagens, e uso sustentável e conservação dos recursos naturais. Impacto das mudanças climáticas sobre a biodiversidade de polinizadores nos sistemas naturais e agrícolas, assim como caracterização dos polinizadores-chave locais, em vários biomas do Brasil. Publica regularmente em periódicos de impacto, mas também tem atuado em divulgação científica de vários níveis, publicando e organizado livros científicos, capítulos e relatórios técnicos, além de atividades de assessoria e palestras plenárias no Brasil e no exterior.