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Boletim IEA — 96

por Marilda Gifalli - publicado 05/06/2014 16:05 - última modificação 12/08/2014 10:30

1ª quinzena de abril de 2007

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redes
Produção social via Internet é tema de 
ciclo baseado na obra de Yochai Benkler

gestão
• Comitê inicia busca de candidatos a diretor do IEA

agenda
• Eventos públicos 

Notas
• Cônsules europeus discutem os 50 anos da União Européia
• Oficina analisará estratégias para nutrição, educação e combate à pobreza

redes
Produção social via Internet é tema de 
ciclo baseado em obra de Yochai Benkler

 


Yochai Benkler

O Grupo de Estudos de Informação e Comunicação (Edic), inicia no dia 31 de maio o Ciclo Temático "A Riqueza das Redes". A série de debates tem como referência os temas tratados por Yochai Benkler, da Escola de Direito da Universidade Yale, EUA, no livro "The Wealth of Networks – How Social Production Transforms Markets and Freedom" ["A Riqueza das Redes — Como a Produção Social Transforma Mercados e a Liberdade"].

Segundo o cientista da computação Imre Simon, do Instituto de Matemática e Estatística (IME) da USP, coordenador do Edic e um dos coordenadores do ciclo, o objetivo da iniciativa é reunir tecnólogos, economistas, antropólogos, cientistas sociais e políticos, profissionais de comunicação e outros interessados numa série de debates sobre a produção social intermediada pela Internet.

No primeiro debate do ciclo, no dia 31 de maio, das 14h30 às 17h, o tema será "A Transição do Industrial para o Interconectado e Exemplos de Produção Social" (questãos analisadas nos capítulos 1 e 3 do livro de Benkler). Os debatedores serão Hélio Nogueira da Cruz, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, e Carlos Henrique de Brito Cruz, do Instituto de Física Gleb Wataghin da Unicamp e diretor científico da Fapesp. O coordenador será o próprio Simon.Haverá transmissão ao vivo pela web em www.iea.usp.br/aovivo.

Os eventos serão mensais e irão até novembro. Os debates ocorrerão sempre no IEA e em todos haverá a participação de dois debatedores e um coordenador.Os outros coordenadores do ciclo são dois professores que, a exemplo de Simon, também já trataram de temas presentes no livro de Benkler nos cursos que ministram: Gilson Schwartz, economista e sociólogo, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP; e Sérgio Amadeu da Silveira, sociólogo e cientista político, da Faculdade de Jornalismo da Fundação Casper Líbero.

O ciclo já tem um portal (http://won.incubadora.fapesp.br) com informações gerais sobre o ciclo e a obra de Benkler. Nele, os interessados poderão obter informações sobre a programação, ler os textos resultantes dos debates e participar de um fórum de discussão.

LIVRO

"The Wealth of Networks" foi publicado em 2006 pela Yale University Press. A versão impressa pode ser adquirida em sites de compra estrangeiros ou por encomenda em grandes livrarias brasileiras. No entanto, o livro também está disponível gratuitamente em vários formatos digitais no site do autor, na página www.benkler.org/wealth_of_networks.

Segundo Simon, o livro de Benkler é uma obra muito original, muito profunda e fortemente multidisciplinar que descreve e analisa a chamada "produção social", surgida a partir do advento da Internet: "A produção social desenvolve-se de forma alheia a mercados e hierarquias, que são a base dos métodos produtivos praticados tradicionalmente".

Apesar desse caráter diferenciado, a produção social produz riqueza nas áreas onde pode ser aplicada com grande dinamismo. "São exemplos marcantes destas práticas o software livre e a Wikipedia, mas muitos outros surgem a cada dia e fenômenos como o Google, o YouTube, o supercomputador SETI@home, o Slashdot, o blogging etc. possuem componentes importantes relacionados à produção social."

De acordo com Simon, o eixo do livro é a transformação pela qual a sociedade está passando, transitando de uma economia industrial da informação (caracterizada por poucos e poderosos produtores de informação para muitos consumidores passivos) para uma situação de convivência desse modelo com a economia interconectada da informação, onde a produção pode ser feita de forma não coordenada e onde cada consumidor pode participar da produção, pelo menos em princípio.

O livro propõe uma teoria econômica que explica o funcionamento da produção social e a analisa em termos antropológicos, sociais e políticos. Simon explica que esse processo resulta numa esfera pública interconectada com efeitos políticos cada vez mais visíveis: "O recente caso do bloqueio do portal YouTube no Brasil por ordem judicial e que foi revertido em menos de 24 horas é um exemplo do dinamismo desta esfera pública interconectada, onde a própria questão da inevitabilidade de representantes num sistema democrático amplo é colocada em dúvida em certas situações".

Outro aspecto analisado na obra são as conseqüências da produção social para a justiça social, tendo em vista especialmente a situação dos países mais pobres. "A obra termina com a análise do que está em jogo, do ponto de vista social, econômico e cultural nesta transição extremamente complexa que vivemos todos os dias, mas que muitos não percebem ainda com nitidez".

O livro é uma análise acadêmica da produção social, centrada principalmente na análise econômica. Dessa forma, comenta Simon, "ele se presta para ser a base de uma atividade multidisciplinar cujo objetivo maior é facilitar a disseminação dessas idéias pela universidade, para que possam ser discutidas e avaliadas".

O ciclo também pretende dar ênfase à análise da possível inserção da produção social na cultura brasileira: "Esse é um aspecto importante, já que o livro é totalmente baseado na realidade norte-americana e cabe a análise da questão no nosso meio".

O público que acompanha as atividades do IEA já teve a oportunidade de entrar em contato com as idéias de Benkler quando ele proferiu uma conferência no Instituto em novembro de 2004. Na ocasião, ele antecipou de forma sintética alguns dos temas que viriam a ser aprofundados em "The Wealth of the Networks".


"A Transição do Industrial para o Interconectado e Exemplos de Produção Social"
Primeiro debate do Ciclo Temático "A Riqueza das Redes"
Com Hélio Nogueira da Cruz, Carlos Henrique de Brito Cruz e Imre Simon
Data e Local: 31 de maio, das 14h30 às 17h, no Auditório Alberto Carvalho da Silva, sede do IEA.
Via web: transmissão ao vivo em www.iea.usp.br/aovivo.
Informações: com Claudia Regina (clauregi@usp.br), telefone (11) 3091-1686.

 

gestão
Comitê inicia busca de candidatos a diretor do IEA

 

O Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP) iniciou o processo de seleção de candidatos a diretor da instituição. A escolha será feita com o auxílio de um Comitê de Busca criado pelo Conselho Deliberativo do Instituto.

Caberá ao comitê identificar dentre os professores titulares em exercício da USP os melhores candidatos a integrar uma lista tríplice a ser definida pelo Conselho Deliberativo e submetida à reitora, que nomeará um dos três relacionados como o novo diretor do IEA, para um mandato de quatro anos a partir de 6 de outubro de 2007.


Reunião do Comitê de Busca com
o diretor do IEA, João Steiner (à dir.)

O comitê é presidido por Eduardo Krieger (InCor e ABC) e conta com a participação de Carlos Henrique de Brito Cruz (Fapesp e Unicamp), Bertha Becker (UFRJ), Sylvia Leser de Mello (Instituto de Psicologia da USP) e Fernando Leça (Memorial da América Latina).

O IEA dedica-se à análise interdisciplinar de questões fundamentais das ciências e humanidades e à discussão de políticas públicas. A realização dessas atividades o caracteriza como um espaço de convergência multidisciplinar para os departamentos da USP e um canal de interação desta com a sociedade. Em razão desse perfil do Instituto, o comitê avaliará as credenciais dos candidatos nos seguintes requisitos:

  • competência acadêmica reconhecida;
  • reconhecimento junto à comunidade acadêmica,
  • científica e tecnológica;
  • experiência administrativa;
  • capacidade de liderança
  • visão de futuro da Instituição;
  • capacidade de captar recursos;
  • experiência em cooperação nacional e internacional;
  • motivação para enfrentar novos desafios

As inscrições para a seleção devem ser feitas até 31 de maio de 2007. Para efetuá-la, o candidato deverá encaminhar curriculam vitae e um texto (até cinco páginas) no qual descreva seu plano de trabalho na direção do IEA para: Eduardo Krieger (a/c Marilda Gifalli), mgifalli@usp.br.

Se não puder utilizar e-mail, o candidato poderá remeter os documentos mencionados para: Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa J, 374, térreo, sala 18, Caixa Postal 12.072, 05508-970, São Paulo, SP.

Mais informações podem ser obtidas com Marilda Gifalli (mgifalli@usp.br), telefone (11) 3091-1683.

Visibilidade e transparência

Em entrevista a este boletim, João Steiner, diretor do IEA, explica os objetivos da implantação do novo sistema de seleção de candidatos à direção do Instituto.

contato, — Quais são as vantagens da adoção de um comitê de busca?

Steiner — É importante que fique claro que o Conselho Deliberativo (CD) continua sendo a instância formal que decide sobre a lista tríplice a ser encaminhada à reitora. A diferença é que o CD resolveu utilizar um instrumento adicional para identificar as lideranças aptas a dirigir o IEA: um Comitê de Busca. A grande vantagem é que esse comitê dá visibilidade e  transparência ao processo.

contato, — A atuação de comitês de busca é uma prática adotada em algumas instituições de pesquisa no Brasil e em muitas universidades no Exterior, mas até esta iniciativa do IEA era estranha às universidades públicas brasileiras. Por quê?

Steiner — No Brasil, o processo de seleção por comitê de busca foi introduzido nos institutos do Ministério da Ciência e Tecnologia na gestão do ministro Ronaldo Sardenberg (1999-2002), período em que fui secretário daquelas instituições. Foi uma prática inovadora, que deu certo e que é mantida até hoje. Nas grandes universidades de classe mundial essa prática é corriqueira há muito tempo. Algum dia as melhores universidades brasileiras também vão descobrir as vantagens desse processo. O procedimento está sendo adotado no IEA porque o CD o considerou apropriado ao Instituto. Se alguma universidade brasileira quiser se tornar uma instituição de classe mundial, é bom que comece a pensar em práticas de gestão que possam levá-la a isso.

contato, — O atual comitê não conta com nenhum docente em exercício na USP. Além disso, um dos integrantes é um não-acadêmico externo à USP e dois são docentes de outras universidades. Mas os nomes a serem selecionados têm de ser obrigatoriamente professores titulares da USP. Não há uma contradição nisso?

Steiner — Pelo contrário. A base do sucesso de um comitê de busca é que ele seja formado por pessoas do mais alto nível e credibilidade. O IEA tem como missão, entre outras, fazer a ponte entre a Universidade e a sociedade em geral. Para isso, aliás, conta com um representante da sociedade no seu CD. Inclusive, o membro não academico do comitê já foi conselheiro do IEA no passado. Todos os professores titulares em exercício da USP são candidatos potenciais a diretor do IEA; essa é uma boa razão para que não façam parte do comitê.

contato, — Esses integrantes externos à USP estão familiarizados com o perfil e atuação profissional de possíveis candidatos e com as características do IEA para que possam selecionar com segurança os melhores nomes?

Steiner — O comitê já foi exposto explicitamente às características da missão, estrutura e desenvolvimento recente do IEA. É um fato que o diretor do IEA precisa lidar com a multidisciplinaridade, com a interação com a sociedade, com a discussão de políticas públicas etc. Mas é fundamental que fique claro que o comitê não é estranho à universidade, à sua missão e às suas dificuldades. Pelo contrário. São pessoas com ampla visão e experiência nesse campo. O comitê tem todas as condições de identificar, entre os professores da USP, as melhores lideranças capazes de dirigir o Instituto.

contato, — Qual a sua perspectiva para o interesse que esse processo de seleção possa despertar?

Steiner — O processo se dá com visibilidade e transparência. O nível dos integrantes do comitê lhe confere credibilidade. Penso que nessas condições surja grande interesse entre os professores titulares da USP.

 

agenda
Eventos públicos

 

ABRIL

• Dia 17, 14h — Produção Consorciada: Alimentos versus Energia
Quinto painel do Ciclo "Civilização da Biomassa"
Expositores:
Silvio Borsari Filho (Coplana), Jesus A. Ferro (Alellyx Applied Genomics e Unesp), Ademar Ribeiro Romeiro (Unicamp), Marcos Landell (IAC) e César de Castro(Embrapa Soja)
Coordenador: Ignacy Sachs (IEA e EHESS/França)
Local: Sala da Congregação da FEA/USP, Av. Prof. Luciano Gualberto, 908, FEA I, Piso Superior, Cidade Universitária, São Paulo
Informações:
ineshita@usp.br
Internet: transmissão ao vivo pela web

• Dia 19, 15h — 2º Seminário do Ciclo "Teoria Darwiniana e Ciências Sociais"
Expositores: Cristina Possas (Ministério da Saúde) e Eleutério Prado (FEA/USP)
Coordenador: José Eli da Veiga (Nesa/FEA/USP)
Local: Auditório Alberto Carvalho da Silva, sede do IEA (mapa)
Informações:
sedini@usp.br
Internet: transmissão ao vivo pela web

• Dia 26, 9h30 — Qualidade da Educação: Conceito e Representações
Primeira mesa-redonda do Ciclo "A Qualidade da Educação Básica"
DebatedoresCarlos Roberto Jamil Cury (PUC/MG, UFMG, Conselho Nacional de Educação e Capes) e Maria Malta Campos (PUC/SP e Fundação Carlos Chagas)
Local: Anfiteatro do Departamento de Geografia, Prédio de História e Geografia, Av. Lineu Prestes, 338, Cidade Universitária, São Paulo
Informações:
sedini@usp.br
Internet: transmissão ao vivo pela web

• Dia 26 — Lançamento do nº 59 da revista "Estudos Avançados"
14h30: Debate com Carlos Vainer (Ippur/UFRJ), Luiz Pinguelli Rosa (Coppe/UFRJ) eGuilherme Leite da Silva Dias (FEA/USP), participantes do dossiê "Energia"
17h30: Lançamento da edição, com apresentação de Alfredo Bosi (editor da revista)
Local: Sala do Conselho Universitário da USP, Rua da Reitoria, 109, Cidade Universitária, São Paulo
Informações:
edilma@usp.br
Internet: transmissão ao vivo pela web

MAIO

• Dia 9, 18h30 — 50 Anos da União Européia
Coordenador:
Hervé Théry (Cátedra Pierre Mongeig/FFLCH/USP)
Local: Auditório Alberto Carvalho da Silva, sede do IEA (mapa)
Informações:
clauregi@usp.br
Internet: transmissão ao vivo pela web

• Dia 31, 14h30 — A Transição do Industrial para o Interconectado e Exemplos de Produção Social
Primeiro debate do Ciclo Temático "A Riqueza das Redes"
Debatedores: Hélio Nogueira da Cruz (FEA/USP) e Carlos Henrique de Brito Cruz(IFGW/Unicamp e Fapesp)
Coordenador: Imre Simon (Edic/IEA e IME/USP)
Local: Auditório Alberto Carvalho da Silva, sede do IEA (mapa)
Informações:
clauregi@usp.br
Internet: transmissão ao vivo pela web

 

Notas

 

Cônsules europeus discutem
os 50 anos da União Européia

Para comemorar os 50 anos do Tratado de Roma, o IEA e a Cátedra Pierre Monbeig do Departamento de Geografia da FFLCH/USP realizam um debate com os cônsules europeus em São Paulo. O evento será no dia 9 de maio, às 18h30, no Auditório Alberto Carvalho da Silva, sede do IEA. A data marca o 50º aniversário da declaração de Robert Schumann, origem da Comunidade Européia do Carvão e do Aço (Ceca) e, portanto, da União Européia. Os temas a serem discutivos são: "A União Européia, Potência Mundial?"; "A União Européia, um Modelo Social Alternativo perante a Globalização?"; "As Políticas Regionais da União Européia"; "A Integração à União Européia Alterou a Vida dos Cidadãos Europeus?"; "A Imigração e os seus Problemas na União Européia". O evento tem coordenação de Hervé Théry, professor convidado da Cátedra Pierre Monbeig. Mais informações podem ser obtidas com Claudia Regina (clauregi@usp.br), telefone (11) 3091-1686.

Oficina analisará estratégias para
nutrição, educação e combate à pobreza

Nos dias 17 e 18 de maio, acontece a oficina "Estratégias Sociais em Nutrição, Educação e Combate à Pobreza", organizada pelo Grupo de Estudos sobre Nutrição e Pobreza. Será a quarta oficina realizada pelo grupo. Desta vez o objetivo é a troca de experiências concretas entre instituições financiadores de projetos sociais, responsáveis por políticas públicas, representantes governamentais e integrantes de universidades, visando a definição de diretrizes e estratégias futuras. Além disso, os organizadores pretendem extrair dos debates propostas para ministérios, secretarias estaduais e municipais, indústrias, fundações, órgãos internacionais de "advocacy", Consea e outros setores. A oficina será restrita a 50 convidados, mas as mesas-redondas e outras atividades serão transmitidas ao vivo pela web.

 

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Reitora: Suely Vilela
Vice-Reitor: Franco Maria Lajolo
www.usp.br
INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS

Diretor: João Steiner
Vice-Diretor: Hernan Chaimovich
Conselho Deliberativo: Bader Sawaia, César Ades, Gabriel Cohn, Hernan Chaimovich, Iberê Caldas, João Steiner, Luís Nassif e Yvonne Mascarenhas
iea@usp.br

Fotos (a partir do alto): Universidade Yale — Mauro Bellesa

 

Divisão de Comunicação: Mauro Bellesa (editor, MTb-SP 12.739)
Rua Praça do Relógio, 109, bloco K, 5º andar, Cidade Universitária, 05508-050, São Paulo, SP
Telefones: (11) 3091-1692 / 3091-1664 — www.iea.usp.br/publicacoes/imprensa/boletim-iea — boletim-iea@usp.br