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Boletim IEA — 114

por Marilda Gifalli - publicado 16/04/2008 00:00 - última modificação 12/08/2014 10:43

2ª quinzena de abril de 2008
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PESQUISA
As transformações do
ensino superior no Brasil e no mundo

AMBIENTE
Programa realizará estudos
estratégicos sobre a Amazônia

AGENDA
Eventos públicos

NOTAS
• Versão em inglês do dossiê 'Crime Organizado'
Conselho Deliberativo tem dois novos integrantes

PESQUISA
As transformações do
ensino superior no Brasil e no mundo

 

Perfil

Elizabeth Balbachevsky é professora associada do Departamento de Ciência Política daElizabeth Balbachevsky - PerfilFFLCH/USP. Suas áreas de atuação são: análise de pesquisas de opinião, políticas de CT&I e políticas de ensino superior. Em 2005 e 2006 foi Fulbright Scholar no Programa New Century Scholars, onde desenvolveu estudo comparado sobre o impacto da globalização nas políticas de ensino superior em países emergentes. Em 2007 passou a integrar o Projeto CAP e a Rede Latino-Americana de Políticas Regionais. Nessa rede, participa da pesquisa "Percepções da Elite Sul-Americana sobre os Impactos da Desigualdade para a Sobrevivência da Democracia no Continente".

Em todo o mundo, o ensino superior e a profissão acadêmica têm apresentado fortes mudanças nas últimas décadas. Segundo a cientista política Elizabeth Balbachevsky, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, no Brasil, essas mudanças são constatáveis em aspectos como: o forte crescimento da população estudantil, que permanece em descompasso com o crescimento mais lento das instituições; as limitações orçamentárias, freqüentemente associadas a pressões para a ampliação do controle e burocratização dos sistemas de avaliação; as novas tecnologias de informação, que ampliam os processos de internacionalização e mudam o processo de produção do conhecimento.

Essas mudanças serão discutidas na conferência "As Transformações Recentes do Ensino Superior", que Balbachevsky fará no dia 30 de abril (quarta-feira), às 10h, no Auditório Alberto Carvalho da Silva, sede do IEA. O evento integra o Ciclo "Formação Universitária: como Preparar o Brasil para o Futuro?". Os debatedores do encontro serão Eunice Durham (Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas da USP) e Renato Pedrosa (Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp). (Mais informações podem ser obtidas com Cláudia Regina (clauregi@usp.br), telefone (11) 3091-1686. Quem não puder comparecer poderá assistir ao evento pela internet em www.iea.usp.br/aovivo.)

PESQUISA

Na palestra, Balbachevsky apresentará alguns resultados preliminares da pesquisa "Evolução Recente da Profissão Acadêmica no Brasil: uma Análise Comparada", trabalho apoiado pela Fapesp e que viabilizou a participação brasileira no projeto "The Shifting Boundaries of the Changing Academic Profession" (Projeto CAP, As Fronteiras em Mudança da Profissão Acadêmica), que está sendo realizado por uma rede de instituições acadêmicas em 20 países.

O CAP pretende examinar a natureza e a extensão das mudanças ocorridas na profissão acadêmica nos anos recentes, suas razões e conseqüências. Serão estudadas as implicações dessas mudanças para a atratividade da atividade acadêmica como carreira e a capacidade da comunidade acadêmica de contribuir para o desenvolvimento econômico, social e cultural de cada país. A partir de um modelo de transformação de seis estágios (leia abaixo), serão feitas comparações sobre esses temas entre diferentes sistemas educacionais, tipos institucionais, disciplinas acadêmicas e gerações.

Balbachevsky ressalta que participar desse projeto representa uma rara oportunidade para o estudo, numa perspectiva comparada, do sentido das mudanças que estão ocorrendo no sistema de ensino superior brasileiro: "Os resultados da pesquisa em escala mundial permitirão, pela primeira vez, avaliar em que medida as mudanças observadas no Brasil convergem ou divergem daquelas que podem ser observadas nas experiências de outros países."

PROJETO CAP — OS SEIS ESTÁGIOS DO MODELO DE TRANSFORMAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR
1. Principais influências: as estruturas e ideologias associadas à sociedade do conhecimento  intensificando os processos de "comodificação", internacionalização, expansão e diferenciação da educação superior;
2. Condições: fatores como infra-estruturas, salários, diversidade institucional, formas de contrato, hierarquias (antigas e novas) e questões associadas a recursos, incluindo a pluralidade de fontes e a ênfase na recuperação de custos e na contribuição financeira das unidades acadêmicas;
3. Crenças: incluindo lealdades e identidades, motivações intrínsecas e instrumentais, aspirações de carreira e orientações individuais e coletivas;
4. Papéis e práticas: incluindo o nexo ensino/pesquisa, a importância do serviço público, novas divisões do trabalho entre atividades acadêmicas e administrativas e o desenvolvimento de novos quadros de gestores profissionais;
5. Conseqüências: incluindo a eventual perda da solidariedade acadêmica, debilitamento ou desaparecimento de hierarquias tradicionais, mudanças de controles internos para controles externos, mudança do trabalho individual  para o trabalho coletivo, aumento de produtividade e esmaecimento das fronteiras entre instituições universitárias e entre elas e outras organizações da sociedade.
6. Resultados: em que medida esses fatores conduzem a uma comunidade acadêmica social mais responsável, ou mais desestruturada, ou mais diferenciada.

 

AMBIENTE
Programa realizará estudos
estratégicos sobre a Amazônia

 

Perfil

Virgilio Viana é livre docente em ciências florestais pela Esalq/USP, onde é professor doVirgílio VianaDepartamento de Ciências Florestais. É PhD em biologia pela Universidade Harvard (EUA). Cumpriu programa de pós-doutorado em desenvolvimento sustentável na Universidade da Flórida (EUA). Do início de 2003 a março de 2008, foi secretário do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado do Amazonas.

Será implantado no IEA um Programa de Estudos Estratégicos sobre a Amazônia, proposto pelo engenheiro florestal Virgílio Viana, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP e ex-secretário do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado do Amazonas.

Os objetivos do programa são:

• promover estudos e debates, visando à construção de abordagens transdisciplinares para o exame da complexidade das dimensões sociais, econômicas, ecológicas e culturais da região;

• subsidiar o processo de formulação e execução de políticas públicas nacionais e subnacionais;

• contribuir para o processo de construção e aprimoramento de processos, acordos e tratados internacionais que envolvam a região.

De acordo com o Viana, o programa deverá tornar o IEA um dos catalisadores do debate para a construção de um Projeto Nacional para a Amazônia: "Isto deve ser feito em articulação com instituições regionais e extra-regionais, trazendo o estado da arte do conhecimento científico e promovendo estudos e debates de natureza transdisciplinar".

Viana definiu a seguinte relação preliminar de temas estratégicos a serem tratados pelo programa:

• impactos socioambientais e econômicos das mudanças climáticas sobre a Amazônia e as estratégias mais apropriadas para o seu enfrentamento;

• estratégias para a redução das emissões de gases efeito estufa associadas ao desmatamento na Amazônia;

• valoração econômica dos serviços ambientais providos pelas florestas da Amazônia para o restante do Brasil e para o mundo;

• estratégias para aumentar a eficácia das unidades de conservação em relação à biodiversidade;

• estratégias para o fomento do uso sustentável da biodiversidade amazônica e a redução da pobreza;

• geopolítica e impactos socioambientais e econômicos de obras de infra-estrutura de escala nacional e regional;

• macroestratégia e pilares para a construção de um Projeto Nacional para a Amazônia e sua articulação com processos e instituições internacionais e multilaterais.

Com base nesses temas estratégicos, será elaborado um projeto de pesquisa a ser desenvolvido pelo programa, que promoverá simpósios e oficinas de trabalho e produzirá um livro sobre o desenvolvimento sustentável na Amazônia, além de outras publicações.

O programa contará com um grupo de estudos estratégicos para coordenar o processo de elaboração de pesquisas, estudos e debates e um comitê consultivo para subsidiar essas atividades.

 

AGENDA
Eventos públicos

 

Todos os eventos acontecem no Auditório Alberto Carvalho da Silva, sede do IEA, Av. Prof. Luciano Gualberto,Travessa J, 374, térreo, Cidade Universitária, São Paulo, SP, com transmissão pela internet em www.iea.usp.br/aovivo

 

ABRIL

Dia 25, 14h30 — O DESAFIO DA INOVAÇÃO
NO BRASIL E AS ESTRATÉGIAS DE 7 PAÍSES
Mesa de Abertura:
Paulo Sotero (diretor do Brazil Institute do Woodrow Wilson International Center, EUA) e Cesar Ades (diretor do IEA)
Expositores:
Reginaldo Arcuri (presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), Glauco Arbix (coordenador-geral do Observatório da Inovação e Competitividade e professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP)
Debatedores: Carlos Henrique de Brito Cruz (diretor científico da Fapesp), David Kupfer (Instituto de Economia da UFRJ) e Mário Salerno (coordenador executivo do Observatório da Inovação e Competitividade e professor da Escola Politécnica da USP)
Inscrições: com Anselmo Takaki, atakaki@prospectivaconsultoria.com.br

Dia 30, 10h — AS TRANSFORMAÇÕES RECENTES DO ENSINO SUPERIOR
CICLO "FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA: COMO PREPARAR O BRASIL PARA O FUTURO?"
Expositora:
Elizabeth Balbachevsky (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP)
Debatedores: Eunice Durham (Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas/USP) e Renato Pedrosa (Comissão Permanente para os Vestibulares/Unicamp)
Informações: com Cláudia Regina (clauregi@usp.br), telefone (11) 3091-1686

MAIO

Dia 8 — LANÇAMENTO DA REVISTA "ESTUDOS AVANÇADOS" 62
15h — DEBATE SOBRE A POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA
Debatedores:
Samuel Pinheiro Guimarães (secretário-geral do Itamaraty), Luiz Carlos Bresser-Pereira (FGV/SP), Fábio Wanderley Reis (UFMG), Laura Greenhalgh ("O Estado de S.Paulo") e Eliane Cantanhêde ("Folha de S.Paulo")
17h30 — APRESENTAÇÃO DA EDIÇÃO
Apresentador:
Alfredo Bosi, editor da revista
Informações: telefone (11) 3091-1675 e email estavan@usp.br

 

NOTAS

 

Versão em inglês do dossiê 'Crime Organizado'

O dossiê "Crime Organizado", publicado na edição 61 (out.-dez./2007) da revista "Estudos Avançados, já conta com versão em inglês. São dez artigos e duas entrevistas sobre o tema com dados, análises e opiniões de pesquisadores e autoridades públicas. Entre os questões discutidas estão: a criminalidade organizada nas prisões, a repressão ao tráfico de drogas, o trabalho de inteligência no combate ao crime organizado, a Política Nacional de Segurança Pública, os problemas da polícia e o papel do Judiciário.

Conselho Deliberativo tem dois novos integrantes

Os professores João Stenghel Morgante, do Departamento de Genética e Biologia Evolutiva do Instituto de Biociências (IB), e Julio Marcos Filho, do Departamento de Produção Vegetal da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), são os novos integrantes do Conselho Deliberativo (CD) do IEA. Morgante foi nomeado pela reitora Suely Vilela a partir de lista triplice elaborada pelo CD e sucede a Iberê Caldas, do Departamento de Física Aplicada do Instituto de Física (IF). Marcos Filho foi escolhido pelo Conselho Universitário para a vaga anteriormente ocupada por Cesar Ades, novo diretor do Instituto.
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Os novos conselheiros João Stenghel Morgante e Julio Marcos Filho

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Reitora: Suely Vilela
Vice-Reitor: Franco Maria Lajolo
www.usp.br
INSTITUTO DE ESTUDOS AVANÇADOS

Diretor: César Ades
Vice-Diretor: Hernan Chaimovich
Conselho Deliberativo: Bader Sawaia, Carlos Henrique de Mesquita, César Ades, Gabriel Cohn, Hernan Chaimovich, João Fernando Gomes de Oliveira, João Stenghel Morgante e Julio Marcos Filho
iea@usp.br

Foto: FFLCH/USP e Governo do Amazonas

Divisão de Comunicação: Mauro Bellesa (editor, MTb-SP 12.739)
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