Carta de Recomendação para o Uso da Inteligência Artificial na Educação: Desafios e Potencialidades
Ana Paula Almeida, Cláudia Helena dos Santos Araújo, Danielle Soares e Silva Bicudo Ferraro, Karolina Batista Castro, Lívia Carolina Vieira, Márcia Azevedo Coelho e Paulo da Silva Quadros
Editora Nelpa, 2025 (com financiamento pelo PROAPP do Instituto Federal de Goiás e apoio da Cátedra Alfredo Bosi de Educação Básica e da Cátedra Oscar Sala do IEA-USP)
60 páginas
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O avanço da inteligência artificial (IA) tem gerado reflexões sobre seu impacto na educação, tanto no potencial para aprimorar o ensino e a aprendizagem quanto nos desafios e responsabilidades associados ao seu uso. A obra discute essas questões à luz de princípios éticos, equidade e representatividade, embasando-se em documentos internacionais, como os relatórios da UNESCO e do Conselho da Europa, e em dados sobre a realidade educacional brasileira.
A obra destaca a desigualdade de acesso à tecnologia e à internet como um dos principais desafios para a implementação da IA na educação. Embora no Brasil a conectividade nas escolas tenha avançado, a qualidade da conexão e a disponibilidade de dispositivos ainda são limitadas, especialmente na rede pública. Além disso, a formação docente e a regulamentação adequada do uso da IA são apontadas como aspectos fundamentais para garantir que a tecnologia contribua para uma educação equitativa e de qualidade.
A estrutura do livro apresenta nove desafios centrais que precisam ser enfrentados para que a IA seja implementada de maneira responsável na educação. Entre eles, destacam-se a exclusão digital, a limitação de habilidades e competências pela tecnologia, a necessidade de inclusão de estudantes com necessidades educacionais específicas, a falta de formação inicial e continuada dos educadores, o risco de subestimar ou superestimar o potencial da IA, o uso indiscriminado da tecnologia, questões de privacidade e segurança de dados, a vigilância e plataformização da educação, e o impacto da IA na geração e disseminação de desinformação.
Ao longo da obra, os autores reforçam a necessidade de um desenvolvimento cauteloso e supervisionado da IA no contexto educacional, garantindo que essa tecnologia seja utilizada de maneira ética e transparente. A Carta de Recomendação propõe diretrizes e reflexões para que a IA possa ser incorporada à educação de forma a reduzir desigualdades e contribuir para uma sociedade mais democrática e justa.