O Brasil Inteiro: Diversidade e Cooperação

A singularidade da sociedade brasileira se assenta na combinação de uma estrutura socioeconômica muito desigual com uma cultura sincrética, lastreada numa lógica em que a pedra de toque sempre foi a “harmonia de contrários”. Uma formação histórica, portanto, onde o elixir das relações sociais (e raciais) não foi o espírito da igualdade nem o da liberdade. Entre nós prevaleceu diversidade com baixa cooperação.

Recentemente, uma resposta aos nossos problemas resultantes da persistência de vícios históricos, passou a ser expressa na linguagem do identitarismo. Esse movimento de opinião, entretanto, não serve nem para orientar diagnósticos nem muito menos para propor soluções: o seu espírito é o de um pan-conflitivismo tribal, desprovido do sentimento de brasilidade e sem nenhum senso de reorganização institucional - sem o qual é impossível enfrentar problemas estruturais.

A nossa diversidade cultural, reforçada pelas enormes diferenças regionais, requer, para se tornar recurso a serviço do desenvolvimento e da verdadeira inclusão, cooperação – o espírito e a prática que mais nos tem faltado. O objetivo da conversa no âmbito da Cátedra Otávio Frias Filho será o de refletir acerca destes problemas, seus desafios e possíveis soluções.

Carlos Sávio G. Teixeira

Exposição:

Carlos Sávio G. Teixeira (Universidade Federal Fluminense)

Debatedora:

Suzana Herculano-Houzel (titular da Cátedra Otavio Frias Filho)

Comentaristas:

André Chaves de Melo Silva (coordenador acadêmico da Cátedra Otavio Frias Filho)

Vinícius Mota (secretário de redação da Folha de S.Paulo)

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