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Política Ambiental Cinco Anos Depois (2011-2016): Obsolescências e Antevisões

por Sandra Sedini - publicado 03/11/2016 17:55 - última modificação 19/12/2016 17:06

Detalhes do evento

Quando

de 17/11/2016 - 09:00
a 17/11/2016 - 17:00

Onde

Sala de Eventos do IEA, Rua da Praça do Relógio, 109, Bloco K, 5° andar, Cidade Universitária, São Paulo

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Este fórum se realiza em simultaneidade com o lançamento da coletânea "Política Ambiental. Contribuições para um projeto de futuro" que se compõe de uma seleção de ensaios autorais sobre temas relacionados à Política Ambiental, vista, pensada e comprendida como uma construção intencional do futuro. Uma Política Ambiental projetada sob o compromisso aristotélico do bem-comum e, portanto, uma utopia imaginada em seu embate com a realidade do mundo e suas resistências às transformações projetadas pela reprodução privilegiada de hierarquias pregressas de desigualdades de poder, refletindo-se na escritura da História. Manifesta-se, assim, com uma imagem da heterogênesis da História, o paradoxo das distopias dela emergentes como um alimento da evolução criadora de compartilhados novos projetos de futuro. Ainda utópicos ou quiçá distópicos.

Cinco anos se passaram entre a finalização desta coletânea em 2011 e sua publicação pela Editora da PUC de São Paulo (EDUC/FAPESP) em 2016, período no transcorrer do qual os cenários oferecidos à análise pelo Brasil e pelo mundo modificaram-se radicalmente.

A pulverização sincrônica dos conflitos no planeta não nos permite outra síntese – estamos em uma guerra não declarada. Por quê? De quem, contra quem? Hobsbawm pode nos auxiliar a responder estas questões, quando afirmou que, para ele, os historiadores marxistas deveriam se debruçar sobre uma única contradição na análise do mundo contemporâneo – como é (ou seria) possível a convivência entre um sistema civilizacional (o sistema global de produção e sua expansão mundial) que depende de uma contínua expansão e transformação de suas bases materiais e as culturas (em suas diferentes formas de manifestação, aí se incluindo a teórica), que se consolidam sob a exigência de permanência dos símbolos, dos valores que as compõem e que são compartilhadas pelas comunidades conviventes? O nosso momento histórico está demonstrando a impossibilidade desta convivência. Frente à globalização hegemônica, pulsam as diversas mundializações, conforme diria Otavio Ianni, expressando o encontro subjugador entre as implicações dos interesses do sistema propagado e as realidades materiais e não materiais locais. Este domínio subjugador, como não poderia deixar de ser, manifestando-se como poder instituído, gera demandas instituintes que embora inicialmente nasçam reivindicativas e/ou contestadoras, face à assimetria das forças em operação, passam a reagir às imposições de domínio e, em decorrência, a serem vistas como ameaças  sublevadoras, instaurando-se os conflitos e a violência física deles derivadas.

A imagem destas lutas propaga, no substrato tecno-eletrônico, ambiências e paisagens que se corporificam na consciência global da crise ambiental, uma crise política da razão gerada pelo sequestro do conhecimento pelo aparato científico-tecnológico, e de ambos, por uma ordem oculta voltada para dominar. Quais seriam as possibilidades de se desenvolver uma crítica desta nova configuração da colonialidade do poder?

 

Coordenação:

Eda Tassara

Expositores:

Bader Burihan Sawaia
Fabíola Marono Zerbini
Sabrina Moreira Silva
Francisco Javier Guevara Martinez

Inscrições

Evento gratuito, aberto ao público e sem inscrição.

Evento com transmissão em: http://www.iea.usp.br/aovivo