Você está aqui: Página Inicial / EVENTOS / Seminário Internacional sobre Imigração e Educação (4º Encontro)

Seminário Internacional sobre Imigração e Educação (4º Encontro)

por Rafael Borsanelli - publicado 21/05/2021 12:25 - última modificação 15/10/2021 12:14

Detalhes do evento

Quando

de 25/05/2021 - 09:00
a 25/05/2021 - 11:00

Onde

On-line

Nome do Contato

Adicionar evento ao calendário

A inclusão de estudantes de origem imigrante nas escolas tem sido um tema cada vez mais debatido mundialmente. Historicamente, muitos sistemas nacionais de ensino se formaram sob a consigna da difusão da língua oficial e da promoção da unidade nacional, sendo esses seus objetivos principais. Entretanto, transformar a escola para acolher a diversidade linguística e cultural e garantir o direito humano fundamental à educação tem sido desafiador, nos tempos atuais.

O Seminário tem como objetivo principal promover o intercâmbio entre grupos de pesquisa de diferentes países e conhecer os trabalhos desenvolvidos, os temas investigados, as perspectivas teóricas e metodológicas adotadas e os resultados mais relevantes, que podem contribuir com os estudos realizados no Brasil.

Neste evento, Maria da Conceição Pereira Ramos (UP) e Natália Ramos (UAb) apresentarão, respectivamente, os painéis "Olhares sobre educação e imigração do ensino básico ao superior – Participação, resultados e políticas" e "Internacionalização, Mobilidade e Interculturalidade no Ensino Superior". Veja a programação completa do encontro.

Inscrições

Evento público e gratuito | Sem inscrição

Evento on-line sem certificação

Transmissão

Acompanhe a transmissão do evento em www.iea.usp.br/aovivo

Programação

Apresentação

Lineu N. Kohatsu (IP e IEA - USP)

Debatedor

Marcelo Ennes (UFS)

Mediação

Lúcia Maria Machado Bógus (PUC-SP)

Exposições

Olhares sobre educação e imigração do ensino básico ao superior – Participação, resultados e políticas
Maria da Conceição Pereira Ramos (UP)

Portugal viu a sua população imigrante aumentar consideravelmente na última década, e as escolas foram também acolhendo essa diversidade, visível na percentagem de alunos estrangeiros relativamente ao total de alunos matriculados no ensino básico e secundário, mais concentrados na área metropolitana de Lisboa e do Algarve. Nas escolas inseridas nos bairros que acolhem populações de origens diversas, a presença de alunos imigrantes e descendentes de imigrantes assume grande visibilidade, colocando desafios à sua integração e sucesso escolar. Algumas desigualdades existem entre alunos imigrantes, nomeadamente entre afrodescendentes e portugueses, apresentando os estrangeiros mais desfavorecidos taxas inferiores de sucesso, maior número de reprovações, risco de abandono escolar, vias profissionais curtas no ensino secundário e não prosseguimento do ensino superior. O desempenho escolar encontra-se muito ligado ao estatuto socioeconómico das famílias dos estudantes. A Covid-19 afetou também os alunos mais desfavorecidos e aumentou as desigualdades no apoio pedagógico e falta de recursos informáticos, incluindo o acesso à internet.

Em muitos países europeus da OCDE existem discrepâncias significativas no desempenho escolar entre as crianças e jovens autóctones e imigrantes apesar do quadro normativo nacional e internacional orientado para a promoção da igualdade. Algumas melhorias passam pelo aumento do investimento na orientação escolar, apoio geral às crianças e famílias desfavorecidas e manutenção das medidas do ensino do português como língua não materna. A compreensão da língua do país de residência é essencial para a integração de imigrantes, tendo aumentado a oferta de programas de aprendizagem da língua de acolhimento nos países da União Europeia, entre os quais Portugal.

Nos últimos anos, programas de captação de estudantes internacionais para o ensino superior têm contribuído para o aumento dos fluxos migratórios de estudantes estrangeiros nos países da OCDE, na Europa e em Portugal, através de mudanças no enquadramento legal, no regime jurídico de reconhecimento de graus académicos e diplomas de ensino superior, etc. No processo de globalização existe crescente evidência de que os programas de mobilidade internacional com fins educativos são uma mais valia para os estudantes, aumentando a sua empregabilidade e sucesso profissional futuro, contribuindo as experiências educativas internacionais para a aquisição de competências e múltiplas soft skills.

Mais estudos devem ser realizados internacionalmente para examinar os resultados educacionais dos filhos de imigrantes e refletir sobre as ações que poderiam ser implementadas por meio de políticas de educação para melhorar o seu desempenho e a sua integração.

 

Internacionalização, Mobilidade e Interculturalidade no Ensino Superior
Natália Ramos (UAb)

A globalização, a mobilidade das populações e a interculturalidade, bem como as tecnologias de informação e comunicação, constituem símbolos da contemporaneidade, influenciam as relações sociais, educacionais, interculturais e comunicacionais atuais, marcam profundamente a educação e as modalidades de ensino e aprendizagem, designadamente no ensino superior, e exigem recursos, políticas públicas, novas competências e formação docente adequada. A educação tem passado por grandes mudanças no contexto europeu e mundial, devido à presença crescente de múltiplas culturas e nacionalidades nas instituições educativas, à mobilidade e internacionalização do ensino superior e ao desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação (TIC) na educação, fatores que vêm diminuir as fronteiras da sala de aula e educacionais e reforçar a diversidade, a complexidade e a heterogeneidade nos contextos e processos educacionais, nomeadamente da educação superior. As instituições educativas e os profissionais da educação são obrigados a gerir uma população estudantil estrangeira cada vez mais diversificada, e diferentes modalidades e técnicas de comunicação de ensino e aprendizagem, onde a pedagogia de cariz intercultural e online e as competências tecnológicas e interculturais ocupam um papel fundamental, reforçado no contexto atual de pandemia Covid-19. Com efeito, esta pandemia trouxe desafios à educação e às instituições educativas, colocando em destaque vulnerabilidades e potencialidades da comunidade educativa, das metodologias e práticas educacionais e docentes, das dificuldades de acesso e domínio aos/dos meios tecnológicos, bem como acentuou a necessidade de formação ao nível das tecnologias de informação e comunicação, sobretudo dos professores, e de repensar novas metodologias e práxis educativas. Assim, no cenário nacional e internacional, a crescente diversidade cultural e de recursos comunicacionais e tecnológicos que compõe o tecido social e educacional coloca as instituições do ensino superior, os professores e os estudantes no centro destas mudanças, da mobilidade, da internacionalização e da interculturalidade, elementos que exigem análise e discussão.

Encerramento:

Leda Paulani (FEA/USP)

Evento com transmissão em: http://www.iea.usp.br/aovivo