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Seminário discute as relações entre capitalismo e colapso ambiental

por Mauro Bellesa - publicado 29/05/2019 13:45 - última modificação 05/06/2019 10:26

"Colapso Ambiental e Capitalismo" é o tema do seminário que ocorre no dia 5 de junho, às 14h, atividade organizada pelo Grupo de Pesquisa Filosofia, Sociologia e História da Ciência e Tecnologia.

Poluição industrial

O historiador da arte Luiz Marques, da Unicamp, e o sociólogo José Corrêa Leite, do IEA e da Faculdade Armando Álvares Penteado, serão os expositores do seminário "Colapso Ambiental e Capitalismo", no dia 5 de junho, às 14h.

O tema de Marques será "O Decênio Cultural". Leite falará sobre "Progresso e Exterminismo". [Leia as sinopses abaixo.]

O evento é organizado pelo Grupo de Pesquisa Filosofia, Sociologia e História da Ciência e da Tecnologia e será coordenado por Marcos Barbosa de Oliveira, integrante do grupo e professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.

Para participar, é preciso efetuar inscrição prévia online. O evento é aberto a todos os interessados e gratuito. Quem não puder comparecer terá a oportunidade de assistir ao seminário ao vivo pela internet (nesse caso, não é preciso se inscrever).


 

O Decênio Crucial

Luiz Marques

“O que fizermos nos próximos dez anos determinará o futuro da humanidade nos próximos 10 mil anos.” Com essa frase, David King, professor emérito da Universidade de Cambridge, exprime um amplo consenso científico. O próximo decênio será, de fato, o mais crucial da história da humanidade. Aprofundamento da democracia socioambiental, diminuição da desigualdade econômica e das expectativas de consumo dos 20% mais ricos da humanidade, restauração das florestas e da biodiversidade, mudança do sistema alimentar, minimização do carnivorismo, redução da poluição e, acima de tudo, transição em regime de máxima urgência para um sistema energético de baixo carbono: de avanços imediatos em todas essas frentes dependem nossas chances de sobrevivência como sociedade organizada no segundo quarto deste século. Uma ampla tomada de consciência pela sociedade de sua situação-limite é o primeiro e decisivo passo para a inadiável redefinição da agenda política brasileira, no contexto da governança global.

Progresso e Exterminismo

José Corrêa Leite

O progresso é, frequentemente, uma questão de escala. Represar uma bacia hidrográfica em pequena escala pode representar um progresso para a população que ali vive; se isso se generaliza, destrói a bacia e força aqueles que vivem no local a se mudarem ou perecerem. Nessa dialética das escalas, forças produtivas podem se transformar em forças destrutivas. Difunde-se cada vez mais amplamente a percepção de que a ausência de limites para a racionalidade econômica do capitalismo globalizado está levando ao colapso ecológico. Isso coloca em xeque o horizonte de progresso que se constituiu como um dos princípios normativos da modernidade. Frente a um processo suicida – em princípio irracional, mas dotado de uma racionalidade própria – vale a pena resgatar o conceito formulado por E. P. Thompson em 1980 para analisar a lógica que poderia levar a uma guerra nuclear, o “exterminismo”, por ele apresentado como “o estágio final da civilização”. Combater a política exterminista vigente talvez seja a maneira mais adequada de designar o desafio que temos diante de nós.


Colapso Ambiental e Capitalismo
5 de junho, 14h
Sala Alfredo Bosi, IEA, rua da Praça do Relógio, 109, térreo, Cidade Universitária, São Paulo
Evento público, gratuito e com inscrição prévia. - Para assistir ao vivo pela internet não é preciso se inscrever
Mais informações: com Claudia Regina Pereira (clauregi@usp.br), telefone (11) 3091-1686
Página do evento