Carlos Nobre é eleito membro estrangeiro da Royal Society, a academia científica mais antiga do mundo
Carlos Nobre, ambientalista e pesquisador colaborador do IEA, foi eleito membro estrangeiro da Royal Society, a academia nacional de ciências do Reino Unido e a academia científica mais antiga do mundo em existência contínua. Antes dele, o único brasileiro a figurar na lista era Dom Pedro II, imperador do Brasil, eleito em 1871 não como cientista, mas como membro da realeza.
Fundada em Londres em 1660, a academia tem como propósito reconhecer, promover e apoiar a excelência na ciência, encorajando seu uso e desenvolvimento para benefício da humanidade. Este ano foram eleitos 51 fellows e 10 membros estrangeiros. A seleção considera as notáveis contribuições para a ciência em termos de descobertas e realizações.
Para a Royal Society, Nobre “é reconhecido por seu trabalho sobre as interações biosfera-atmosfera e os impactos climáticos do desmatamento da Amazônia e por sua liderança em programas que moldaram a ciência brasileira".
Há três décadas ele alerta para a possibilidade de "savanização" da Amazônia como consequência dos desmatamentos. Seus estudos avaliam como o aquecimento global pode influenciar a floresta tropical.
No IEA, desenvolve o projeto Amazônia 4.0, que busca promover oportunidades de pesquisa, tecnologia e aprendizado para valorizar e proteger os ecossistemas amazônicos e servir aos interesses das populações locais e de povos indígenas e tradicionais.
Ele participou de vários relatórios do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), e foi um dos autores do 4º Relatório de Avaliação da organização que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2007. É membro titular da ABC, TWAS e Membro estrangeiro da National Academy of Science (NAS).
Já foi presidente da Capes, diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Atualmente é coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas.
Foi chefe do Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST-INPE) e coordenador geral do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC-INPE). Presidiu o International Geosphere-Biosphere Programme (IGBP) e o Conselho Diretor da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas e preside o Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas.
Foto: Leonor Calasans/IEA-USP