Pesquisadores do IEA integram grupo para aproximar ciência e sociedade
A coalizão foi criada com o objetivo de subsidiar e embasar cientificamente políticas públicas e colaborar nas discussões sobre tomadas de decisões. Segundo integrantes do grupo, em entrevista ao “Jornal da USP”, algumas colocações de gestores do governo Jair Bolsonaro sobre ciência e meio ambiente são ditas em tom evasivo e sem profundidade, e até mesmo desprovidas de sustentação factual ou científica. Por isso, mobilizaram-se para contrapor posicionamentos, leis e medidas socioambientais sem fundamentação científica.
Na reportagem, o professor do Instituto de Física (IF) da USP Paulo Artaxo explica que um dos objetivos centrais da coalizão é aproximar a sociedade da luta em prol da ciência e da educação pública. Ele defende uma articulação para combater os cortes orçamentários nessas áreas, que significam um desmonte da estrutura socioambiental no país, segundo ele. Integrante do Grupo de Pesquisa Meio Ambiente e Sociedade do IEA, Artaxo é membro permanente do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU.
O pesquisador do Instituto Oceanográfico (IO) Alexander Turra é coordenador da Cátedra Unesco para a Sustentabilidade dos Oceanos, sediada no IEA, lembra que, embora o grupo defenda argumentos contrários aos apresentados pelo governo, as manifestações da coalizão “são isentas, equilibradas e sem influência político-partidária”.
Até o momento, 56 pesquisadores integram a coalizão, dez deles da USP. Além de Alexander Turra e Paulo Artaxo, os professores ligados ao IEA são Carlos Nobre, Gabriela Marques Di Giulio, Gerd Sparovek, Jean Paul Walter Metzger, Leandra Gonçalves e Ricardo Rodrigues.
Foto: Marcos Santos/USP Imagens