Roberto Lobo agora é professor sênior do IEA
O físico Roberto Leal Lobo e Silva Filho, ex-reitor da USP, é o novo professor sênior do IEA. Ele apresentou projeto para 2019/2020, no qual prevê o trabalho em cinco atividades relacionadas com formação em engenharia, inovação, interdisciplinaridade e educação superior no Brasil.
Formado em engenharia elétrica pela PUC-RJ, Lobo obteve os títulos de mestre e doutor na Universidade Pardue, nos EUA. Depois ingressou no então Instituto de Física e Química de São Carlos (IFQSC) da USP, onde se tornou professor titular e diretor. Além de reitor (1990-1993), foi vice-reitor (1988-1989) da USP.
Atuou ainda como diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Física (CBPF) e do CNPq, reitor da Universidade de Mogi das Cruzes e diretor da consultoria Lobo & Associados, voltada ao desenvolvimento de projetos para, sobretudo, instituições de ensino superior privadas não lucrativas.
Lobo foi um dos integrantes do grupo de estudos que formulou as diretrizes para a criação do IEA em 1986. No período em que foi vice-reitor e reitor da Universidade, participou de várias atividades do Instituto, como o Fórum Capital-Trabalho.
Trabalho no IEA
No que se refere à engenharia, Lobo vai se dedicar à redação final do livro “Engenheiros para Quê? Formação e Profissão dos Engenheiros no Brasil”, em colaboração com os professores José Roberto Cardoso, da EP-USP, e Renata Perrenoud, da Centro Universitário Salesiano de São Paulo (Unisal) em Lorena.
Ele desenvolverá análises e propostas para um sistema brasileiro de inovação, internacionalização e empreendedorismo tecnológico. Esses estudos terão como referência programas de universidades americanas da área de Boston pioneiras na temática. Lobo espera interagir tanto com pesquisadores do Instituto que se dedicam à inovação quanto com aqueles dedicados a questões ligadas à gestão de cidades, “em particular smart cities, lembrando que Boston é uma das cinco mais importantes smart cities dos EUA”.
O Curso de Ciências Moleculares (CCM) da USP também será objeto de análise e acompanhamento. Lobo lembra que a criação do curso em 1991 foi de sua iniciativa enquanto reitor “e resultou em uma experiência de sucesso em ensino de graduação integrado e ambicioso desde seus primeiros anos”.
Ele pretende entender o desenvolvimento histórico (estratégias de sucesso e eventuais problemas) do CCM, para que essa análise possibilite a proposição de novas experiências semelhantes na USP. Nesse caso, ele também quer dialogar com pesquisadores do IEA vinculados aos problemas da educação.
Lobo tenciona ainda organizar um grupo de trabalho multidisciplinar voltado à educação superior. Nessa área, ele irá analisar dados sobre a educação superior a partir do suporte de bancos de dados nacionais e internacionais, com especial ênfase no estudo dos reflexos das políticas públicas de educação nos resultados alcançados.
Foto: Cecília Bastos/Jornal da USP