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Uso da telemedicina exige qualificação de profissionais e pacientes, diz especialista

por Thais Cardoso - publicado 18/11/2020 13:39 - última modificação 18/11/2020 13:39

Ferramenta pode incluir utilização de inteligência artificial, mas paciente tem direito de saber procedência do diagnóstico

A telemedicina ganhou destaque e passou a ser mais utilizada com o isolamento social imposto pela pandemia de covid-19. Porém, o uso de tecnologias pelos profissionais de saúde levanta a necessidade de qualificação e também traz uma série de questões éticas. No último episódio do USP Analisa especial sobre telemedicina, o docente da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP Paulo Mazzoncini de Azevedo Marques discute esses assuntos.

Ele destaca que tanto o profissional de saúde quanto o próprio usuário precisam ter um preparo para fazer uso desse tipo de recurso. “Para o médico que quer fazer telemedicina, não basta ter um computador e uma rede. Ele tem que ser preparado para isso, ter algum treinamento, assim como um médico que vai fazer qualquer especialidade precisa ter. E  não adianta o profissional saber utilizar, estar qualificado, ter uma boa conectividade, se o usuário da saúde, por exemplo, uma pessoa idosa, não consegue utilizar aquela modalidade de cuidado. A gente tem que qualificar o usuário também, que talvez no caso do idoso não seja ele, seja um cuidador, alguém da família”.

Marques explica que a telemedicina também pode incluir, em alguns casos, o uso de inteligência artificial, seja em casos mais simples ou até situações mais complexas. “Pode ser simplesmente um chatbot para responder alguma coisa ou até uma ferramenta que vai ajudar o médico a encontrar algo suspeito e tomar uma decisão clínica”, afirma ele.

De qualquer forma, o docente alerta sobre a importância de utilizar essas ferramentas de forma ética, mantendo a transparência das informações para o paciente. “A pessoa que está sendo cuidada, que vai ter o resultado de uma avaliação da sua condição de saúde, tem o direito de saber se aquele resultado foi proveniente de uma análise de um ser humano, um médico, um profissional de saúde, se foi proveniente de uma avaliação de um software, um algoritmo de inteligência artificial que analisou os dados ou se foi resultado de um trabalho conjunto”, diz.

A última parte da entrevista vai ao ar nesta quarta (18), a partir das 18h05, com reapresentação no domingo (22), às 11h30. O programa também pode ser ouvido pelas plataformas de streaming iTunes e Spotify.

O USP Analisa é uma produção conjunta do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP e da Rádio USP Ribeirão Preto. Para saber mais novidades sobre o programa e outras atividades do IEA-RP, inscreva-se em nosso canal no Telegram.