Transformação Energética no Brasil: Desafios Climáticos, Geopolíticos e Tecnológicos
Detalhes do evento
Quando
a 30/07/2025 - 12:30
Onde
Nome do Contato
Até recentemente, havia um consenso internacional sobre a importância das medidas de descarbonização e a valorização de produtos "verdes". Este consenso orientava as políticas energéticas do Brasil e da maioria dos países. No entanto, as mudanças políticas nos Estados Unidos; a guerra da Ucrânia e a ascensão da extrema direita na Europa; e a rivalidade entre Estados Unidos e China causaram uma mudança completa neste quadro: (1) há pouca ou nenhuma esperança de os países ricos apoiarem o chamado Global South na mitigação climática; (2) a resiliência energética e geopolítica passou a ser fundamental; e (3) o custo da energia passou a ser um fator ainda mais crítico para o crescimento econômico. Por outro lado, há uma defasagem crescente entre a severidade climática e as ações mundiais de mitigação: a meta de 1,5 graus já foi ultrapassada na prática; desde 2023 o mundo passou para um novo patamar de extremos climáticos; e os países do Global South vão sofrer a maior parte dos impactos.
Esta nova realidade requer um ajuste profundo na política energética e climática do país, incluindo: (a) ênfase na competitividade econômica ao invés de subsídios ("green bonus" ao invés de "green premium"); e (b) prioridade para adaptação aos eventos extremos.
Será mostrado que o Brasil pode alinhar competitividade e sustentabilidade se adotar a eletrificação da maioria dos setores e se transformar em um "electro state" semelhante à China, e com isso competir com os "carbon states" como EUA, Arábia Saudita, Qatar e Argentina. Algumas das vantagens brasileiras incluem a integração de placas solares em reservatórios hidrelétricos; usinas reversíveis de ciclo fechado; baterias térmicas; e equipamentos de flexibilidade da rede de transmissão. Também há um grande potencial para etanol, biochar e biometano em áreas específicas. Por outro lado, é menos provável que existam mercados significativos para SAF, hidrogênio verde e outras áreas que antes eram vistas como muito promissoras.
Expositor:
Mario Veiga Pereira (PSR)
Debatedor:
Marcelo Viana (titular da Cátedra Otavio Frias Filho)
Comentaristas:
Vinicius Mota (secretário de Redação da Folha de S.Paulo)
André Chaves de Melo Silva (coordenador acadêmico da Cátedra Otavio Frias Filho)
Transmissão
Acompanhe a transmissão do evento pelo canal do YouTube do IEA