Biomonitoramento Humano: Como Podemos Usar nossos Corpos para Monitorar a Exposição Química
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a 21/11/2016 - 12:00
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Dentro da União Europeia e dos Estados Unidos da América foram registados cerca de 100 mil produtos químicos diferentes. Aproximadamente 40 mil deles são economicamente relevantes e são produzidos em quantidades tão elevadas que podem atingir o meio ambiente e os corpos humanos.
No final do século passado, os estados europeus não lograram avaliar os riscos para a saúde humana dos produtos químicos nos grandes programas que foram conduzidos pelos governos. Uma nova legislação europeia (REACH) transferiu para os produtores a responsabilidade pela avaliação dos riscos para a saúde e a segurança dos produtos químicos.
Para o público e para o governo é essencial controlar a exatidão da avaliação de risco executada pela indústria. O biomonitoramento humano tornou-se a ferramenta mais importante para controlar de forma independente a exposição humana. Os fluidos corporais e tecidos humanos são examinados quanto à contaminação com poluentes. Assim, por exemplo, os níveis de mercúrio no sangue ou os níveis de ingredientes plásticos na urina de indivíduos ou populações podem ser analisados.
O biomonitoramento humano desempenha um papel essencial na saúde ambiental e na avaliação dos níveis de poluição na população, em grupos populacionais ou em indivíduos. A vantagem do biomonitoramento humano consiste em registar a contaminação interna real de um organismo que pode vir de fontes diferentes e ser absorvida de diferentes formas (via o trato respiratório, pela boca ou através da pele). As características particulares de uma pessoa em relação à absorção, metabolismo e excreção alimentam assim os resultados diretamente. No que diz respeito à avaliação da exposição a poluentes de indivíduos e à contaminação de grupos populacionais, o biomonitoramento humano oferece, frequentemente, as análises mais realistas.
Na Alemanha, dois grandes programas de biomonitoramento humano foram realizados desde a década de 1980:
O Banco de Espécimes Ambientais coleta amostras de sangue e urina de 500 alunos anualmente desde 1985. Estas amostras são armazenadas a -150 °C em nitrogênio líquido. Este programa de arquivamento permite a detecção de tendências do tempo de exposição interna retrospectivamente.
O Estudo Alemão de Saúde Ambiental GerES é realizado a cada 6 anos como um estudo transversal de indivíduos representativamente escolhidos. Este estudo permite determinar a exposição média da população alemã e relacionar a exposição a fatores ambientais como a qualidade do ar interior.
Os resultados desses estudos serão apresentados e sua importância para o aconselhamento de políticas com base científica será discutido.
Expositor:
Andreas Gies (Agência Ambiental da Alemanha)
Coordenador:
Marcos Buckeridge (IEA-USP/ACIESP)
Inscrições
Evento gratuito, aberto ao público, em inglês, sem tradução e sem inscrição.
Capacidade da sala: 55 lugares
Evento com transmissão em: http://www.iea.usp.br/aovivo