Jornada de Engenharia Popular: Caracterização, Desafios e Potencialidades
Detalhes do evento
Quando
a 15/08/2018 - 18:00
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Engenharia popular (EP) designa uma prática brasileira da engenharia que busca não apenas a construção participativa do diagnóstico e da solução do problema técnico enfrentado pelo grupo popular com o qual se trabalha, como também, por meio desse processo, a gradativa construção de uma ordem sociotécnica de maior empoderamento, sustentabilidade ambiental e igualdade.
Tal movimento surge no início dos anos 2000, a partir da conjugação de três tradições distintas: a economia solidária, a tecnologia social e a extensão universitária. Hoje, um dos coletivos aos quais engenheiros/as identificados/as com tal abordagem se associam é a Rede de Engenharia Popular Oswaldo Sevá (Repos).
Em sua prática, a engenharia popular pressupõe necessariamente processos e metodologias que assegurem tanto o resgate ou a escuta dos saberes, valores, perspectivas e estéticas dos grupos populares com os quais se trabalha, quanto a incorporação disso ao projeto da solução técnica que será construída.
Adicionalmente, por conta da sua profunda vinculação com os valores da igualdade (entre gêneros, etnias e demais diversidades) e da sustentabilidade, a EP incorpora fortemente distintas reflexões feministas.
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No âmbito desta atividade junto ao IEA, objetiva-se fundamentalmente apresentar e discutir a engenharia popular. Isso será realizado em quatro momentos distintos: a apresentação de demandas por soluções técnicas adequadas por alguns movimentos sociais; a caracterização da EP, ao modo como a Repos a desenvolve; problematização desse tipo de atuação popular da engenharia, a partir de desafios que ela não pode se furtar a enfrentar; enriquecimento da tradição da EP a partir do diálogo com outras iniciativas populares de projeto e tecnologia.
Inscrições
Evento público, gratuito e com inscrição prévia
Público online não há necessidade de se inscrever
Programação
Terça-Feira, 14/08
Demandas de Movimentos Populares |
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9h-11h |
ENCONTRO 1 – Mesa-redonda – Qual engenharia ou qual tipo de solução técnica é buscada por grupos populares?Diálogo com representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
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11h-11h15 |
Coffee-break |
11h15-12h |
Debate |
12h-13h30 |
Almoço |
Apresentação da Engenharia Popular |
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13h30-15h30 |
ENCONTRO 2 – Mesa-redonda – O que é a engenharia popular? Apresentação histórica: a tripla origem da engenharia popular brasileira e um panorama geral das atividades que os membros da Repos desenvolvem e desenvolveram no país.
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15h30-16h |
Coffee-break |
16h-18h |
ENCONTRO 3 – Mesa-redonda – O que fundamenta a compreensão de mundo e de engenharia que a EP possui?Fundamentações teóricas: pesquisa-ação, educação popular, feminismo.
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Quarta-Feira,15/08
Problematização desse tipo de produção tecnológica |
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8h30-10h30 |
ENCONTRO 4 – Mesa-redonda – Alguns desafios da prática popular de projetos de engenharia. 1) Como incorporar os valores, ideais e estéticas do grupo popular ao conhecimento que subsidia o projeto de engenharia popular (ou como se construir uma ordem sociotécnica o mais próximo possível daquela buscada pelo grupo popular)? 2) Como projetar tecnologias digitais em diálogo com tecnologias têxteis artesanais: a questão do diálogo de saberes.
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10h30-11h |
Coffee-break |
Alargando a reflexão: o que se pode aprender de outras iniciativas populares de produção técnica? |
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11h-13h |
ENCONTRO 5 – Trocas de saberes, 2h – Etnografia e tecnologia. Conversa sobre a importância da etnografia e do diálogo entre saberes na construção de soluções técnicas populares. Nesta atividade, não ocorre uma palestra, mas a participação das pessoas presentes em uma conversa com e entre especialistas sobre, no caso, etnografia e produção tecnológica.
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13h-14h30 |
Almoço |
14h30-17h |
ENCONTRO 6 – Mesa-redonda – Projeto e tecnologia no feminino. Apresentação e discussão de outras iniciativas brasileiras que têm caminhado na articulação entre projeto, tecnologia e o feminino (do qual o feminismo é parte).
Debatedora: Tania Pérez-Bustos (Univ. Nac. da Colômbia |
17h-17h15 |
Coffee-break |
17h15-18h |
Debate |
Evento com transmissão em: http://www.iea.usp.br/aovivo